Easy

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  Tive dificuldade de abrir os olhos, mas fui obrigada, quando as seis da manhã, ouvi risadas altas ecoando. Calliope rodava Sofia pelo quarto, beijando sua bochecha,e a garotinha gargalhava, a cabeça caída em seu ombro. Eu reclamaria do barulho. Gritaria com Callie e diria a ela que era uma irresponsável e que Sofi não podia se mexer assim,nem podia ter sido desconectada dos fios. Mas a única coisa que pude fazer na hora foicorrer para perto das duas. 

- ARIZONA! EU ACHEI QUE VOCÊ TINHA MORRIDO! - A pequena exclamou. Vê-la tão viva, tão feliz, fez a emoção escorrer pelos meus olhos. Abracei as duas ao mesmotempo - Calma, eu só achei. 

- Ela está chorando porque achou o mesmo, sunshine. E porque ela me ama - Justificou Callie. 

- Cale a boca, Calliope - Respondi, rindo entre as lágrimas.

 Amelia entrou na sala na mesma hora e olhou para a cena, com um sorriso bobo no canto dos lábios. 

- Bom dia! É uma péssima notícia para dar ás seis da manhã, mas eu sigo ordens, então vou ter que levar Sofia para alguns exames. Você quer vir, Sofi? 

- Não! - Ela gritou e escondeu o rosto no pescoço de Callie, que acariciou seu cabelo e lançou um olhar para a pediatra como se pedisse desculpas. 

- O que está acontecendo, Amelia? — Me aproximei dela e tentei manter a calma, mas meu coração estava acelerado. 

- Precisamos fazer exames para ver a urgência da cirurgia. Perdão pela pressa. 

- Cirurgia? 

- Para a retirada do tumor - Ela sorriu como se tudo fosse tão simples, e eu não consegui não sorrir de volta. Seus olhos eram dóceis - Depois que retirarmos, ela vai precisar ficar sob observação rigorosa. Mas não se preocupe. Só vamos observar se acirurgia causou algum dano, o que, geralmente não acontece. Temos ótimos neurocirurgiões. E além disso, vão poder ficar com ela. E depois iniciaremos as sessões de quimioterapia e radioterapia. Aí, definitivamente tem efeitos colaterais. O caminho é cheio de dúvidas e medo, Srta. Robbins. Mas eu peço a vocês que fiquem do lado da garotinha,não importa o que aconteça. Digam a ela que é forte. E estarão dizendo pra vocês mesmas. 

- Me chame de Arizona - Sorri e apertamos as mãos - Alguma informação sobre os custos do tratamento? 

- Oh, não será preciso. Addisson pagou um plano que vai durar pelo menos até a pequena conseguir pagar um. A única função de vocês é dar apoio, e estão fazendo isso muito bem. Agora, preciso de ajuda com a pequena. 

Callie e a garotinha conversavam em sussurros, me aproximei devagar. 

- Posso saber qual é o assunto, Sofia? 

- Eu não deixo você namorar com a Amelia! Só deixo você namorar com a Callie. - Anunciou, tentando erguer a cabeça. Em um movimento rápido, peguei a menina em meus braços. Ela estava sem movimento algum, do pescoço para baixo, e isso me assustou muito. Mas tentei manter a calma, e sussurrei em seu ouvido. 

- Se você for fazer os exames, Callie e eu vamos ficar sozinhas - Torci para que ela entendesse o que eu queria dizer com aquilo. E ela entendeu, percebi quando me olhou de um jeito "malicioso". A entreguei nos braços da pediatra, que se despediu e saiu da sala. E ainda pude ouvir a voz da pequena ao sair falando de suas duas mães. 

                                                                                                   Xxx 

Calliope era imprevisível. Ela pediu permissão á Amelia para que saíssemos, e pediu que ligasse se algo acontecesse. A doutora concordou, dizendo que precisávamos de tempopara nós. E então a morena me levou para fora do hospital, e depois para dentro do carro,onde colocou uma venda em meus olhos. Eu sentia o carro deslizar devagar pela estrada.Ouvia sua voz juntar-se a de James Blunt. Sentia o vento bater em meu rosto e balançar meu cabelo porque a janela estava aberta. E as vezes, a mão de Callie sobre a minha. 

The RestartOnde histórias criam vida. Descubra agora