capítulo 35

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Julia Narrando..

Caminhei até Ks que fumava na sacada.

- sério mesmo que você vai criar barraco toda vez que vir aqui? - perguntei incrédula.

- Ata, você fala como se eu fosse otario o suficiente pra deixar qualquer bundão tirar onda com a minha cara - me olhou e voltou a se debruçar na grade, de uma maneira em que se eu não estivesse brigada com ele, já estaria lá o beijando, que gostoso. - o cara já vem me esbarrando e criando K.o pra cima de mim Julia, tu sabe que eu não meto pra cima de ninguém, mas essas porras vem tudo de k.o, da vontade de meter bala logo.

- Aí senhor, assim realmente não dá - bufei - se eu pudesse voltar no tempo e não ter engravidado eu com certeza não faria isto. Toda vez que estamos juntos, a gente briga. Que insuportável viver assim.

- para de falar merda, essa criança ae não tem culpa de nada não - saiu da sacada e entrou na cozinha, foi para geladeira e pegou uma Skol. - Mas depois nós resolve essa porra aí, se liga, as coisas andam difíceis lá pelo morro, mandaram foto tua até aqui dentro do condomínio, já deixei 10 cabeça pra te vigiar, sendo 5 lá fora e 5 aqui dentro.

- Caralho, pra que tudo isso? Desnecessário tanta segurança. -- bufei e me sentei no sofá.

- porra, da vontade de te dá umas voadora as vezes, só pra ver se você fica mais esperta - ele disse, sem paciência.

- vai se foder - disse fazendo um coque em meu cabelo.

- Caralho, toda segurança é pouca, parece que você não entende que eu sou dono do pedaço maior do bolo, e esses filhos da puta são as formigas que querem a maior parte. Entendeu? - perguntou sem me deixar responder. - quando tu tava lá naquele barraco com a minha irmã, foi bom? aquelas vagabundas lá quase cortaram o cabelo de vocês duas, sem falar que quase foram estrupadas. - jogou na minha cara.

- idai, eu tenho culpa? Só porque eu tive algo com você e carrego algo seu na barriga quer dizer que eu sou uma jóia rara?. Que devo ficar trancada em um cativeiro?, faça mil favores, foi horrível sim, mas agora já passou.. esse condomínio é de segurança máxima, jamais aconteceria algo comigo aqui dentro - falei me levantando - e eu vou continuar saindo, vou continuar passeando, você não manda em mim e ninguém vai fazer porra nenhuma comigo aqui na zona sul, você é muito exagerado, fala sério.

Eu estava fazendo aquilo para irritar ele mesmo, que acha que pode mandar em mim. Que porra!..

- tu não mete a doida não Julia, tu tá carregando um filho meu, um herdeiro de tudo que eu tenho - disse Ks. - E por esse motivo que geral quer tua cabeça, por isso que meus inimigos te querem. Você é o meu ponto fraco, e eles sabem disso caralho, se você ficar igual adolescentezinha rebelde é exatamente isso que eu mando fazer mesmo, boto tu trancada em algum lugar do mundo pra ninguém te achar, tu acha que eu não me importo? Me importo pra caralho contigo, mas você vacila pra caralho, teima pra caralho. - ele disse e o telefone tocou.

- Adolescentezinha rebelde? É exatamente isso que você acha de mim? - ignorei o toque do celular, que já estava no 2 toque - então porque me escolheu? Ah, vai pra merda. Eu não aguento mais viver dessa forma, descer pra comprar pão na esquina e vim 4 meninos atrás de mim. Cadê minha privacidade? Se for pra ser assim eu prefiro sair do país, porque oportunidade é oque não me falta. E quer sab.... - falei mais fui interrompida pelo celular que tocava.

Era Karen, nem acreditei mas resolvi atender.

- Oi, diz logo porque estou ocupada em um discurso com seu irmão

- Julia, El.. ela precisa de você. Por favor vem pro morro, eu não sei o que fazer e dizer. Aconteceu uma coisa e você é a que mais pode ajudar ela agora.

- Ah, tudo bem Karen.. eu, chego aí.

- me leva no morro? - pedi para Ks que me olhava furioso.

- Já estava te levando, saiba que é lá mesmo que você vai ficar. - disse e saiu - te espero lá em baixo. E sem demora nessa porra - gritou

Ah, que ódiooooooo.

Eu só queria berrar ou quebrar algo, mas aí me lembro que eu teria que limpar tudo.

- poxa meu bebê, custava causar menos problemas? - alisei minha barriga.

Mas, a culpa não é dele, Porque eu tô falando isso.

Maldito 17 de fevereiro em que eu aceitei subir o morro com a Karen.

Me arrumei, peguei uma bolsa e desci. Passei pela portaria e vi Ks apoiado na sua moto.

- sério que a gente vai de moto? - perguntei. - estou de vestido.

- vai a pé então - ameaçou a dar partida - lá no morro tu não tinha essas palhaçadas.

- Caralho, tá bom - subi na moto e ele deu partida.

Chegando no morro, muitos me olhavam. Curiosos até.

Ks parou em frente a sua grande casa e eu desci.

- nem ouse querer sair do morro, depois mando pegarem suas parada lá no teu barraco. - disse e subiu, acredito eu, para a boca.

Bufei e entrei procurando por alguém, só achei minha sogra. Se é que devo chamar ela assim ainda.

- Oi querida, que barriga linda. - disse - quando é que vocês vão descobrir o sexo ein? - perguntou.

- mês que vem - falei - ou esse mês - sorrir - a senhora sabe me dizer por onde as meninas estão? - perguntei.

- A Karen foi na casa de Alana. Devem tão lá. - disse.

- Ah sim, vem cá sogra, e a tribufu da Andreza? - perguntei.

- Ih não ficou sabendo? Aquela ali já foi embora do morro, desde  o dia em que Ks deu um tapa nela no baile ela sumiu do mapa. - disse.

Gente, que babado.

- por que ele bateu nela? - perguntei.

- Rham, ela deu em cima dele menina - disse - e ele só lascou um tapão na cara daquela piranha - sorriu - Olha nora, eu não acho certo homem bater em mulher, ainda mais ele que é meu filho. Mas ela bem que mereceu viu. - disse.

- caraca, nem tava sabendo. Bem feito para ela, aí se eu encontro ela na rua, dou logo um trato para ela aprender a não dá mole pro marido dos outros. - falei. - Vou lá que sua filha me ligou, pedindo pra eu vim urgentemente.

- vai lá minha filha.

Me despedi de minha sogra e fui até a casa de Alana

Amando TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora