Capítulo 25

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Concordei com uma revirada de olhos e me virei de costas. Assim que tirei a blusa, ele colocou uma toalha sobre minhas costas e eu imediatamente me enrolei nela. O conforto que senti foi imediato, mas ainda preferia estar lá dentro com ele.

- Você não parecia tímida há cinco minutos.

- Não lembro - brinquei.

- Sei... Seus lábios estão roxos - reparou se secando.

- Acho que a temporada de mergulhos acabou hoje, definitivamente.

- Nem tinha começado - resmungou com pesar.

O ar estava muito fresco. Meu corpo começava a doer de frio.

- Eu trouxe uma camisa minha para você.

- Pensou em tudo mesmo.

Ele foi até o carro e voltou com a camisa mais florida que eu já tinha visto em toda minha vida.

- Mas de onde saem essas suas roupas?

- Isso se chama estilo.

- Às vezes parece que eu fiquei cinquenta anos em coma. As coisas estão tão diferentes - falei sentando na colcha que estava no chão.

- Ainda bem que as coisas mudam, Sofia.

- Eu sei, mas, é estranho quando você não acompanha a mudança.

Ficamos parados contemplando a água em silêncio e enrolados em toalhas gigantes.

- Feche os olhos - pedi.

- Não quero - sorriu.

- Vai...

Ele se rendeu e virou o rosto para o outro lado para que eu pudesse colocar a camisa floral.

- Pronto.

- Ficou linda em você - disse quando abotoei o último botão.

Sorri e me recostei nele olhando para frente e respirei fundo.

- Qual será minha música favorita?

Ele me olhou intrigado estreitando um dos olhos como se estivesse avaliando a música que combinasse comigo.

- Qual sua música favorita? - perguntei antes que ele falasse qualquer coisa.

Ele olhou para frente e sorriu suavemente.

- Hey Jude.

- Sério?

- Sim - voltou a olhar para mim. - Inclusive, pensando bem, ela combina com você.

Eu estava mirando o horizonte, vendo o alaranjado do sol refletido na água, era difícil permanecer de olhos abertos, então os fechei.

A letra me veio na cabeça como se eu pudesse ler. E ele tinha razão. Fazia sentido.

- Não carregue o peso do mundo nos seus ombros - escutei ele falar ao meu ouvido enquanto eu ainda mantinha os olhos fechados.

Me virei para ele e senti um calafrio percorrer minha coluna. Mas dessa vez, não era de frio.

Tive que beijá-lo. Mas ele começou a falar mais uma vez.

- Vamos, antes que você vire abóbora.

- Hoje você está especialmente estraga prazer.

- E eu achando que hoje tinha te proporcionado um pouco.

- Proporcionou prazer sim - falei me levantando e ajudando ele a recolher as coisas. - Obrigada.

- Sempre que quiser.

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