The Restart

Christmas Gifts.

  - Você está tirando minha atenção daqui, Arizona. Eu vou acabar queimando — Callie avisou pela milésima vez naquela hora. Ela estava preparando ovos e bacon para o café da manhã usando um sobre tudo preto, meia calça preta com desenhos em alto relevo e  uma bota também preta, com detalhes prateados, pronta para o trabalho misterioso. E eu estava abraçada á ela por trás, beijando sua nuca sempre que podia só para vê-la se arrepiar e me repreender novamente.

- Quem se importa com bacon? Eu estou queimando. Você fica muito sexy assim. Ah, Torres, se alguém nessa merda de trabalho que eu não posso saber, ousar olhar para você com desejo, eu juro que você não sente mais nem o cheiro de lá.

- Possessiva.

- Idiota — Saí de perto dela e fui até a mesa, tentando organizar o que já estava organizado. Odiava que Callie fosse tão perfeita que eu não tivesse motivos para desconfiar dela sobre o emprego, mas eu me sentia insegura. O que poderia ser tão ruim a ponto dela simplesmente esconder de mim? Por que eu podia falar tão abertamente sobre o meuvemprego e ela não? Tentei ligar isso a April de alguma forma, ainda pensava na nossa conversa e em como ela parecia me esconder algo. Mas ela era empreendedora. Trabalhava com empresas, fornecendo idéias, criando. Nada daquilo parecia com Callie, eu acho. E ela não teria porque me esconder.

Só saí do mar de pensamentos em que estava afogando quando senti as mãos de Callie massageando meus ombros, tirando o cabelo de lá. Fechei os olhos e suspirei, meu corpo tenso lutando para relaxar.

- Sabia que eu sei exatamente o que você está pensando? — Ela sussurrou. A voz carregada de carinho. Me virei e a olhei nos olhos. Não era justo que eu mal conseguia raciocionar com aquele olhar em mim.

- Desculpa, Call. Eu juro que me esforço. Eu só...não gosto da idéia de termos um segredo. Parece desleal.

- Ah, amor. Se você soubesse o quão perto está de descobrir — O sorriso em seusvlábios era tão animado que eu não pude evitar sorrir de volta — E se você pensar nisso como uma surpresa, e não como um segredo?

- É bem melhor — Era tão incrível como ela conseguia me fazer esquecer qualquer coisa com poucas palavras e um olhar. Eu me peguei olhando em seus olhos claros deforma apaixonada, tendo aquele olhar retribuido, suas mãos fazendo um carinho em minha nuca e em minha bochecha, meus braços enlaçados em sua cintura.

- Parecemos um casal de adolescentes apaixonadas — Sussurrei. Ela fechou os olhos enquanto arrastava seu nariz em minha bochecha, carinhosamente, até parar e dar um beijo.

- Nós somos. E sempre vamos ser. As mesmas de sempre.

- As mesmas de sempre significa que nós vamos voltar a fazer amor em cima de prédios abandonados?

- Eu simplesmente adoro quando você pega as coisas no ar.

Eu a empurrei, mas ela voltou rindo e me roubou um selinho. Tinha que ir, percebi pela forma que me beijou como se fosse a última vez, depois me olhou nos olhos e sussurrou "Eu te amo" pausadamente. E então ela saiu naquele frio. E mesmo isso soando clichê, eu já sentia sua falta.

 Fui até o quarto ver se Sofia já estava acordada, mas ela dormia como uma pedra, abraçando o travesseiro de Callie, os olhos ainda um pouco inchados. Me aproximei para admirar o quão angelical ela era, mas minha atenção foi direcionada para algo no travesseiro em que ela estava deitada.

Eram vários fios meio dourados de cabelo.

Me senti tonta imediatamente. Eu sabia que essa hora chegaria, mas ela parecia tão estranha agora. Não pelo cabelo estar caindo, mas sim porque eu não tinha o jeito de Callie para explicar porque o travesseiro estava cheio de fios de cabelo, e a queda só piorava quando eu passava a mão. Droga. Eu realmente não conseguiria explicar. Decidi tirar tudo aquilo de lá antes que ela acordasse.