CAPÍTULO 29

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Dália Menezes


Olho para trás quando escuto a chave virar na fechadura e a porta abrir em seguida, meu sorriso de orelha a orelha não significa nada perto de do grito empolgado que Julia dá no caminho para o banheiro e chega a Chris no mesmo momento que Vinicius senta ao meu lado com a segunda remessa de pipoca, estávamos vendo um filme porque o Chris demorou pra chegar hoje e não podemos continuar a ver a série que começamos juntos.

Ele chega até o sofá já sem o paletó azul escuro, senta ao lado de Vini e enche a mão de pipoca, bagunça os cabelos de meu menino e me olha, sorrio pra ele é meio automático, esses olhos me encantam profundamente, me trazem uma paz instantânea. Mas é a voz que vem em seguida que arrepia toda, é até meio constrangedor.

— Oi, professora. — Me sorri todo sensual e encantador, os cabelos pretos caem nos olhos também pretos porém brilhantes, ele olha para a televisão e vê o filme pausado quase no final. — Começaram sem mim?

— Oi, advogato. — Sorrio meio boba, Julia volta do banheiro e pega o controle antes de sentar ao meu lado.

— Claro que não, Chris. — Aviso me esticando e beijando canto de sua boca. — Estávamos vendo filme.

— Enquanto você não chegava, papai. — Julia avisa e da play no filme, homem aranha salta de um prédio a outro com sua teia.

— Vai tomar banho e depois a gente começa. — Aviso comendo pipoca, ele assente e se inclina pra me dar um selinho antes de subir as escadas até o quarto. Ficamos eu e as crianças terminando de ver o filme até decidirmos pedir comida e por ser noite de sexta, pedimos uma porção grande de bobó de frango e outra de bobó de camarão, eu e Julia gostamos do de frango e Vini e Chris que gostam mais do de camarão.  — Vou subir pra ver que tanto Chris demora.

— Se perdeu dentro do chuveiro. — Vinicius brinca enquanto subo as escadas, abro a porta do meu quarto, caminho até o banheiro e nada, deve estar no de hóspede, volto para o corredor e abro o quarto ao lado, escuto o barulho do chuveiro assim que entro, ando até o banheiro. — Quê isso? Por que está aqui, Chris? — Questiono adentrando o lugar coberto de vapor, abro a porta do box e coloco a cabeça pra dentro. — Ei! Dormiu aqui? Tá sonhando comigo, Christopher? — Sorrio abertamente, ele sorri de volta, brincalhão como sempre.

— Lógico! Você é a minha musa, seja nos sonhos ou em tempo real. — Gargalho num aceno constante. Ele desliga o chuveiro e dou um passo pro lado lhe entregando a toalha. — Vim pegar um pijama que deixei nesse quarto e acabei por aqui mesmo, por que? — Faço um bico e nego num aceno simples com as sobrancelhas erguidas, vejo ele se secar rapidamente. — Onde estão as crianças? — Pergunta com o cenho franzido, fungo respirando o ar já com menos vapor.

— Lá embaixo, por quê? Queria ver as crianças assim? Todo peladão? — Pergunto revirando os olhos, começo a sair do banheiro e ele me segue, sento na cama.

— Nem me deu um beijo. — Ele comenta vestindo a cueca, passa a toalha no cabelo.

— Você que sentou longe. — Aponto pra ele e cruzo as pernas deitando, apoio a cabeça nos travesseiros. — Queria que eu me dobrasse sobre o Vinicius e te agarrasse? — Reviro os olhos e depois os fecho. Sorrio assim que sinto sua aproximação, o colchão afunda e logo seu corpo paira sobre o meu, abro os olhos um instante antes de ver seus olhos brilhantes sorrirem e ele me beijar. Subo as mãos por seus braços e uma entra em seus cabelos, o beijo de volta e sinto sua mão apertar minha cintura e suspiro em seus lábios, sinto meu corpo quente igual ao meu coração.

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