capitulo 42

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Já se fazia 2 dias que eu estava ali junto com minha sogra, estavamos sujas, cansadas e com medo. Volta e meia, a gente via movimento dos meninos para despistar o pessoal do Vidigal. Que estão nervosos. Eu imagino.

Principalmente o Ks que tem eu, seu filho e sua querida mãe aqui. Ele deve tá muito mal! Eu imagino.

Logo a porta se abriu, era um menino que eu não conhecia, ele estava com um celular. Ele tirou uma foto nossa que estávamos em estado deplorável e saiu rindo.

- você está bem, Júlia? - Íris perguntou?

- acho que sim - menti.

- não, você não está - veio até a mim. - você está fervendo Júlia - disse colocando sua mão sobre minha testa.

- eu não tô bem. - falei deixando um sorriso escapar.

- é claro que não, desde que chegamos aqui não comemos nada. - Íris disse. - sera que se eu falar com eles..

- não, não faça isso - me assustei. - eles vão usar isso para se vingar do Ks. - falei.

Logo a porta foi aberta. Era o tal do Matarindo, desde o primeiro dia aqui que eu não via ele.

- Eai puta prenha. E mãe do filha da puta - ele gargalhou.

- ela esta passando mal. - Minha sogra disse acariciando meu cabelo.

- é? E eu com isso? Por mim ela pode morrer. - ele gargalhou. - ela e essa praga aí. - disse me puxando pelo cabelo.

- tá me machucando - falei chorando.

- fodasse - ele disse passando a mão pelo meu corpo e logo alcançando meu peito. - você é uma delícia.

Ele apertou meu peito fazendo eu soltar um grito e logo deu um tapa em minha cara.

- cala a boca caralho. Vou te fuder todinha, mesmo estando grávida. - ele disse. - fuder uma grávida é mó gostoso tá ligada? - disse me deixando com nojo.

Logo o rádio dele apitou desesperadamente e ele caminhou até a porta.

- eu volto ein - ele disse piscando para mim.

Logo ele saiu.

Íris veio me abraçar, eu estava enjoada e confusa. Porquê isso está acontecendo comigo.

Saiu de seu abraço e vomitei naquele chão de cimento. Sentir Nicolas chutar.

- calma meu amor - falei chorando.

Limpei a boca e Íris me olhou com os olhos lacrimejando, logo seu olhar foi para outro local.

Íris levantou e caminhou até a porta que estava aberta ela logo me olhou.

- vem, precisamos ser rápidas.

Levantei e fui atrás, corríamos pelo corredor. Logo ela me puxou ao ver um pequeno movimento na sala.

- tem uma janela ali, você pula na frente. - Íris disse.

- mas e você? - perguntei.

- eu te alcanço - ela me lançou um olhar e logo sorriu me deixando mais calma. - ali, um celular - disse e eu olhei para a bancada, tinha um iPhone 6 com a capinha rosa, ou seja, tinha mulher aqui. Íris pegou e me entregou. - toma, tenta ligar para alguém. Agora vai.

Abracei ela.

- É para você vim. - falei - por favor. - ela assentiu me ajudando a pular.

Era um matagal, eu consiguia ver alguns meninos armados mas me escondi.

Logo ouvi uma gritaria e olhei para trás, alguns garotos segurava Íris e gritavam com ela. Ele me olhou e fez sinal para mim correr. Eu apenas obedeci e corri. Eu estava fazendo isso por Nicolas. Logo ouvi dois tiros para o alto e sentir alguém correr atrás de mim. Comecei a correr mais rápido. Só tinha mato ali, e eu estava descalço o que dificultava já que meu pé estava cortado. Mas eu corria demais. Logo caí!

Me rastejei até um arbusto e me escondi, vi os meninos passarem por mim correndo com armas na mão. Eram apenas dois. Continuei ali e peguei o celular que eu tinha deixado entre meu peito.

Quando liguei e vi no visor da tela de bloqueio quem era, fiquei puta da vida. Não acredito que essa vagabunda estava por trás de tudo isso.

Era Andressa, e eu achando que ela estava morta. Aí que ódio!

Tentei vários desenhos mas nenhum desbloqueava, até que tentei um "A" que saiu meio tosco e o celular desbloqueou.

Fui nos contatos e de primeira nos favoritos estava salvo o número de Ks como " Kauê amor da minha vida " eca.

Liguei para o mesmo, mas a vagabunda não tinha crédito. Tive que ligar a-cobrar.

- você tá a par de tudo né vagabunda, eu sabia! Quando eu te pegar vou te matar, dessa vez eu mato tua vagabunda. - ele dizia furioso.

- Ks? Sou eu amor- falei chorando.

- Júlia? Caralho, onde vocês estão? Tu tá com minha mãe? - ele dizia rápido com a voz embargada.

- eu não sei - chorei - eu consegui fugir estou na mata perto da casa onde a gente tava, sua mãe ficou lá eles pegaram ela e não deu tempo dela fugi - chorei.

- Fica Mec, não fica parada aí não se não eles vão te achar - ele dizia tudo muito rápido - liga o localizador do celular dessa vagabunda aí que a gente já tá chegando, vai ficar tudo bem.

- Tá bom, eu.. eu preciso ir agora. Vou tentar correr o máximo possível - falei enquanto ligava a localização do celular - pronto já tá ligado.

- puta que pariu, vocês estão na região dos Lagos. Corre até achar uma pista. Tenta se esconder, mas não pega nenhum carro que estiver passando tá ligada?.

- tá.. tá bom - falei chorando - Ks, se eu não conseguir. Saiba que eu te amo.

- Fala merda não caralho, você vai conseguir. Ele vai te ajudar a sair dessa. Meu moleque não vai decepcionar não. Eu amo vocês - ele disse e eu sentir o chute de Nicolas. - agora vai.

Logo desliguei e voltei a correr.

Em alguns momentos eu até cansava mas logo lembrava de Nicolas e voltava a correr. Óbvio que com dificuldades já que eu estava grávida.

Avistei uma pista, passava carros sem parar. Não parecia ser igual a que Ks falou, mas mesmo assim caminhei até um posto que tinha no outro lado e entrei em uma loja de conveniência, algumas pessoas me olharam entranho. Pois eu estava em um estado precário mas eu tava pouco me fodendo.

- Oi, posso ajudar? - uma atendente perguntou.

A puxei para o canto e abri o jogo.

- eu fui sequestrada e estrupada. - forcei um pouco, eu não iria abrir totalmente o jogo mas iria amolecer o coração dela para que ela me desce algo pelo menos. - e eu tô sem dinheiro nenhum, estou passando muito mal e não sei se vamos suporta - passei a mão na barriga.

Eu realmente passei por quase tudo isso e não estava mentindo. Eu estava me sentindo mal, super mal.

- vem, eu te dou uma água. - ela disse me puxando.

Logo sentir tudo rodar, mas uma vez eu iria desmaiar.

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Amando TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora