Era Natal, os meses passaram sem eu perceber. Ceei com a família e corri até a casa da Mila para me arrumar para a rave que ia acontecer em uma casa na represa Bortolan, todos estávamos empolgados para tomar um ecstasy e curtir a noite.
− Cara, não consegui o E − disse Dani se referindo ao ecstasy.
− Sério? − perguntou Nino preocupado.
− Vamos tomar um Inibex − sugeriu Ju.
− Como assim? Que é isso? − perguntei.
− Lady Kate, é um remédio para emagrecer você precisa tomar com álcool por causa da anfetamina, é muito bom, tem quase o mesmo efeito − explicou Dani.
− Então demorou, pega o uísque aí, Mila − disse Ju.
− Amor − disse ela para Dani − está no armário, pega para mim por favor, eu tô terminando de passar o lápis no olho.
− Nossa, uísque galera? – perguntei.
− Melhor que pinga − Nino brincou.
− Engraçadinho − retruquei batendo no ombro dele.
Meu celular tocou, era André, com tanta empolgação tinha me esquecido de desejar Feliz Natal a ele.
− Feliz Natal, Kate.
− Feliz Natal, Dé, onde você está?
− Estou na igreja com a Ana não quer vir aqui?
− Não vai dar, estou indo para uma rave maravilhosa.
− É, parece que as pessoas se esqueceram do verdadeiro significado da vinda de Jesus ao mundo.
Não respondi nada, não queria ficar pensando sobre aquilo apesar de sempre ter admirado a pessoa de Cristo, me lembrei das procissões e do Jesus ensanguentado, agora não era hora.
− Então está bem − André quebrou o silêncio. − Fica com Deus, a gente se fala.
− Tchau Dé.
Falar com André me abalou um pouco, parece que estávamos perdendo a intimidade, nossos assuntos não duravam muito e por um momento me senti desconfortável de tomar anfetamina e curtir uma balada a noite toda, mas os fins justificavam os meios, estava apaixonada.
Encontramos muitas pessoas conhecidas na rave, Mila e eu estávamos superproduzidas para a ocasião, maquiagem pesada e acessórios que brilhavam na luz negra, a anfetamina fazendo efeito, tudo perfeito. Me aproximei da megacaixa de som, meus sentidos afloravam, podia sentir cada batida da música, fechei os olhos e comecei a dançar. De repente alguém dançava comigo, abri os olhos e Nino estava me pegando pela cintura, será que estava viajando ou realmente estava acontecendo, a energia parecia diferente, tudo parecia dançar com aquela música, nada mais lá fora tinha importância, estava completamente seduzida por ele, tinha a sensação de que poderia fazer qualquer coisa por essa paixão.
Não sei dizer por quanto tempo ficamos juntos, nem me lembro muito do transcorrer da festa, mas já estava amanhecendo quando Nino me convidou para fugir com ele de novo, fomos até sua casa, os pais dele estavam viajando e eu tinha falado para minha mãe que ficaria na casa de Mila.
A casa estava estranha, senti um peso logo que entrei, mas não distinguia muito as coisas, eu só queria ficar com ele eu desejava senti-lo de uma maneira que nunca havia sentido antes, eu precisava dele.
De repente ele sentou em um banquinho no quarto perto do som, acendeu um cigarro e começou a ficar estranho, falava de uma maneira estranha, acho que ele estava incorporando uma entidade ou coisa assim. Eu o encarei meio assustada e por um segundo senti cheiro forte de pinga passando perto de mim, mas não tinha bebida ali conosco e estávamos sozinhos. Inibex dava alucinação?!?
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Ahava- O amor é possível
Roman d'amourKate se apaixona por Nino. Porém, o amor não correspondido a faz encontrar um amor maior. Mas o destino ainda poderá surpreende-la. Leia o primeiro capitulo desse livro que foi inspirada em uma história real.