Que nada me impeça de te amar

Será?

Por Hanna Carter             

               —Onde ela está? —ouço a voz do meu pai e estou deitada no quarto, onde eu estava o esperando chegar, com o Max ao meu lado me dando carinho.

               Decidimos que o Max vai ficar aqui mais um pouco, já que o espaço é maior e acaba sentindo falta.

               —Ei, minha filha. Vamos? —meu pai me chama ao entrar no quarto, mas só consigo chorar.

               —Eu conversei com o Victório e ele está certo, filha. Será provisório, pelo menos até pegarem aquele desgraçado. —diz acariciando meu braço, mas para a minha tristeza, sei que o Marcelo nunca vai ser pego. —Vamos logo, não quero que o Marcelo ache que vocês o ignoraram. 

            Meu pai fala e meu ódio pelo Marcelo só aumenta. Levanto da cama e por mais que eu tente, não consigo fazer minhas lágrimas pararem. Ando pra fora do quarto e sigo para a sala onde Victório está sentado com as mãos nos cabelos e cotovelos nos joelhos. Quando ele me ouvi chegando, levanta a cabeça para me olhar e percebo que está com os olhos avermelhados, me fazendo chorar ainda mais.

           —Vem cá. — chama e eu vou até ele, o abraçando forte, inalando seu cheiro.

            —Não vou conseguir ficar sem você, baby. 

            Digo chorando, sentindo sua respiração descompassada e ele me faz olha-lo. Seu lindos olhos azuis estão repletos de lagrimas, igual aos meus.

            —E se demorarem a pega-lo? Ou pior, não ser pego? Isso é o nosso fim?—  questiono chorando e ele me aconchega em seu peito.

            —Eu te amo tanto! Se cuida, vida !—ele fala e eu apenas choro.

            —Vamos, filha? —meu pai fala atras de mim e meu desespero aumenta vendo que é o nosso fim.

           — Você me prometeu um encontro, sabia? —falo chorando, sentindo raiva por tudo, me referindo ao nosso casamento, enquanto me separo do seu abraço.

          —Eu sei, me perdoe! —ele fala com as lágrimas dele dançando em seu rosto, respiro fundo tentando segurar o choro.

           —Vem, Neni. Sua mãe está te esperando em casa. —meu pai avisa, me puxando pelo braço.

            —Não vou pra la, vou pro meu apartamento. —comunico pegando minha bolsa que caiu no chão.

          —Não pode ficar sozinha. —Victório diz preocupado.

          —Vou ligar para o Simões e ver o que ele sugere sobre a tal emboscada que comentou ontem. Não vou ficar parada, enquanto sofro. —falo saindo da casa e indo para onde meu pai estacionou o carro.

           —É perigoso. —Victório fala andando atras de mim e eu entro no carro.

          —Eu entendo a situação dele, mas preciso dar um jeito nisso.

          —Pronta? —meu pai pergunta ao ligar o carro e Victório fica me olhando nos olhos.

           —Estou! —respondo baixinho, com as lagrimas escapando de meus olhos e ele sai com o carro da casa do Victório.

         —Quero ir na delegacia, pode me levar, pai? —pergunto e ele concorda com a cabeça.

           Recebo uma mensagem no meu celular e quando olho, meu coração se aperta mais ao ver que é do Victório.