Evelyn retoma sua vida depois do coma de uma forma diferente, volta a estudar e finalmente começa a trabalhar, o que a faz sentir que sua vida entrou no eixo. O que não esperava é que sua história com Richard talvez ainda não tenha tido um ponto fin...
"Eu não sabia que você já tinha um novo namorado" ouvi Violet dizer enquanto Dylan ainda me beijava. Me afastei dele, mas seu gosto permanecia em minha boca. "Por que diabos ele tinha feito aquilo!?", pensei.
Ele me encarava com um olhar que me fazia desejar beijá-lo outra vez, percebi então que Dylan estava tão confuso quanto eu. Ficamos em silêncio por um tempo, enquanto Violet alternava o olhar para um de nós dois enquanto permanecíamos quietos. Aquilo era estranho.
- Então é assim - comecei dizendo sem pensar -, você vem na minha casa de manhã para me beijar?
- Não é isso... - ele desviou o olhar, encarando o chão - Eu vim dizer que gosto de você.
- Como você é direto - disse Violet fingindo uma toce enquanto falava.
- Acho que esses garotos tem algum tipo de problema, não é possível - olhei Dylan com indignação.
- Qual é o problema? - ele parecia ainda mais confuso.
- Estou morrendo, será que você não entende? - ri ironicamente - Vocês só podem ter aquele tipo de doença de gente que curte cadáver.
- Evelyn isso não é Crepúsculo para você achar que é uma garota que já deveria estar morta e que se apaixona por um cara.
- Você não leu Crepúsculo não é Dylan?
- Não.
- Olha o que isso tem a ver com Crepúsculo? - o encarei estressada.
- Não acredito que estou ouvindo isso - Violet começou a rir alto - Vocês acabam de se beijar, a Evelyn faz o seu típico drama sobre estar morrendo e você distorce toda a história de Crepúsculo? - ela riu um pouco mais - Eu vou deixar você a sós - então saiu do apartamento, batendo a porta.
Observamos Violet sair, então nos olhamos novamente. Por algum motivo eu comecei a rir e Dylan também. Aquele com certeza tinha sido um dos momentos mais estranhos da minha vida.
- Olha, eu não planejei isso - ele riu baixo -, não queria ter me atrapalhado tanto para dizer que gosto de você.
- Quer saber - me aproximei dele -, as coisas na minha vida teriam sido mais felizes se eu tivesse pensado em mim antes dos outros ao tomar minhas decisões. Não vou mais impedir minha felicidade - depois de dizer isso beijei Dylan como nunca pensei beijar alguém: sem culpa, sem medo. Ele colocou a mão em minha cintura, nos deixando mais próximos. Pus meus braços em volta de seu pescoço, depois entrelacei meus dedos em seus cabelos loiros. Dylan colocou uma de suas mãos em minha nuca, ainda me beijando. Então me soltei bruscamente.
- O que foi? - ele me perguntou.
- Nada, é que...
- Que...? - ele me encarava.
- Nunca beijei alguém assim - falei envergonhada.
- Porque antes você era uma garota de 15 anos, praticamente uma criança. Pelo menos uma criança com juízo, até onde eu sei - ele disse rindo.
- A única pessoa que namorei foi Richard. E nossos beijos não eram assim. Eu o... o amava... Mesmo assim não era desse jeito.
- Nós só estamos nos apaixonando... - ele me olhou meio desconfiado - pelo menos eu estou apaixonado por você.
- Acredite, eu também estou gostando de você - o olhei de cima em baixo -, e é uma sorte alguém gostar de mim, quero dizer... Alguém tão...
- Tão...?
- "Uau!" - fiz um gesto com a mão como se estivesse o analisando.
Ele riu. Olhei para ele, que parecia fitar o fundo dos meus olhos. Eu não estava pensando em Richard, e isso de alguma forma me fazia bem.
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