CAPÍTULO 31

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Dália Menezes

— Não! — Os três à minha frente falam juntos.

Tem uma semana que Chris voltou de Londres, com ele por perto eu fico mais tranquila mesmo que ele goste de pegar fogo junto com as crianças, Vinicius o ama e Julia nem se fale, os três juntos alegram minha vida, estamos nessa de morar juntos a anos e nunca foi problema e agora que eu sei que Eduardo está ainda mais perto, o que me assusta bastante, com Chris comigo, eu sei que a segurança é maior, ele se preocupa com as crianças tanto quanto eu. Divido meu escritório com ele, é claro que tem mais livros, papéis e documentos do seu trabalho e casos do que livros da empresa, tem sim documentos e papéis da Choklad mas a maioria eu deixo na empresa, nunca fui de trazer trabalho pra casa, nem quando eu dava aula, diferente de Christopher, que as vezes fica mais de vinte minutos pendurado no telefone, ou mais de uma hora preso em lives ou reuniões, Julia se irrita com isso assim como eu.

Agora eu estou aqui, pedindo aos meus três amores que me acompanhem no jantar de comemoração do aniversário da empresa e recebo uma negativa como resposta, reviro os olhos, povo chato!

— Por favor, gente! — Junto minhas mãos na frente do corpo, praticamente implorando. Esses jantares são sempre chatos e sem graça, mesmo com muito chocolate sendo distribuído, é sempre entediante, então, esse ano eu liberei a entrada da família mesmo contra a vontade do conselho, aqueles velhos chatos e ultrapassados, para agora minha família se recusarem a ir.

— Ah não, mãe! Não vai ter nada para fazer lá! — Vinicius se justifica.

— Concordo com o Viih. — Julia concorda em seguida, como sempre, menina espertinha. Olho para Christopher, esperando que ele me ajude, mude de ideia e convença as crianças,  ele vira o rosto para as crianças e responde todo cúmplice.

— Estou com as crianças! — Ergue as mãos e os gêmeos batem em sua mão com um toque estranho.
Os encaro chocada, totalmente surpresa, por essa eu não esperava, ele sempre me apoia.

— O quê? É sério isso? — Pergunto embasbacada e os três acenam. Solto um suspiro cansada e me sento na poltrona à frente deles, tiro os saltos e movo os dedos para a circulação voltar. — Beleza, eu não queria fazer isso mas se vocês insistem em me negar esse favor, tudo bem. — Os três se entreolham curiosos e confusos, me encaram para que eu continue. — Cada um de vocês, pode pedir uma coisa mas somente, uma coisa! — Ergo um dedo emburrada, que coisa, viu! Só porque, esse ano eu fui contra o conselho e consegui liberar a entrada das famílias dos funcionários, a minha própria família não quer ir comigo, o mundo dá voltas de tão injusto!

Christopher é o primeiro a se pronunciar:

— Vai ter torta de morango? — Pergunta me dando um olhar malicioso, lembrando do dia que ficamos juntos no escritório; não vai ter torta mas eu confirmo com um aceno, compro umas torta no caminho e levo pra esse sem vergonha, sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha, Christopher não tem limites! Tiro meus olhos dele e encaro o vaso de orquídeas brancas em cima da mesinha, arrumo a flor dentro do vaso. — Ah, então eu vou! — Escuto ele murmurar e tenho certeza que está sorrindo, as crianças manifestam sua revolta por terem sidos trocados e acabo sorrindo. — Desculpem crianças, mas torta de morango não tem como recusar, não é Dália?

Nem me dou ao trabalho de responder esse cara de pau e me viro para os dois que bufam chocados.

— E então? Qual vai ser o pedido de vocês? — Pergunto vendo pelo canto de olho, Chris me encarando com um sorriso safado, me viro rapidamente pra ele com os olhos semicerrados, pra ele parar, ou vai me pagar.

— Só vou, se a Millena puder ir também. — Julia faz a sua escolha e desta vez sou eu que abro um sorriso enorme, finalmente alguém inteligente.

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