A Babá Fantástica |REVISADO|

EPÍLOGO

Vinicius Menezes Gutiérrez

10 anos depois...

— Valeu! Tchau cara, até segunda! — Meus amigos e colega de faculdade, Pedro e Daniel, se despedem e se viram para ir embora, os dois para o mesmo carro já que hoje eu não posso dar carona.

Estou atrasado!!

Sigo para o meu carro, do outro lado do estacionamento enquanto olho no relógio em meu pulso — Ganhei de Millena em meu aniversário e é muito bonito para tirar, só isso que importa! — mordo o lábio inferior após confirmar que estou atrasado e ainda preciso fazer uma parada antes de seguir pra casa.

Minha irmã, Emily, vai ficar chateada se me atrasar mais uma vez, principalmente por ser seu aniversário! Mamãe então, nem se fale!

Após entrar em meu querido carro, comprado com muito sacrifício com meu salário, começo a dirigir para longe do prédio de exatas. Estou no terceiro ano de Engenharia Mecatrônica, faltam dois anos e ainda bem que está acabando! Porque mesmo que eu esteja fazendo algo que amo, minha mente precisa de um descanso! A primeira faculdade que fiz foi de administração, pra ajudar minha mãe na empresa mas depois eu segui o meu coração.

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Fecho o porta malas e volto para o carro, já fiz minha parada e agora é só ir pra casa. Dou ré até voltar à avenida, paro no cruzamento quando o farol fecha e escuto meu celular tocar no compartimento entre os bancos. Olho no painel do carro, já conectado com meu celular e vejo a careta de Julia, solto uma risada com a foto antes de atender e voltar a dirigir.

— Fala Julia!!

— Viih, me ajuda! — Murmura ofegante do outro da linha e começo a me preocupar.

— O que foi? O que que aconteceu?

— Estou atrasada, a mamãe vai me esganar! — Exclama ainda ofegante e escuto a porta de um carro bater. — Meu carro não quer ligar, sai ontem com a Milli e acordei atrasada.

Sinto que vou morrer quando meu coração fica indeciso, não sabendo se se acalma por minha irmã estar bem ou se agita por mensionarem Millena. Reviro os olhos e confirmo a hora só pra ter certeza, seis e dezessete da tarde!!

— Caramba, Julia! Você desmaiou então, olha a hora!!

— Eu sei, eu sei!! É que ontem foi bom demais! — Fala sonhadora e reviro os olhos, ela não tem jeito. — Então? Vai me buscar? Os presentes de Emy estão muito pesados.

— Pede pra Millena, te levar! — Resmungo fazendo o retorno, sei muito bem que vou ter que ir buscá-la  de qualquer forma.

— Ela acabou de acordar, está tomando banho.

— Tá Julia, folgada! Daqui a pouco chego aí. — Resmungo mudando de faixa para ultrapassar um carro. —
Mas vamos nós atrasar se prepara pra ouvir.

— Obrigada maninho! Te amo, até depois.

A ligação é encerrada e me concentro em dirigir rápido mas com segurança. Não moramos muito distante da minha faculdade, por isso em dez minutos eu passo pelo portaria do condomínio e após alguns metros, paro dentro do estacionamento coberto, ao lado do carro branco de Julia.

Ganhamos nosso próprio apartamento de Christopher, no nosso aniversário do ano passado, vinte e quatro anos de idade. Foi uma realização, morar sozinho pela primeira vez, ter que sobreviver por mim mesmo a cada dia é uma coisa que venho gostando mesmo que não seja fácil. Já a minha irmã, parece não ver problemas, pois dividi o espaço com a melhor amiga, Millena.