Era um lindo fim de tarde de outono, e depois que Sofia acordou de um cochilo, nós comemos, tomamos um banho e fomos dar uma volta no quintal. Seu vestido rosado com algumas nuvens estampadas era tão belo quanto o céu naquela hora, com tons alaranjados, rosas e azuis.
Quando Callie chegou, meu coração disparou e meu sorriso se abriu, como se eu não a visse há anos. A caminhonete - que eu precisei me esforçar para convencê-la de que podia usar também, quando quisesse, a menos que quisesse fugir de mim ou cometer um crime - parou ao lado da casa, a porta se abrindo logo depois. Sofi ficou olhando para depois correr para os braços da mulher, que a esperava com um sorriso radiante. Callie a lançou no ar e depois trouxe de volta, beijando sua bochecha.
- Senti sua falta, sunshine - Pude ouvir quando me aproximei.
- E eu senti a sua - Falei, tentando conter meu sorriso. Que droga. Ela me deixava tão boba. A mulher beijou a bochecha da pequena Sofia antes de colocá-la no chão e se aproximar de mim. Eu podia ver as cores do céu em seus olhos claros.
- Sentiu? — A morena segurou meu rosto com as duas mãos para depois descer até minha nuca, fazendo carinho. Suspirei.
- Muita, Torres.
Ela sorriu. Aquele sorriso de canto e aquela sobrancelha arqueada, que eu entendia perfeitamente. E então inverteu nossas posições, me colocando contra a porta do carro.
- Você não tem ideia do que eu faria agora se não tivesse uma criança aqui, Robbins - Sussurrou, me beijando de forma ardente por menos tempo do que eu queria. Porém, como a perfeita provocadora que ela era, mordeu meu lábio e se afastou, me deixando encostada naquele carro, observando suas curvas na saia apertada enquanto ela corria atrás de Sofia, arrancando gargalhadas. Não pude ficar brava vendo a cena.
- Temos que entrar, crianças - Anunciei me dirigindo á porta.
- Ela é a mãe chata, ignora - Callie sussurrou. Lancei um olhar furioso em sua direção, e assim que ela percebeu, sorriu envergonhada. Entramos em casa entre risadas,até que eu chequei o relógio e percebi que era a hora do remédio de Sofia. O momento do dia anterior voltou a acontecer, mas novamente, Callie resolveu isso, e ela tomou o remédio. Falamos sobre o nosso dia até sentir a respiração da menina entre nós se acalmar. Ela adormeceu.
Levantei os olhos para a morena que me observava atenciosamente, e exibiu um sorriso lindo ao encontrar meus olhos.
- Eu fiquei tão feliz em saber que você está escrevendo, principalmente quando soube o assunto. É genial, Arizona.
Sorri timidamente, eu nunca sabia lidar com elogios.
- E o emprego?
Callie segurou um sorriso no canto dos lábios.
- Hmmm, não posso falar sobre isso. É surpresa.
- Oi? - Pisquei várias vezes tentando assimilar aquilo. Ela não podia falar no que talvez estivesse trabalhando?
- Amor...você está trabalhando como prostituta ou algo assim? - Perguntei. Ela gargalhou e me puxou para seu colo, colocando meus olhos nos seus de novo.
- Talvez. Eu me sairia bem, não?
- Sairia bem da porra do emprego, Calliope Torres. Você seria ótima se demitindo.
Ela gargalhou de novo, voltando a me olhar depois com um sorriso bobo, balançando a cabeça negativamente.
- Por que você tem que ser tão idiota, e tão sexy? - Enrolei seu cabelo em meus dedos e puxei levemente. A morena segurou minha cintura com força, me puxando mais para perto e eu suspirei quando ela desceu sua boca por meu pescoço, subindo de novo para chegar até meu ouvido.
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The Restart
Romance"Como uma pessoa pode causar o mesmo efeito em outra depois de anos? Depois de decepções, de lágrimas, de gritos e términos, depois de seguir em frente e quase acreditar na ilusão de ter superado Calliope Torres ainda me deixava nervosa como uma men...