internato Cap 24

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Novo amigo

Daniel

Corria com a moto pelas ruas a noite desejando que um carro surgisse em minha frente e me tirasse a vida. Sei que isso é um tanto quanto mórbido e deprimente, mas naquele momento eu não via razão nenhuma para continuar vivo. Havia dado tudo por ele. Me matei para provar que o amava de verdade e ele me traiu daquela forma. Não me importava o seu passado ou com seus problemas familiares, pois tudo o que eu queria era ele. Mas não poderia aceitar aquela traição. Não aguentaria saber que ele não me amava o suficiente para resistir a outros garotos. Não aguentaria saber que ele beijava outras bocas além da minha. Não aguentaria ser deixado de lado.

Coloquei minha moto na garagem do prédio tomei o elevador. As lágrimas escorriam por meu rosto e encharcavam a minha camisa que somente agora percebi estar do lado avesso. O elevador parou e eu corri para meu apartamento abrindo a porta em um rompante e a batendo logo em seguida assustando Théo que assistia tv na sala.

– O que aconteceu, Daniel? – Théo indagou se levantando do sofá – Você está péssimo.

Olhei para meu irmão casula indagando-me se o real motivo do termino do seu namoro no dia anterior seria o fato dele ter descoberto a traição.

– Você sabia e não me contou! – o acusei com a voz destorcia pela dor – Você sabia o que eles fizeram.

– Eles quem? – Théo parecia realmente confuso – Fizeram o que?

– Bernardo e Dylan estavam fodendo pelas nossas costas – atirei aquilo em cima de meu irmão cujo rosto ficou lívido no mesmo instante.

Sua reação me mostrou que Théo era tão inocente naquela história quanto eu. Eu deveria saber que se meu irmão sequer desconfiasse de uma traição ele vira até mim e me diria a verdade.

– Foi ele quem te contou? – Théo tentou controlar o tom de voz, mas ele ainda assim saiu mais alto que o desejado.

–Foi – disse arfando devido a dor em meu coração – Eles nos estavam fazendo de idiotas!

– Isso explica o motivo dele ter terminado comigo – Théo sentou-se no sofá fitando o nada – Por isso ele estava distante. Eu deveria saber que não poderia confiar naquela puta do Bernardo! E pensar que eu me sentia mal por não ter sido um bom amigo para ele.

– Ele que não foi um bom amigo par você! – falei – Nem um bom namorado para mim. Aquela puta!

Sentei-me ai seu lado e fiquei fitando o ventilador de teto girando. Pensava em Bernardo e Dylan juntos e meu cérebro criava imagens dos dois trepando e rindo de nós dois. Nos fizeram de idiotas e isso era o que mais me magoava. Confiei meu amor a Bernardo e ele o despedaçou como se não fosse nada.

– Onde ele mora? – indaguei a Théo.

– Eu te falo, mas quero ir também – meu irmão respondeu com ódio e ressentimento tingindo sua voz.

Théo

Saltei da moto assim que ele parou em frente ao condomínio em que ele morava. Olhei para a guarita onde o segurança saiu segurando um rádio e com uma pistola presa a cintura. Naquele momento eu quis desistir e ir para minha casa chorar o fato de ter sido um completo idiota por tanto tempo.

– Viemos ver a família Collins – Daniel disse controlando o tom de voz para parecer o mais natural possível – Somos amigos de Dylan Collins.

O segurança olhou de Daniel para mim de cenho franzido antes de falar.

– A família Collins está de férias nos Estados Unidos e Dylan saiu e ainda não voltou – ele olhou o relógio de pulso – E são duas da manhã garotos.

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