Precisamos conversar

8.9K 921 24
                                    

           Entro debaixo do chuveiro lavando as lagrimas, assim como a areia dos meus pés, ainda sem acreditar. O que deu na cabeça do Marcelo pra fazer uma coisa dessas? Eu nunca pensei que ele seria capaz de me infernizar tanto, mas é o que está fazendo.

            E porque o Victório não acreditou na minha palavra? Eu tenho provas suficientes para mostrar que eu não estava com o Marcelo, mas porque tenho que provar? Minha palavra não basta?

            Volto para a cama e choro o suficiente para aguar todas as plantas do deserto. com o Max insistindo em ficar deitado comigo. O abraço e choro.

            Meu coração dói e eu sei que poderia acabar com esse sofrimento, apenas mandando uma das selfies que tirei com seu João para ele, mas meu amor próprio está falando mais alto. Abraço o Max e choro por tanto tempo que acabo dormindo.

            Acordo antes do despertados e ao lembrar de tudo, meus olhos se enchem de lagrimas. Fico de olhos fechados, com minhas lagrimas saindo sem parar por um bom tempo, até o despertador cumprir sua função e eu precisar levantar.

            Me olho no espelho e estou com os olhos bem inchados de tanto chorar e a dor de cabeça virou minha melhor amiga. Não quer me largar de jeito nenhum. Resolvo ligar para meu pai e dizer que não irei trabalhar hoje.

            —E por que andou chorando? —ele pergunta e acabo explicando o que aconteceu, o deixando puto com o Marcelo.

            —Neni, o Victório te ama e por isso ele ficou cego ao ver essas fotos. É compreensível! É bem simples o porque dele ter feito essa cagada, não aguentou ver você com outro. —diz tentando amenizar o lado do meu namorado, enquanto limpo a sujeira do Max.

             —Eu sei, ele tem todo o direito de esbravejar, ficar puto, mas tem que aprender a confiar em mim. Amar é fácil, difícil é passar pelos problemas diários e fazer isso sem confiança é o mesmo que querer andar sem pernas. Impossível!  —mostro a ele meu ponto de vista e ele concorda.

           —Quer que a gente passe aí depois? 

          —Não precisa, estou triste, mas não se preocupa. Estou pensando em ir no centro desestressar. 

          —Acha uma boa ideia? —pergunta e eu faço um "uhum" como resposta. —Se precisar, estamos aqui. Eu te amo! 

           —Tudo bem! Também te amo!— declaro e desligo a ligação, ao meu tempo que acabo de por comida e água pro meu bebê.

          Tomo um banho demorado, tentando fazer meu corpo reagir. Visto um shortinho colado laranja, top preto, amarro os cabelos num rabo de cavalo, calço meu tênis, beijo o Max e vou para o centro após pegar as coisas que preciso.

            —Bom dia! —  cumprimentando com um beijinho no rosto o ricardo e a Gi que conversam na recepção. —Posso praticar hoje? 

           Enquanto questiono, vejo o Victório entrando pela porta principal do lugar. A julgar pela roupa esportiva, ele fez o mesmo que eu e não foi trabalhar.

           —Claro! O tempo que precisar. —Ricardo autoriza sem problemas.

           —Bom dia! —Victório fala ao se aproximar, enquanto me olha, mas todos respondem em cumprimento.

Saio de perto deles, caminhando para o lugar onde os materiais de segurança se encontram e separo os que irei usar. Próximo a mim, Victório começa a fazer seu alongamento, assim como eu e percebo que está mais calmo, mas não quero conversar com ele aqui.

Que nada me impeça de te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora