Internato cap 2

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A cabana do zelador

Daniel

– Prendam eles a fonte – Rafael nos ordenou e eu arrastei Théo e Bernardo que se debatiam, pois estavam amarrados, amordaçados e vendados.

A ideia das pulseiras facilitou e muito o nosso trabalho de identificação dos calouros que por todos os lados estavam sendo capturados pelos alunos do terceiro ano e alguns do segundo que foram convocados para ajudar.

– Se vocês dois pararem de se debater, tudo vai acabar mais rápido – alertei meu irmão e Bernardo – Vai ser divertido!

Chegando a fonte, percebi que já tinham outros nove alunos amarrados ao chafariz sorri e fiz o mesmo com os dois. Corri a procura de novos calouros. Sabíamos que eram sessenta e dois ao total. Era simplesmente hilário como eles estavam aterrorizados, pois não entendiam nada do que estavam acontecendo e isso deixavas coisas mais interessantes. O trote desse ano era uma caçada aos calouros. Capturei mais duas meninas que tentaram se esconder no vestiário da piscina que ainda fedia intensamente a maconha e as arrastei com a ajuda de Marcelo que estava tão chapado que não parecia entender muito bem o que estava acontecendo.

– O que eu faço com elas? – Perguntou caindo na gargalhada.

– Vamos amarra-las ao chafariz – respondi.

Fomos até a o chafariz e nos demos conta de que faltavam apenas elas duas para completar os calouros. As prendemos próximas a Théo e nos reunimos aos veteranos que zombavam dos garotos amarrados.

– Tirem a venda deles – Julia disse.

Todos fizeram o que ela disse e pudemos ver o olhar assustado dos garotos que lembrava muito o nosso olhar quando fomos nós as vítimas do trote. Cinco garotos do terceiro ano trouxeram baldes repletos de ovos podres e outros dois trouxeram tinta azul. Começamos a lambuza-los com ovos podres e tinta os deixando completamente fedorentos. Depois tiramos fotos do nosso trabalho de sessenta e dois estudantes cobertos de água, tinta e ovos podres e corremos de volta para os nossos dormitórios trancando a porta principal ao passarmos. Eles teriam de passar a noite ali.

– O diretor vai ficar muito puto quando ver – Léo disse quando estávamos em meu quarto – Se preparem para a detenção.

– Ele sempre fica puto, mas nesses três anos que estou aqui, eu nunca o vi impedir – argumentei – Acho que ele gosta de ver o resultado final dos trotes.

– Claro que gosta! – Marcelo disse saindo do banheiro completamente nu o que era normal para nós, porém agora era diferente. Eu nunca fiquei olhando para o corpo de nenhum homem, mas agora eu olhava para cada curva de meu amigo. Aquele corpo branco e com poucos pelos, aquele abdômen rígido pelas horas na academia aquele verão. Aquele pênis que pendia flácido de forma convidativa, que me dava água na boca e fazia meu pau dar sinal de vida – É só parar para pensar, nunca o vi falando do trote no discurso de boas-vindas.

– É... – Disse recobrando a consciência. O que está acontecendo comigo?

– Cadê a Amanda? Eu não a vi durante o trote – Léo indagou tirando um baseado de dentro do bolso da calça e o acendendo.

– Nós brigamos e ela voltou para o dormitório – contei pegando o baseado de sua mão e dando um trago sentindo novamente o efeito calmante – Eu só não estava no clima de comer ela – passei o cigarro para Marcelo que tinha colocado um short azul que usava para dormir.

– Você está de sacanagem que não quis comer a Amanda Marinho? – Léo parecia chocado.

– Eu só não estava afim – respondi dando de ombros.

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