Amando Traficante

capítulo 36

Alana Narrando..

Depois que Karen ligou para Julia. Karen ficou tentando me consolar, mas só tentou.. porque não adiantou.

Karen não sabia mesmo consolar alguém, porque cada vez que ela abria a boca era uma frase que me fazia chorar mais ainda.

Logo ouvi a campainha tocar, Karen foi descer mas eu a impedir. O Alisson iria abrir e afinal, ela estava fazendo uma massagem maravilhosa em mim.

Logo ela entrou no quarto com um semblante normal e quando nos viu com cara de bunda, seu semblante mudou.

- Ei, o que aconteceu gente? - perguntou caminhando até a gente.
- Amiga, eu.. eu tô - chorei.

Não consigo, não consigo nem acreditar nisso.

- Tá o que Alana? - perguntou largando o seu celular na cama e caminhando até a mim, com sua barriga.. o que me deixou mais triste, eu não quero ter essa melancia.

- Eu tô grávida Julia - disse e ela fez uma cara surpresa.

- Aí, aí meu Deus - disse sorrindo - e por que você tá assim? - perguntou.

- porque eu tô grávida né - falei como se fosse óbvio.

- Ah, pelo amor de deus Alana, não me diga que você esta querendo tirar? - perguntou.

- Claro - afirmei - isso.. isso, vai estraga minha vida e as festas? E o meu vício? Que eu não consigo largar por nada, do que adianta deixar vim, se vai sofrer e.. sei lá sabe, eu não estou preparada. - falei.

- Alana, o que estraga nossas vidas são festas e vícios, é bom? Sim, mas depois o resultado é feio. Você não acha que minha gravidez não veio de festinhas, rolezinhos e bailezinhos? Veio sim. Foi um sexo após um baile que gerou essa criança. Foi uma consequência e eu sou muita grata de ter sido essa, pois e se fosse um estupro? Uma doença? Se fosse uma consequência ruim ao ponto de estragar fodidamente minha vida? Se eu estivesse em casa lendo um livro.. Talvez não teria acontecido. Mas eu me arrisquei e resolvi subir o morro, e me envolvi logo com quem.. O dono!.. e você acha que eu não quis no início? É claro. Mas porque eu ia tirar a vida de um bebê que não tinha culpa? Que surgiu com minhas escolhas. Eu sei que é complicado, a gente não consegue se imaginar com uma criança, acha que vai fazer tudo errado. Mas ninguém nasce sabendo, o que custa tentar? Ninguém nasce sabendo beijar, a gente aprende fácil né? Então pronto. - disse e eu chorava - eu sei que ser mulher de bandido não é fácil, se antes você era odiada, agora você fica jurada. Mas.. São tudo consequências. E devemos passar por elas. Eu tenho certeza que o Zezinho é um ótimo homem e com certeza vai ser um ótimo pai. E se ele saber disso ele vai ficar muito feliz. - ela também chorava - por favor cara, não mata uma vida inocente, ela não tem culpa do que você mesma fez. - ela por fim terminou.

Cara, eu só sabia chorar.

Como eu pude ser tão idiota?.

Eu, eu não quero ser uma assassina.

Eu não posso ser egoista desse jeito, não posso.

Eu não tive reação só abracei ela. Um abraço bem apertado, que por um lado me confortava.

- você tem razão, me desculpe - falei - eu sou uma inútil.

- você não é uma inútil, você.. Só foi um pouco idiota por que estava com medo - Karen disse também chorando.

- Sim, mas.. eu não sei nada. Eu preciso da ajuda de vocês - falei.

- Iremos te ajudar sim, pode contar com a gente - Julia disse sorrindo segurando a mão de Karen e a minha.