Evelyn retoma sua vida depois do coma de uma forma diferente, volta a estudar e finalmente começa a trabalhar, o que a faz sentir que sua vida entrou no eixo. O que não esperava é que sua história com Richard talvez ainda não tenha tido um ponto fin...
- Mãe... - disse segurando uma xícara de café e me sentando em uma das poltronas da sala - preciso conversar com você.
- O que houve filho? - ela me encarou.
- Sei que estamos cheios de problemas, principalmente com o...
- Com o seu pai - ela abaixou o rosto por um segundo - é mais difícil do que deveria ser, eu sei. Richard, quero que deixe esse fardo apenas para mim, é duro dizer isso, mas ele nunca foi seu pai. Ele foi alguém que amei e me deu você, mas ele sumiu. A volta dele não tem que afetar você.
- Mas afeta. - a olhei relutante - Afeta porque me importo com você, mãe.
- Vamos deixar que o tempo resolva isso. O que queria conversar?
- Evelyn - sorri - vou me casar com ela, mas não tenho ideia de como ser um bom marido.
- Ah, com certeza não sabe - minha mãe riu - ser namorado dela não é o mesmo de ser o esposo dela. Vai ter que cuidar de uma maneira melhor do que o próprio pai cuida dela, sabe disso, não sabe?
- Não tinha pensado sobre isso - ponderei por um segundo - poderia me dar umas dicas?
- Dicas? - ela tornou a rir - Bom, ser sempre o que ela precisa, um amigo, um namorado, um protetor, um auxílio. Alguém que esteja disposto a amar independe do que aconteça. Entende?
- Entendo - absorvi o que minha mãe estava tentando me fazer ver - acha que estou pronto para ser esse homem?
- Não estava pronta para ser sua mãe quando tive você - ela sorriu - na verdade, nunca estamos prontos para o que a vida nos faz passar, mas é assim que evoluímos como pessoas.
- A senhora tem razão. Obrigado mãe.
Ela me abraçou. Minha mãe era toda a família que tinha. Nunca fui próximo dos meus avós (que fingiam não existir, um problema que aparentemente meu pai também tinha) e meus tios por parte de mãe vinham nos ver só quando acontecia uma catástrofe. Talvez fosse para conferir se ainda continuávamos vivos. Fui até uma floricultura e comprei rosas brancas para Evelyn. A futura Sra. Acker merecia que, de pequenas maneiras demonstrasse o quanto a amo.
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