Câncer. Poderia lhe dizer o que é câncer detalhadamente, já havia pesquisado diversas vezes no Google. Mas talvez “câncer” não fosse apenas todos os resultados que encontramos nas pesquisas que fazemos na internet. Câncer não só era o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Com certeza não era só isso, pelo menos não só para mim.
Câncer era acordar todos os dias de manhã, se olhar no espelho e ver o que poderia ser a sua última imagem enquanto viva. Era se deitar na grama fria à noite, olhar as estrelas e torcer para que houvesse algo além delas, algum lugar para se ir depois de que sua vida se esvaísse de suas mãos. Câncer era torcer para não ser tarde demais para amar alguém, mesmo que secretamente. Era encher os pulmões de ar para ter certeza que ainda está aqui. Câncer era passar as mãos nos cabelos e senti-los caindo, até não tê-los mais. Era se lamentar por um futuro impossível, e chorar por um presente mal vivido. Provavelmente acreditar que não há razões para se buscar um amanhã, nem um agora melhor. Câncer, de todas as definições que poderíamos buscar, talvez nada melhor do que acreditar que era apenas um sonho destruído, e esse sonho era viver.
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Só Mais Um Dia - Parte II
RomanceEvelyn retoma sua vida depois do coma de uma forma diferente, volta a estudar e finalmente começa a trabalhar, o que a faz sentir que sua vida entrou no eixo. O que não esperava é que sua história com Richard talvez ainda não tenha tido um ponto fin...