2

536 115 203
                                    

― Explica mais uma vez como você deixou uma suspeita fugir da cena do crime?

Charlotte estava histérica no andar debaixo. A protetora tomava notas rapidamente de tudo o que podia parecer suspeito, antes que os outros protetores chegassem e dominassem a cena do crime.

Ela já havia feito essa pergunta duas vezes e se enfurecia mais a cada vez que o rapaz contava a sua história. Will estava encostado na janela, olhando para os telhados coloniais das casas da vizinhança, quase esperando ver uma sombra esgueirando-se entre eles para que pudesse persegui-la.

― Não era uma garota qualquer e ela não é suspeita, Charlotte. ― Will corrigiu. ― Estamos aqui para resgatá-la, lembra?

― Ah, então, está explicado! ― Charlotte revirou os olhos para Will. ― O seu fraco por mulheres indefesas deve ter afetado o seu bom-senso, Will.

― Não seja ciumenta, Charlotte. Achei que você já tivesse me superado ― Zombou Will ― E eu poderia descrevê-la com muitos adjetivos menos indefesa. ― Will disse quase que para si mesmo.

Charlotte ignorou a provocação, afinal todos já estavam acostumados com as suas brincadeiras de mal gosto. Não era o bastante para não se chatear com elas, mas não lhe daria esse gostinho.

― Você não percebe o que está em jogo aqui, Will? ― Charlotte tentou apelar para a sua consciência. ― Uma mulher morreu e havia uma protetora sem treinamento no local, que desapareceu sem deixar rastro.

― Me poupe, Charlotte. ― Will se voltou para a janela novamente. ― Eu li os arquivos do caso.

― Finalmente tem feito seu trabalho de casa. ― Charlotte zombou.

― Acho que quem tem de começar a fazer alguma coisa é você. ― Will retrucou. ― A garota está se distanciando, enquanto estamos discutindo formalidades.

Charlotte bufou.

― Senhores! ― Ivan bufou, irritado. ― Vocês dois foram admitidos nessa missão como aprendizes. Estão sob as minhas ordens e isso aqui não é uma batalha de egos, estamos entendidos? Existe uma garota confusa lá fora, sozinha, que precisamos encontrar!

― Até que enfim! Chegamos ao meu ponto, precisamos encontrá-la! ― Disse Will determinado. ― Mas, não sabemos nada ao seu respeito. ― Will colocou uma das mãos no bolso, tocou no medalhão, ainda não tinha contado aos outros sobre ele e não pretendia fazê-lo.

Charlotte reprimiu o impulso de esganá-lo e olhou em súplica para Ivan, que bufou, impaciente.

― Não será preciso muito, pois eu conheço seus pais.

As Raças IrmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora