internato cap 37

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Não vou abandona-lo

Bernardo

– Ele acordou – disse a enfermeira a nós na recepção do hospital – Mas ainda está muito fraco.

– Você vai vê-lo, Bernardo? – minha mãe indagou-me preocupada.

– Vou sim – respondi ainda chocado com tudo o que Pedrinho me contou.

Ian chegou em meu apartamento esta tarde completamente destruído ao lado de seu irmãozinho. Assim que eu abri a porta ele perdeu a consciência me fazendo entrar em desespero. Pedi ajuda a meus pais enquanto Pedrinho sacudia Ian sem nenhum resultado. Chamamos então a ambulância que o levou para o hospital. Durante o caminho, indagamos a Pedro o que havia acontecido e ele nos contou que Izac estava atrás deles e que matou Jair. O pobre garoto estava em choque e tremia a todo momento. Meu pai acionou a polícia imediatamente. Foram ao apartamento de Ian no endereço que Pedrinho deu e encontraram o corpo de Jair com vários ferimentos e um corte na garganta, mas não havia sinal de Izac. Queriam levar Pedrinho como testemunha, mas a meu pedido, meu pai usou sua influência para fazer com que a polícia o interrogasse no hospital e o garoto ficaria sobre seus cuidados. Ian veio até mim em desespero e eu não podia deixar que a polícia levasse seu irmãozinho enquanto ele permanecia inconsciente. Quando a enfermeira chegou para nos avisar do despertar de Ian, Pedro estava em uma sala conversando com dois policiais. Já estava lá a mais de duas horas.

Entrei no CTI do hospital onde Ian, estava deitado em um box com vários aparelhos ligados a ele e um cateter de O² no nariz que o auxiliava na respiração. Ele olhou para mim e pude ver que sentiu alivio ao me ver.

– Onde está Pedrinho? – foi a primeira pergunta que ele me fez com a voz cansada.

– Está bem – falei pegando sua mão direita, pois a esquerda havia sido engessada novamente – Vocês estão seguros novamente.

– Eu devia ter aceitado sua ajuda antes – ele disse choroso – Izac surtou.

– Seu irmão nos contou – falei o tranquilizando – A polícia foi acionada e vão pegar Izac. Não precisa se preocupar. Só precisa melhorar.

– A médica disse que eu tive um traumatismo craniano – ele disse tentando erguer a mão até a cabeça, porém estava fraco demais e a mão cedeu. A segurei novamente – Mas que não foi nada muito grave.

Foi uma pequena fissura no crânio provocada por uma queda anterior ao do meu apartamento. Foi isso que ela nos disse mais cedo. Nada muito sério, mas o suficiente para que ele perdesse a consciência e ficasse com dificuldade para respirar. Ficaria em observação por 48 horas.

– Você vai se recuperar – afaguei seu rosto, bem próximo ao hematoma no olho direito. Provavelmente o irmão louco o bateu muito antes dele conseguir fugir. E então o traumatismo craniano estaria explicado – A polícia quer falar com você. Disseram que não vão demorar.

– Eles vão levar, Pedrinho? – ele indagou com nervosismo.

– Por enquanto vocês vão ficar lá em casa – respondi com um sorriso.

Ian sorriu em resposta.

– Pode avisar Dylan que eu estou no hospital? – pediu receoso da minha resposta – Eu não falo com ele desde o dia que sai da escola.

Queria dizer que não. Queria lhe dizer que Dylan não se importava com ele e que era um idiota por achar o contrário, mas então me lembrei que ele fez algo que nunca fez quando namorou Théo. Ele foi sincero com Dylan a respeito do motivo do fim de seu namoro com Théo. Sem falar que ele procurou por Ian. Durante a viajem ele ligou tentou entrar em contato comigo e com Daniel para saber notícias de Ian. Será que ele mudou? Era difícil de acreditar, mas se parar para pensar Théo e eu conseguimos mudar, porque ele não iria?

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