Uma semana depois de Callie e eu termos voltado da lua de mel, Sofia e Amina ainda dormiam em nossa cama, com a desculpa de que ainda estavam com saudade. Eu não podia, de forma alguma, negar aquilo, já que era adorável.
Quando acordei, observei a forma que estávamos dormindo por um tempo, não conseguindo evitar o sorriso.
Sofia abraçava minha cintura, e sua cintura era abraçada por Amina, que tinha a cabeça repousada no peito de Callie, que estava acordada. Belos olhos castanhos me encaravam com adoração, um sorriso de canto em seus lábios.
Tão adorável...
- Bom dia, olhos azuis - Sussurrou. Mordi o lábio tentando segurar meu sorriso totalmente bobo.
- Bom dia, olhos castanhos.
Minha esposa suspirou, antes de bocejar e se encolher, chegando mais perto de Amina, que ronronou em seu sono. Callie não estava satisfeita em incomodar o sono da menina. Espalhou beijos em sua bochecha e empurrou com o nariz, tudo com um sorriso brincalhão no rosto.
- Mamãe... - A garotinha resmungou, rindo quando a morena começou a beijar seu pescoço - Para, mamãe! Me deixa dormir!
- Nah, se eu estou acordada, todas tem que estar.
- Então a Sof tem que acordar!
- Exatamente. Me ajuda a acordar ela, vai? Você sabe o quanto sua irmã ama te ver quando acorda.
Amina sorriu, convencida, ainda de olhos fechados. Sofia sempre sorria assim que acordava, mas quando ela via a irmã... era mágico.
A criança sentou na cama, seu cabelo cacheado solto e bagunçado, natural, como nós adorávamos ver em todas as manhãs. Quando ela se inclinou para perto da loirinha, eu pude ver o sorriso aumentando gradativamente em seu rosto.
- Sofi? Pssst, Sofffi. Acorda, Cinderela.
A mais nova abriu os olhos devagar, e como sempre, pareceu confusa assim que acordou. Mas logo depois, abriu um sorriso enorme.
- É Bela Domessilda, Ami! - Ela riu, e puxou a irmã para um abraço. Minhas bochechas já doíam de tanto sorrir. Nada como acordar com aquela sessão de fofura.
Suspirei quando levantei os olhos e Callie ainda me encarava, com um sorriso bobo. O tempo parecia parar quando ela fazia aquilo.
- Maaaaaaaaaaaaaaama - Sofia segurou meu rosto e sorriu quando conseguiu fazer com que nossos narizes se encostassem - É sábado. Vamos ver a vovó, vamos.
Um arrepio percorreu meu corpo. Depois da lua de mel, o assunto Bárbara havia sido conversado uma vez com as meninas, e depois ignorado por nós. Por mim. Fiquei feliz com a carta. Fiquei feliz que aquilo aconteceu. Mas depois de um tempo, eu descobri que perdão é algo maior. Algo que ainda não havia acontecido. Meu medo, e talvez minha mágoa eram maiores do que a vontade de vê-la, de realizar o desejo das garotas de conhecer a avó. Era tão errado, mas o certo era tão assustador.
- Nós conversamos sobre isso depois, ok? - Sussurrei para Sofi, beijando seu nariz, e ela ficou séria na mesma hora.
Bem, tentou ficar, mas aquilo sempre parecia fofo demais. Braços cruzados e um bico enorme.
- A senhora sempre diz isso, e nós nunca conversamos depois - Esbravejou, rastejando para o colo de Callie - Mama Call,vamos ver a vovó, vamos?
- Eu não posso decidir isso, meu amor. Só Mama Ari pode.
- A senhora sempre diz isso, e ela sempre diz que nós vamos conversar depois. Eu estou de mal com vocês duas - A pequena pulou da cama ainda com os braços cruzados, e ficou de costas para nós. Eu riria se não fosse aquele assunto.
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The Restart
Romance"Como uma pessoa pode causar o mesmo efeito em outra depois de anos? Depois de decepções, de lágrimas, de gritos e términos, depois de seguir em frente e quase acreditar na ilusão de ter superado Calliope Torres ainda me deixava nervosa como uma men...