CAPÍTULO 39

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Christopher Gutiérrez

Após deixar Alexa para trás, sigo para os fundos da casa, o mato cobre boa parte do terreno e mesmo que eu saiba que a casa não estava sendo habitada, só de olhar já se percebe o descaso e o estado precário desse lugar!

Dou a volta na casa entre o mato, procurando uma entrada e durante a busca consigo ouvir os ânimos alterados lá dentro, até que acho uma janela aberta para dentro do que parece um quarto. Por ela ser grande, uso da força de meu braço bom para pular, mas ao passar tentando ser silencioso e rápido, bato meu braço baleado!

Cravo as unhas em meu antebraço e fecho os olhos contendo a vontade de gritar.

"Que inferno!"

Volto a mim quando a dor no braço diminui e caminho até a porta, pegando a arma no cós da calça. Aperto a maçaneta para abrir e puxo devagar, coloco a cabeça para fora e olho para os dois lados, como não vejo ninguém saio silenciosamente. Ando para o lado oposto as vozes e me deparo com uma cozinha.

Um tamanho médio, combina com o estilo rústico e acabado da casa mas é toda completa e com uma reforma ficaria um local até que confortável! Vejo que as janelas estavam trancadas por isso não consegui entrar por elas.

Volto pelo corredor de onde vim e abro uma segunda porta, avisto um banheiro muito fedido por sinal e encosto a porta para não fazer barulho. Ando pelo corredor e após abrir mais uma porta e não encontrar nada além de minúsculo quarto, resolvo abrir a última e mais complicada por ficar ao lado da sala.

Ando bem tácito pelo corredor e quando estou passando pela abertura da sala, vejo o estúpido do Eduardo andar até Dália enquanto grita com Fernando e a pegar pelos cabelos. Fecho a mão e me seguro para não ir interferir, esse era o meu medo, ela cair nas mãos dele desse jeito!

Resolvo seguir em frente para que a gente saia desse lugar o mais rápido possível! Acabar logo com esse martírio!

Assim que paro de frente a porta, já sei que Vinicius está aqui, o trinco trancando pelo lado de fora denúncia facilmente. Abro, empurro a porta e entro, vejo logo de cara ele tentar abrir a janela.

— Não adianta! Tem trava em todas as janelas daqui!  — Sussurro para ele que pula de susto e assim que me reconhece corre em minha direção e me abraça pela cintura, sorrio. — Oi garotão, também estava com saudades!!

— Cadê a minha mãe? — Sussurra de volta e sei que está com medo.

— Conversamos depois, esse não é o melhor momento! — Saímos do quarto no exato momento em que Dália ofega com dor, seus olhos derramam lágrimas e sinto raiva e preocupação ao vê-la sendo enforcada e segurada pelos cabelos por aquele estrupicio!

Dália ergue as mãos para atacar tentando se soltar e então Eduardo saca a arma e posiciona bem no meio de sua testa! Um arrepio toma conta de todo meu corpo, um medo me assola, como se fosse pressentimento de algo péssimo estivesse preste a acontecer! Balanço a cabeça evitando esses pensamentos.

Vejo minha Lia arregalar os olhos com medo e no momento que Vinicius puxa a mão e corre, eu lembro que não era só eu que assistia essa cena mas o Vinicius também!

— Larga a minha mãe! — Grita e em seguida chuta a canela de Eduardo, depois pega impulso e pula em suas costas, os dentes cravam na orelha de Eduardo e ele larga Dália para se livrar do menino que continua gritando o quanto ele é ruim e nada legal.

Sinto meu coração acelerar e escuto os batimentos nos ouvidos, quando ele segura Vinicius pelos braços e o chacoalha. Começo a ir até eles enquanto grito junto com todos:

A Babá Fantástica |REVISADO|Onde histórias criam vida. Descubra agora