Que nada me impeça de te amar

Tenho seguranças!

           —Ele tem que ser preso logo, amiga. —Gi fala pelo celular, após eu contar sobre o Marcelo ter invadido meu apartamento.

         —Ele está louco, Gi! —digo terminando de fazer minha make, enquanto o Victório está se arrumando no quarto.  —Mais tarde conversamos direito, vou acabar de me arrumar. Beijo!

           Me despeço dela, desligando a ligação, após ela se também despedir. Termino de me arrumar, fazendo um coque em meus cabelos como penteado e após calçar minhas sandálias, saio do closet.

            —Pega uma muda de roupa e seu tênis para irmos no centro depois. —ele fala já com sua mochila nas costas e pasta de trabalho na mão.

          —Tudo bem! — concordo já pegando as peças sugeridas.  —Ei meu filho, as coisas estão diferentes agora, mas você vai gostar desse espaço. Né?!

         Falo com o Max sorrindo, enquanto cuido dele, que agora tem um quintal enorme para brincar.

           Ontem, antes de dormir, combinamos, mesmo a contragosto da minha parte, de irmos juntos todos os dias para o trabalho. Não me sinto a vontade em perder minha independência, mas prometi para ele que iria aceitar até isso tudo ser resolvido.

           No caminho para o meu trabalho, Victório pede para eu dirigir seu carro, para poder ligar para a empresa de segurança. Conversando ao meu lado, fica combinado de mandarem 2 homens para fazer a minha segurança e mesmo odiando a ideia, preciso reconhecer que é o melhor.

          —Toma cuidado, baby. —falo e o beijo, já em frente a obra do shopping.

         —Vou tomar, não se preocupe. Eu venho para almoçarmos juntos. —diz após o beijo e eu concordo pronta para descer do carro.

           Saio do veículo e caminho para o meu trabalho. Encontro o Rafael dando ordens e tudo parece está na paz barulhenta de sempre. Afinal, isso aqui é uma obra e quem falou que obra é calma?

             A manha foi de muita turbulência, não por causa do Marcelo, mas sim por um detalhe da obra que não estava batendo com a planta.

            —Vou almoçar agora e mais tarde vou na prefeitura para liberarem isso logo. Provavelmente irei ficar presa la a tarde toda. —falo com o Rafael dentro do trailer.

          —Concordo! Temos que agilizar essas tubulações o mais rápido possível e enquanto isso vamos dando sequência a esse lado. —diz apontando na planta e estamos lado a lado em frente a mesa.

            —Atrapalho? —ouço a voz do Victório atrás de nós e quando me viro para olhar, o vejo com as mãos nos bolso e com a expressão de raiva.

          —Não, baby! Rafael esse é meu noivo Victório Thompson e esse é o supervisor encarregado de tudo aqui, vida. —declaro os apresentando.

             Eu até poderia está em chiliques, com medo da reação do Victório, mas ele precisa confiar em mim.

            —Tudo bem, Rafael? —Victório pergunta ainda com as mãos nos bolsos.

            Não adianta! Quando o Victório não gosta, não gosta e pronto. Por isso combinamos tanto.

          —Tudo bem! Eu já vou indo Hanna. Tchau parceiro!  —Rafael fala e sai do trailer.

            —Estou pronta, vamos? —

           O chamo, colocando minha bolsa no ombro e ele pousa sua mão logo abaixo das minhas costas para me guiar, saindo do trailer em seguida. Caminhamos até seu carro de mãos dadas e fomos rumo ao restaurante.