- Vou embora no final deste mês. – Zayn disse quando nos reunimos todos no hall de entrada antes de irmos para o jogo.
- Porquê? – Liam perguntou.
- Tenho umas coisas para resolver, por causa do trabalho, então tenho de voltar para Seattle. – ele olhou para mim – Tu vens comigo.
- O quê?
- Sim, Charlotte.
- Eu quero ficar. – pedi-lhe tristemente.
- E eu quero que tu vás. Sou responsável por ti, eu não posso ir para Seattle e deixar-te aqui com o Louis, para além disso a Kailee também só fica este mês.
- Mas a Amy pode ficar mais tempo.
- Mas tu não és a Amy.
- Mas eu também posso mais tempo, o trabalho é tua responsabilidade, não minha.
- Tu vens comigo, Charlotte.
- Eu quero ficar com o Louis. – disse e olhei para ele – quer dizer, a não ser que ele também não queira, se for assim eu vou. Mas se ele não se importar eu vou ficar aqui.
- Tu vens e está decidido.
Louis
- Foi cá um golaço, a malta ficou toda parada e sem reacção. – Harry falava rápido
- Sim, foi fixe.
- Foi fixe? Foi muito bom Louis, mas pareces pouco entusiasmado.
- Tive sorte naquele golo, foi o que foi.
- Ouve lá, estás assim por ainda só termos marcado um? O que está feito, está feito e ainda temos a segunda parte do jogo. Vais ver que vai ser melhor agora Louis! – ele tentava animar-me.
- Agora vai ser a sério. – eu convenci-me.
Marquei mais um e as raparigas gritavam por nós, a equipa veio a correr abraçar-me. O árbitro apitou indicando que jogo tinha acabado e rapidamente foi ter com as raparigas do lado de fora do campo, todas três saltaram para cima de mim a abraçar-me e a felicitar-me pelo jogo ganho. Os rapazes falavam alegremente até se juntarem a nós.
- Foi muito bom, Louis. – Liam disse-me enquanto tirava a sua camisola – Estou cheio de calor. – ele reclamou e o resto do grupo concordou com ele, incluindo as raparigas.
- Vocês não têm direito de queixa. – eu disse-lhes.
- E porque não? – Kailee questionou.
- Se eu me quero queixar, eu vou queixar-me. – Amy completou.
- Vocês estiveram sentadas o jogo todo, a comer gelado e a beber sumos e nós sem pararmos, ao sol, ao calor. – Niall lamentava-se.
- Coitadinho do meu menino. – Char afirmou e foi abraçá-lo. Todos nos rimos.
- Vamos à água?
- Eu vou contigo Hazza, estou a morrer. – Zayn pronunciou.
- Vamos todos. – eu e Amy falamos ao mesmo tempo.
Charlotte
Enrolei uma toalha no meu corpo e, com outra toalha tentei tirar o excesso de água do meu cabelo, logo depois penteei-o. O frio do chão enviava pequenos choques pelo meu corpo, que estava quente. Entrei no meu quarto.
- O que estás aqui a fazer?
- Bem, já não vais lá a baixo há algum tempo e vim ver se estava tudo bem.
- Que querido. – disse desinteressada – Mas sim, estou bem, já podes ir ou? É que eu quero-me vestir.
- Realmente, tentei ser simpático contigo e ver se estavas bem e tu, como sempre, mandas-me embora. És espectacular. E depois queixas-te que sou bruto e parvo contigo. Como queres que seja para ti como sou para as tuas amigas se me estás sempre a dar para trás?
- Eu não te pedi nada, e agora sai. – ele saiu fazendo um estrondo com a porta.
Talvez tenha sido bruta demais, talvez eu deva tentar aproximar-me dele. Se calhar, ele nem seja assim tão mau.
Vesti uns calções de algodão, cinzentos, e deslizei uma t-shirt branca pelo meu corpo e sai do meu quarto.
Harry
Tirei uma banana do frigorífico e fui buscar o meu copo com sumo de laranja que estava em cima da bancada. De repente, sinto um corpo colado ao meu e uns braços finos apertam o meu tronco. Sustive a respiração, pousei a banana e o copo em cima da bancada outra vez e rodei o corpo dela para a minha frente. Peguei no seu pequeno corpo e pousei-o na bancada, ao lado do meu pequeno-almoço. Ela pousou a sua cabeça no meu peito e eu abracei-a.
- Que queres?
- Pedir-te desculpas. – a minha boca abriu-se em admiração e analisei a sua expressão facial.
- Tu queres pedir-me desculpa?
- Sim, mas já disse uma vez e não vou repetir. – largou o meu corpo e gesticulou com os seus braços e mãos. Ri-me e com a minha cabeça neguei.
- Porque me vieste pedir desculpas?
-- Porque se calhar ontem à noite fui um bocadinho bruta. Eu não devia de te afastar sempre que te tentas aproximar e nós não devíamos estar sempre a discutir. Com isto quero dizer que os outros não têm de levar com a nossa má onda, não temos de prejudicar a alegria deles e também porque nem nos conhecemos assim tão bem para nos detestarmos. – abraçou-me novamente.
- Tu não gostas mesmo de mim? – sussurrei.
- Eu não sei, na verdade. – ela respondeu,, igualmente num tom de voz baixo.
- Eu acho que não desgosto de ti.
- E eu acho que posso começar a gostar de ti. – estávamos muito próximos e ainda a falar em murmúrios, para que ninguém nos ouvisse. Encostei a minha testa à sua – Tréguas?
- Tréguas. – sorri e ela levou os seus indicadores às minhas bochechas.
- Quem diria que o rufia cá de casa tinha um sorriso adorável. – ela afirmou e eu gargalhei. Dei-lhe um beijo na bochecha em agradecimento.
- Harry, agora ris-te sozinho? – Louis perguntou quando entrou, distraidamente, na cozinha. Olhei para trás dando-lhe visibilidade da sua prima – o que é fazes tão perto dela? – ele gritou – Afasta-te predador, ela não vai ser tua presa.
- Calma Louis, estávamos a conversar e a tentar entender-nos.
- Eu conheço os teus entendimentos Styles. Agora mãos ao ar e vai-te afastando, nada de movimentos bruscos.
- Okay. – levantei os meus braços e fui-me afastando da Charlotte.
- Um passo em falso e és um homem morto.
- Okay, okay. Calma. – ele chegou-se para a prima e puxou-a, fazendo com ela salta-se da bancada, onde estava sentada.
- Calma, Char, não chores, eu protejo-te. – abraçou a prima, deu-lhe um beijo na testa e escondeu-a atrás de si caminha até à porta da cozinha – Agora, corre, Charlotte! – ele gritou fazendo a prima saltar de susto, com o grito que ele deu, ri-me – Charlotte, agora é suposto agradeceres-me e correres para salvares a tua vida. – ele explicou à Char, entre dentes e eu desatei a rir, tal como ela.
- Oh Lou, obrigada por me teres salvo, mas não era realmente necessário. – ela abraçou-o, ainda a rir.
- Louis, és mesmo engraçado, já me dói a barriga. – eu dizia enquanto tentava controlar a minha gargalhada.'
- Pronto, valeu a pena o esforço.