New Year.

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- Porque as pessoas usam branco nessas festas? — Sofia questionou, analisando algumas fotos de festas de ano novo. Ela havia ficado curiosa sobre a festa que iria naquela noite, na nova casa da April a ruiva realmente não perdia tempo e pediu para ver algumas fotos em uma revista. Mas estava ficando irritada por ver tanto branco.

- Um saco para nós que adoramos preto não é Sofi? — Callie resmungou, esfregando o nariz na bochecha da criança, que riu.

- Não gosto tanto de preto! Mama Ari disse que você gosta.   

- E ela é clichê. Nós góticas ignoramos esse tipo de pessoa.

Ri e voltei a me concentrar na escrita. Nós três estávamos em um fim de tarde perfeitamente agradável, jogadas na grande cama de casal, conversando. A festa seria daqui a algumas horas e eu não estava com a menor vontade de parar de escrever para ir. Mas Sofia estava animada para saber como era a tal virada do ano. Estávamos tentando convencê-la de que a Terra não daria um giro ou milhares de estrelas cadentes passariam, mas ela falava do evento como se algo muito importante fosse acontecer.

- Nós podemos comprar fogos de artifício? — Ela perguntou, soltando a revista e subindo no colo de Callie.

- April comprou a loja de fogos inteira. As festas daquela mulher... você fica bêbada só por estar lá.

- Amor — Callie repreendeu, abraçando a garotinha no seu colo, que entrou na brincadeira me olhando séria. Olhei para as duas com um sorriso de canto. Os braços finos de Sofia em volta do pescoço de Callie, que a abraçava, as bochechas dasduas coladas. Coloquei meu notebook na mesinha de vidro ao lado da cama e liguei a câmera, e ela mostrou nossa imagem.

- Mas que merda... — Callie murmurou quando iniciei um vídeo. Sofia fuzilou com os olhos.

- Mas que merda! Não fala isso. É muito feio.

Callie rolou os olhos e levantou a pequena no ar, a derrubando na cama logo depois e iniciando uma sessão de cócegas. Agargalhada veio cheia de gritinhos animados.

- Então você também não pode falar. Promete que não fala? — Entre gargalhadas, Sofi ainda respondeu "não". Callir aumentou a intensidade das cócegas, com um sorriso enorme no rosto.

- Tá, tá, tá, prometo — Ela gritou, empurrando as mãos de Callie para longe e pulando em meu colo — Me protege dela, mamãe Ari. Ela tá virando um monstro.

Sorri e beijei a bochecha de minha filha, sorrindo para a câmera logo depois.

- E isso é o que eu chamo de família. E o que eu chamo de amor.

- VOCÊ ME CHAMA DE AMOR — Callie quase gritou atrás de mim. Ri e desliguei a câmera, tendo certeza do quanto eu amava minha família, e de que precisava gravar mais vídeos.

                            Xxx

Me olhei no espelho pela última vez antes de sair do quarto. Nada mal, Arizona Robbins. Para quem não ia para uma boa festa há algum tempo, eu estava me dando bem. Usando um vestido branco de mangas longas, que chegava até meus pés, calçados por uma delicada sandália dourada. Meu cabelo estava solto, o corte nos ombros e os brincos longos me deixando mais elegante. Em outra ocasião, eu não me admiraria no espelho antes de sair e afirmaria que sim, eu sou bonita. Antes. Mas a convivência com Sofia tinha me mudado em vários aspectos, e um deles era a auto-estima. Você não sabe o quão maravilhoso é ter a certeza de que você está linda. Sentir que se você não receber nenhum elogio, mesmo assim, está linda, porque você mesma acha isso. É simplesmente incrível.

A porta se abriu - leia quase foi derrubada - e Sofia entrou, se arrastando até mim com um sorriso no rosto. Ela estava tão bonitinha. Uma tiara de elástico azul escuro enfeitava sua cabeça, combinando com as flores azuis nas mangas, na gola, na cintura e na barra do vestido branco, e a sapatilha azul de veludo. Callir realmente era boa com a coisa das roupas.

The RestartOnde histórias criam vida. Descubra agora