Competindo entre amigas

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              — Não vale roubar, Gi. —aviso enquanto passando giz nas mãos.

              —Vamos ter que passar pelas três paredes de escalada. Iniciante, mediana e avançada, quem chegar aqui primeiro ganha. —Thaís fala agitada parecendo a louca das competições.

              Seu olhar vibra com a adrenalina e vou ter que me esforçar para ganhar essa porra.

              —E quem perder, vai encarar a platéia, quem está preparada? —ela fala e olhamos para trás.

             Todos os amigos estão sentados, nos olhando e esperando a tal competição. Acreditem quando eu digo que está rolando uma aposta e quem está em alta é a Gi. Posso com isso?

             Se você tiver apostado na Gi vai ficar sem namorar hoje. —falo apontando para o Victório com o dedo indicador e todos riem.

             —Eu vou apostar em você, vida. Com certeza! —ele fala sorrindo, mostrando "medo" de ficar sem sexo e todos riem da rápida defesa dele.

            —Bora? —Thaís pergunta vendo todas com o giz nas mãos e concordamos.

            —Vou contar até o três e apesar de ser uma competição, façam com responsabilidade. —Ricardo avisa e começa. —Preparem-se! 1,2... eee 3! 

             Ele fala e fomos para a parede iniciante como combinado. Começo a subir sem ficar olhando para as meninas ao lado e como já fizemos isso trocentas vezes, nenhuma de nós enfrentamos resistência. Subimos e descemos numa boa, indo para a segunda parede, a mediana.

           Subo a parede com 4 metros de altura e escuto um: vai amor!  Vindo do Ricardo para a Gi e isso me motiva a ir mais rápido.

           O melhor é tentar esquecer a pressão e tentar subir com agilidade e segurança. Quem sabe assim cometo menos erros. Subo com garra e uma imagem do apartamento todo revirado vem em minha memória.

           —Não posso ficar pensando nisso! —afirmo baixinho enquanto desço a parede mediana.

           Com muita calma, começo a subir a terceira e perigosa parede , com 6 metros de altura. Eu quero ganhar, mas vou com cautela para não cair de novo. Na metade da parede, a Gi embarreira do meu lado e subimos juntas.

           Eu não preciso ganhar, estou amando esse esporte e sei que sou muito boa. Até porque, elas fazem isso a mais tempo que eu. Penso nisso tudo enquanto subo.

           Quer saber? Não preciso ganhar, mas eu QUERO ganhar. Vai ser demais zoar as meninas e tirar esse clima ruim que o Marcelo plantou na minha vida. Me dedico ao máximo que posso e quando começo a descer a Gi grita: EU VOU GANHAAR!!

           —Ah...mas não vai mesmo! —afirmo confiante ouvindo o povo la de baixo rindo.

            Meu empenho para ganhar deixaria muitos professores de academia surpreso e quando dou por mim, só falta cerca de um metro e meio para chegar ao chão. Desço o resto que falta e fico muito feliz, levantando os braços para comemorar, mas não falo nada, pois as meninas ainda estão descendo concentradas e podem cair.

            —Uhuu!!! Ganheeei!!! —grito fazendo uma dancinha com todos rindo, assim que as três chegam ao solo, fingindo estarem puta de raiva.

Que nada me impeça de te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora