-Styles, caraças pá! – disse entranto pelo seu quarto – Tu fazes de propósito para me irritares, não é?
- Já não se bate à porta nem nada? É tudo nosso. – estava em tronco nu, apenas com uma toalha enrolada nele.
- Essa roupa interior é minha, tu sabes perfeitamente que isso é meu. Porque é que insistes em trazer sempre os meus sutiãs e as minhas cuecas? É que se as fosses arrumar, mas não. Fazes colecção ou assim? Só pode ser para gozares comigo. E essas peúgos também são meus!
- Desculpa, os peúgos pretos são todos iguais. – ele gozou – Mas se quiseres, podes utilizar os meus. Estão no cesto, onde estes estavam, para arrumar.
- Não. Eu não quero, nem posso. E explica-me o facto de teres contigo as cuecas minhas e sutiãs?
-Bem, não quero que te falte nada. – ele repondeu mas não respondendo à minha pergunta. Baixou-se para apanhar a minha roupa e a toalha caiu do seu corpo ficando nu à minha frente. Colocou-se direito e caminhou até mim com a roupa nas suas mãos como se nada tivesse acontecido. Peguei nas peças brutamente e sai disparada do quarto batendo com força a porta.
- Eu odeio-te! – gritei do outro lado da porta – Ele faz de propósito para me irritar, anormal. – disse e entrei de rompante no meu quarto, joguei a roupa e voltei a sair dele, encaminhando-me para a cozinha.
- Ui, começou. – Amy pronunciou.
-Se não começasse é que era de estranhar. – Louis concordou com ela.
Peguei numa garrafa de água e bebi toda a água que ela continha. Harry chegou, olhou-me e sorriu-me, dei-lhe um sorriso forçado em resposta. Foi até ao frigorífico e apanhou um iogurte líquido. Observei-o, aqueles eram os meus iogurtes. Ele olhou, abanou e retirou-lhe a sua tampa.
- Esses iogurtes são meus.
-Teus?
- Sim; mais ninguém bebe esses iogurtes sem ser eu e a Amy. Aliás, porque ninguém gosta.
– Amy, posso? – ela olha para nós, sorri e assente para o Harry – Vou beber um dos da Amy, porque ela é uma querida e não quer que passe fome. – dito isto ele colocou a pequena garrafa à boca bebendo o seu conteúdo.
-Mas porque é que és assim? – digo e ele cospe o iogurte para dentro do recipiente de plástico novamente – Mas que porco, que nojo.
- Porco? Nojo? É tão importante para ti que não quero que te falte nem um bocadinho do teu iogurte. – veio até mim e deu-me o iogurte – também não sabe a nada! – ele afirmou – Mas obrigada, Amy. – ele olhou para ela e de seguida foi lá para fora.
- Mas que raiva. – mencionei e bati com o iogurte na bancada da cozinha – Ela faz de propósito para me irritar, é que só pode. Mas ele que se prepare, quando menos esperar vou atacar, disso ele pode ter a certeza. – eu falava alto e pensava na minha vingança – Devia empurra-lo das escadas – pensei alto.
- Charlotte, pensa devagar. – Louis disse-me alarmado.
- É que irritar-me deve ser o passatempo favorito dele, parece uma criança de cinco anos e começo a ficar cansada, porque um dia destes a minha paciência vai acabar.
- E esta noite, não vais curtir com ninguém, Styles?
- Não sei.
- Não sabes?
- Nem por isso.
- E porque?
- Porque essas coisas acontecem, não podem ser obrigadas. – ele sorriu, um sorriso cínico.
- Oh, eu não sabia disso.
- E tu? Hoje não vais para a pista roçar-te em todos os gajos e comer o primeiro que te aparecer à frente?
- Sim, eu vou.
- hm interessante.
- Não é, na verdade. Está a tornar-se repetitivo.
- Que azar o teu.
- Sim, tens razão. Mas sempre é melhor do que ficar quieta a noite toda ou a olhar para ti; parar é morrer. – levantei-me e fui para o meio da multidão.
Ele tinha razão naquilo que disse, sempre que vínhamos sair eu acabava a curtir com alguém ou então tão bêbeda que no dia seguinte não me lembrava de nada. Pensando bem parece ridículo e se calhar o Harry tem pena de mim, e, talvez, todos os outros também. No entanto, curtir com um rapaz giro não é mau de todo e álcool no meu sangue também não é uma péssima ideia.
Acordei a meio da noite a ouvir barulhos, lancei a minha mão ao interruptor perto da minha cama e acendi a luz. Levantei-me e fui até à casa de banho, estava um pouco mal disposta mas nada de preocupante ou que me fizesse querer vomitar naquele instante. Abri a porta do quarto com intenção de ir à cozinha e, quando sai, no corredor, ouvi gemer.
- Wow acho que o Louis trabalha bem. – sussurrei comigo mesma, pensando na relação dele com a Amy. Todavia, quando me dirigia para as escadas passei pelo quarto dele e o barulho não vinha de lá, mas sim do quarto ao lado. O quarto do Harry. A voz gemia o nome dele cada vez mais alto e sentia-se movimento do outro lado da porta. Decidi seguir o meu caminho até à cozinha. Bebi água e voltei para o meu quarto tentando adormecer, uma tarefa que não foi bem-sucedida por culpa da amiguinha do Harry que cada vez gritava e gemia mais alto.
Decidi levantar-me, era cedo e provavelmente ainda não estava ninguém acordado mas não conseguia estar mais tempo deitada. Fui para a sala e liguei a televisão. Minutos depois ouço passos apressados e a porta de entrada a ser aberta e fechada logo depois. Endireitei-me no sofá e vi o Harry a passar.
- Bom dia. – ele disse-me sorrindo.
- Só se for para ti.
- A princesa hoje acordou mal disposta, foi?
- Vai chamar princesa aquela que dormiu contigo. – declarei e ele rio – Ah, e pede-lhe para a próxima ela gemer e gritar mais baixo. – disse e voltei a deitar-me.
- Ciúmes, menina Charlotte?
- Nem nos teus sonhos, amor.
- Gostas pouco gostas. – olhei para ele e voltei a prestar atenção à televisão que, neste momento, estava num canal de desenhos-animados.
- De ti? Que nojo, deves ter a mania que és bom.
- Querias ter sido tu por baixo de mim, Charlotte?
- Não me chateeis.
- Chateei-te? – ele perguntou e eu não respondi – Não ouviste, foi?
- O quê? Desculpa? – questionei, gozando com ele.
- Querias ter sido tu por baixo de mim ontem à noite ou não, bebé? – ele voltou a perguntar, aproximando-se.
- O Liam é melhor que tu. – o seu corpo ficou tenso e o sorriso perverso que ele tinha ainda há pouco desenhado nos seus lábios dava agora lugar a uma linha. As suas mãos formaram dois punhos e parece-me que atingi um nervo no Styles. Ele deu costas e foi-se embora sem me voltar a dirigir a palavra.