Capítulo 41

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Pov. Camila

Escuridão. Tudo ao meu redor era escuro. Forcei meus olhos a se abrirem e me assustei. Estava em um quarto extremamente branco, deitada em uma cama muito confortável. O que será que aconteceu? A última memória que tenho, é a de Marcus me atacando e muita dor.

Será que eu morri? Isso significa que estou no céu? Não é possível. Como vão ficar meus pais, DJ, Isa e Lauren? Provavelmente tristes no início. Mas depois retomariam suas vidas e com o passar dos anos eu serei apenas a lembrança de uma filha, amiga e namorada que perdeu a vida muito cedo.

Nossa!!! Nunca pensei que morrer fosse algo tão deprimente. Observei bem o cômodo no qual eu me encontrava, não tinha janelas. Do lado cama um criado mudo branco, em cima uma jarra transparente com água, um copo e um sanduíche. 

Na mesma hora minha boca ficou seca e meu estômago roncou, levantei e me servi. Bebi quase todo o conteúdo da jarra e comi o sanduíche. Visualizei uma porta, ela não estava ali antes. A curiosidade de saber onde estou é grande. 

Caminhei devagar até ela e girei a maçaneta, a porta se abriu revelando um extenso corredor azul claro. Pelo menos não estou presa aqui dentro.

Senti um vento fresco no Karlão e olhei para meu corpo, eu vestia uma camisa muito fina e sobre a mesma um vestido branco plissado e transparente. O vestido unia-se sobre o seio esquerdo, descobria o seio direito, abria abaixo da cintura e descia até os pés. As mangas do vestido estavam decoradas com franjas e os antebraços despidos. Nos meus pés tinha uma sandália rústica de couro.

Que roupa estranha é essa, não lembro de ter entrado em nenhum grupo hippie. Quem me trocou me viu pelada? Também reparei que eu não estava mais sentindo dor e nem machucada, estranho. Escutei um barulho no final do corredor e entrei em alerta.

E agora ir ou não ir ? Eu fiquei com um pouco de medo mas, se estava morta não teria que temer nada morrer de novo era meio improvável de acontecer. Segui em direção ao ruído. Cheguei a uma sala grande e totalmente branca igual ao quarto.

Não acreditei na cena que estava presenciando. No centro do cômodo encontravam-se duas poltronas imensas e brancas de frente para uma TV de tela plana que ocupava toda a parede, na qual passava o filme do Pinóquio! Isso mesmo o desenho. 

Uma das poltronas estava ocupada por uma mulher, deduzi por causa da voz que cantava com empolgação a música do filme.

_ Quando você desejar por uma estrela, não faz diferença quem você é. Tudo o que seu coração deseja virá para você, se o seu coração está em seus sonhos, nenhum pedido é demasiado extremo, quando você desejar por uma estrela como os sonhadores fazem. (O destino é amável, ela traz para aqueles que amam. O cumprimento doce de seu desejo secreto), como um parafuso fora do destino, passos azuis e vê-lo através de, quando você desejar por uma estrela, seus sonhos se tornam realidade.

Que loucura! Acho que não estou morta e sim alucinando, de tanta surra que tomei acabaram danificando meu cérebro. Estava me virando para sair de mansinho dali quando escuto:

_ Karla Camila, sente-se ao meu lado. Revirei os olhos por ela me chamar de Karla e ao mesmo tempo fiquei surpresa como ela sabia meu nome. Ela não virou para me olhar, seu tom era calmo e firme. Eu não queria ver desenho, ainda mais esse que eu detesto. _ Não me faça repetir. Disse ainda mais séria e eu obedeci rapidamente, por algum motivo eu não queria que ela se chateasse comigo.

Sentei na poltrona posicionada ao seu lado, o estofado me engoliu e eu quase desapareci. Um pouco sem graça me ajeitei melhor. 

Reparei na sua roupa, quase igual a minha. Era mais estilosa, tinha detalhes elaborados e alguns lobos bordados em dourado.

Cry Wolf ( Camren G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora