O sol pareceu brilhar mais quando Sofia saiu do hospital. Depois de um banho e depois de se despedir de Amy, ela atravessou a porta confiante, usando seu vestido rosa claro com flores e segurando minha mão e a mão de Callie, porque ainda tinha um pouco de dificuldade em se equilibrar. O câncer ainda nos assustava, mas era impossível sentir algo ruim com Sofia gargalhando a cada de grau da escada do hospital que conseguia descer.
O caminho de volta foi calmo. Sofi estava um pouco cansada e fraca pela quimioterapia, então ficou quieta no banco de trás, olhando a janela. Eu estava morrendo de saudades dela e sabia que Callir também, mas precisavamos entender seu cansaço.
Quando Callie parou o carro em frente a minha casa, olhei para trás, para a pequena Sofia que dormia segurando o cinto de segurança, e depois para a morena ao meu lado, que me olhava com admiração, Deus como ela é linda. Retribui aquele olhar de forma sincera, olhando naquelas pedras castanhas que eu senti tanta falta. Ela segurou meu rosto delicadamente, e se inclinou para chegar mais perto.
- Desculpa por ter deixado você.
- Obrigada por ter voltado - Sorri. Minha namorada riu, baixo, e me deu um selinho demorado. Eu queria depositar toda a saudade que eu sentira naquele beijo. Mas nós fomos interrompidas por uma voz suave no banco de trás.
- Por que as pessoas que namoram tem que fazer isso?
Nós rimos e saímos do carro. Soltei Sofia do cinto de segurança e a ajudei a sair carro também. Ela soltou minha mão e foi andando cambaleante até a porta da casa, como se quisesse provar que conseguia.
- Quero entrar - Ela anunciou, enquanto pressionava o trinco da porta para baixo na esperança de que ela abrisse. Destranquei com a chave e então a pequena finalmente conseguiu abrir - Oi casa, eu senti falta! - Ela quase gritou, e não tivemos tempo de impedir que caísse de braços abertos no chão. Mas não foi necessário impedir. Ela ria,tentando abraçar o chão de madeira. Havia passado um bom tempo no hospital, e queria matar a saudade. Era totalmente compreensível.
Depois disso, Sofi simplesmente pegou minha mão e a mão de Callir e nos levou até o sofá, e nos fez deitar, lado a lado, e então deitou entre nós, e entre um suspiro, ela sorriu.
- A moça da agulha perguntou se eu acho que o que vocês tem é normal - Sussurrou. Mordi o lábio e olhei para Callie, que olhava para mim - Então eu respondi que ter duas mães é melhor do que nenhuma. Eu não sei o que ela quis dizer, mas eu sei o que eu quis dizer - Sofi já começava a fechar os olhos, o sono e o cansaço a consumindo, mas ainda teve tempo de sussurrar - Por favor, não me deixem ficar sem nenhuma mãe.
Foi tudo o que disse antes de pegar no sono. Por mera coincidência ou conexão, Callie e eu beijamos a testa da pequena ao mesmo tempo. Ela olhou em meus olhos com um sorriso sugestivo, e eu sorri.
- Oh, Torres, eu amo todas as intenções nesse sorriso.
- Não tem intenção alguma. É um pedido silencioso para tomar banho primeiro - Sussurrou.
- Eu sempre soube que você só estava interessada no chuveiro.
Sorri e me levantei do sofá, tomando cuidado para não acordar a pequena adormecida. Alcancei o lençol que sempre ficava por perto caso eu dormisse no sofá e cobri a garotinha. Callie passou por mim e beijou meu pescoço.
- Vou ser a primeira a menos que você venha comigo.
- Desculpe, Srta Irresistível, você vai ser a primeira hoje.
- Só no banho - Sussurrou em meu ouvido, e eu suspirei. Eu não sabia o que tinha na voz daquela mulher que me atraia tanto, mas só em algumas palavras, ela conseguia me deixar totalmente caída aos seus pés. Callie me deixou com meus devaneios e meu desejo e foi tomar banho.
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The Restart
Romance"Como uma pessoa pode causar o mesmo efeito em outra depois de anos? Depois de decepções, de lágrimas, de gritos e términos, depois de seguir em frente e quase acreditar na ilusão de ter superado Calliope Torres ainda me deixava nervosa como uma men...