Amigos

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          - De branco - ele disse me olhando irritado - quero vê-la entrando na igreja de branco.

          - Nem na igreja eu queria entrar Richard - eu o encarei -, quero um vestido bege. 

          Ele me fuzilou com os olhos. Eu não o entendia, Richard era um guitarrista que havia decidido casar comigo, uma garota que não queria nem mesmo um namorado e agora estava me obrigando a entrar de branco. 

          - Qual é o seu problema? - olhei para ele.

          - Nada, só não acredito que tenha aceitado se casar comigo, depois de tantos "não's".

          - Eu te amo, é isso.

          Ele me abraçou. Não éramos apenas noivos, éramos amigos antes de tudo. Tudo o que tínhamos passado juntos nos ajudara a entender quem somos. E entendi que sou mais que uma pobre garota com câncer. Depois de tudo o que passamos, ficarmos separados era pior que a morte. Mesmo que não tivéssemos uma vida juntos, teríamos tido momentos inesquecíveis e seríamos parte um do outro. Richard sabia muito bem que eu o amava ao ponto de querer deixar que ele seguisse em frente, mas ele me amava de uma forma maior que essa. Ele faria que meus últimos momentos fossem os mais belos de serem vividos. E isso era algo que ninguém além dele poderia me dar. 

         - Você sabe que o que sinto por você é eterno, não sabe? - Ele me olhou no fundo dos meus olhos. 

          - Sei - sorri. 

          Fomos até o parque em que havíamos nos reencontrado. Fazia sol, como da primeira vez em que nos vimos. Nos sentamos na grama e começamos a rir sem nenhum motivo. A verdade é que estarmos juntos parecia impossível, como neve na primavera. 

          - Não jogue esse presente no lago como fez com o álbum - ele disse rindo e me deu um anel de prata escrito "Serpentine".

         - Ah, entendi - fiquei envergonhada, então ri.

         Ele colocou o anel no meu dedo então eu acabei chorando. Ele pareceu não entender, então me beijou. 

        - Sem choro Evelyn - ele riu da minha cara.

        - Seu idiota - o empurrei, então ele me abraçou. 

         E ficamos ali rindo até o anoitecer, como se o dia fosse inacabável, ou como se fôssemos eternos. Não importava desde que continuássemos juntos.

 Não importava desde que continuássemos juntos

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Só Mais Um Dia - Parte II Onde histórias criam vida. Descubra agora