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Senti um aperto no coração, bagulhos
doido mesmo sabe? Já cheguei perto da morte várias vezes mas isso tava longe de ser efeito dela. Abri meus olhos desconfiado e vi a pior cena da minha vida.

Não era eu que estava baleado.

Não era eu que estava morrendo.

Era minha coroa que tava lá já no chão. Era minha mãe que estava ali prestes a morrer.

Peguei minha Glock no chão e por um impulso dei vários tiros em Matarindo, a cabeça dele já tinha estourado de tanto tiro que eu dei naquele filho da puta.

Agachei até minha mãe que me olhava. Eu estava em prantos, eu chorava pra caralho. Porra, Deus porque logo ela.

Pô, sei que sempre fui ruim pra caralho, mato gente pra caralho mas ninguém é do bem não, geral e do mal.

Nunca tirei vida de nenhum inocente, porque Deus tirou logo minha mãe que nunca fez nada pra ninguém.

- mãe, coé coroa fica comigo. - falei segurando sua cabeça.

Ela me olhou e piscou devagar.

- eu.. eu te amo muito meu filho, amo você e sua irma. - disse serena. - cuide bem dele, não deixe que ele entre nessa vida.. por.. favor - ela tossiu. - você.. es..stá no comando da famí..lia agora. - sorriu.

- fala merda não, mãe. Quem manda na família é tu ainda. - falei chorando.

- não fiquem sofrendo, eu vou para casa de Deus, não se culpe meu filho. - ela disse e logo seus olhos se pesaram e sua respiração ficou fraca. - eu te amo, amo todos vocês....

Ela logo fechou os olhos, sua pele já tinha ficado gelada e só aí me dei conta que ela não estava adormecendo.

Eu tinha pedido minha mãe.

Eu sempre tive o maior medo de perder ela e agora ela se foi.

Chorei, chorei muito. Pra caralho.

- hey, Ks? Amorzinho. Por favor não fica assim não anjo, ela tá no céu agora. - aquela voz era daquela vadia.

Me virei completamente rápido, peguei a cabeça dela e bati várias e várias vezes na parede eu tava com muita raiva e ela só gritava.

Andreza caiu no chão fraca e minha vontade era de matar ela.

Fui pra cima dela novamente mas Trerkeixo me puxou.

- coé Ks, vai matar ela assim? Sem sofrimento? Mata agora não, irmão. Leva ela pro barraco e faz ela sofrer - ele disse.

Ele estava certo, iria fazer essa vagabunda sofrer até a última gota.

Mandei os cara levar a Andressa dali, colocar ela no carro e levar pro morro. No mesmo carro em que tínhamos amarrado J2.

Fiquei observando o carro pegar certa velocidade, J2 já estava acordado e gritou de dor ao ser arrastado no chão de terra que tinha ali. O carro já estava correndo e eu só via o corpo dela se debatendo no chão.

Entrei e vi o corpo da minha mãe, chorei novamente.

Peguei minha mãe no colo e fui para parte de fora. Zezinho assim que me viu me olhou desesperado.

Ele também tinha minha mãe como mãe dele, assim como Alana e Juliany.
Ele chorou pra caralho mas se manteu afastado, caminhou até o capô do carro e abaixou a cabeça ali chorando.

Eu não tinha mais lágrimas para chorar, estava literalmente fudido.

Estendi minha mãe no banco de trás do meu carro e dei partida até o morro. Precisava mandar alguém levar ela para o IML mas não poderia ser eu, pois tenho ficha.

Amando TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora