internato cap 13

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Hospital

Théo

– Fê! – corri ao vê-la na sala de casa assistindo televisão ao lado do namorado Guilherme – Eu estava morrendo de saudades! – disse a abraçando.

Minha irmã mais velha retribuiu o meu gesto afetuosamente.

– Também estava morrendo de saudade de você peste – ela desmanchou meu cabelo loiro com mechas azuis.

Cumprimentei seu namorado com um aperto de mão e depois me sentei ao lado de minha irmã. Ficamos matando a saudade um do outro conversando banalidades quando meu celular tocou e vi que era Bernardo. Confesso que não estava com muita vontade de atender e por isso rejeitei a ligação, mas logo depois ele retornou. Ignorei mais uma vez, porém ele insistiu mais uma vez.

– Atende logo esse telefone – Fernanda disse – Fica com esse troço tocando o tempo inteiro.

Me levantei e fui até a sacada e atendi Bernardo.

– Alô?

– Eu tirei o capacete... – ele chorava desesperado – Era ele! Eu Sabia que era ele! Ele não acorda!

– Se acalma Bernardo! – disse sentindo um aperto em meu coração – O que está acontecendo?

"Me dá o telefone, Bernardo" ouvi uma voz falar rigidamente ao fundo.

– Aqui é, Miguel Andrade, pai do, Bernardo – disse o dono da voz que escutei antes – É o irmão de Daniel Vilella?

– Sim – disse sentindo o aperto no coração mais forte conforme as palavras confusas de Bernardo voltavam a minha mente – Ele está bem.

Miguel pareceu respirar fundo antes de responder.

– Seu irmão sofreu um acidente de moto – disse com a voz rígida.

Aquilo veio como um soco na boca do meu estomago. "Ele não está acordando", Bernard havia me dito. Será que meu irmão estava... Eu não gostava nem de pensar naquilo. Era doloroso demais.

– O que aconteceu? – disse fungando tentando desesperadamente controlar a vontade de chorar.

– Ele ultrapassou um sinal vermelho e eu acabei o atropelando com o meu carro – contou-me.

Eu sabia que ele não devia ter ido. Sabia que ele deveria ter desistido de Bernardo. Aquele ele só o traria mais dor e sofrimento. Ele deveria ter me escutado. Todos deveriam ter me escutado ao invés que quererem incentivar isso. Eu devia ter me mantido fiel aos meus pensamentos ao invés de deixar Dylan me manipular com os dele. Deveria ter continuado contra aquilo e não o incentivado quando ele disse que iria encontrar Bernardo. Não deveria tê-lo deixado sair naquela manhã. E se aquela fosse a última vez que meu irmão falou comigo? E se agora Daniel estivesse morto estirado no chão de uma rua qualquer? E se eu tivesse perdido meu irmão e melhor amigo para sempre?

– Onde ele está? – indaguei.

– A ambulância acabou de leva-lo para o hospital Copa D'or – ele me disse – Estamos indo para lá também.

– Obrigado – disse desligando o telefone.

Caminhei para a sala onde minha irmã se levantou do sofá assustada ao perceber meu semblante de preocupação.

– O que foi, Théo? – ela disse vindo até mim.

Olhei para Guilherme que pareceu entender que era para ele se levantar e ir para o lado de minha irmã.

– É o Daniel – disse tentando soar o mais tranquilo possível, mas confesso que aquilo era extremamente difícil – Ele sofreu um acidente de moto e está indo para o hospital.

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