Bernardo
– Chegamos – acordei com a voz de meu pai me chamando.
Abri os olhos e percebi que não estávamos mais no Flamengo e sim em um lugar bem diferente. Estávamos em uma estrada onde tudo o que eu via era montanhas e mato, mas não fora isso que me chamou a atenção. Meu pai reduzia a velocidade em frente a uma enorme escola formada por um complexo prédios de no máximo seis andares e cercada com um uma cerca de ferro enorme. O portão estava aberto e meu pai seguiu a fila de carros caros que rodeavam um enorme chafariz e paravam em um enorme estacionamento.
– É ainda maior do que eu me lembrava – meu pai disse tirando a chave do carro – O que achou Bernardo?
– É enorme – respondi pegando minha mochila e saindo do carro.
Ao sair, a primeira coisa que percebi era o clima mais fresco da região o cheiro das arvores e da grama recém cortada. Senti meu coração pulsar descontrolado, pois não sabia o que esperar daquele lugar.
Meu pai me abraçou orgulhoso de eu ter conseguido entrar naquela escola que é considerada uma das melhores do Brasil assim como ele havia feito. Não me lembro de meu pai sentir tanto orgulho de mim em toda a minha vida. Claro que eu era um rapaz estudioso e sossegado que não lhe dava trabalho, mas meu pai sempre espera a excelência de todos. E finalmente aos meus quatorze anos de idade, eu havia conseguido arrancar a frase que eu sempre quis de seus lábios.
– Estou orgulhoso, Be – disse com a mão apoiada em meu ombro – Divirta-se, mas não esqueça dos estudos.
– Não vou esquecer pai – contive as lágrimas que ameaçaram escapulir por meus olhos com certa eficiência.
Peguei minhas malas no carro e caminhei junto de alguns alunos até o saguão principal do colégio junto com alguns outros alunos que assim como eu olhavam para tudo entusiasmados. Os alunos eram compostos por meninos e meninas entre quatorze e dezoito anos que iriam integrar as diversas turmas. A maioria dos alunos mais velhos, se conheciam e brincavam enquanto aguardavam na fila para saber qual seriam seus dormitórios naquele ano enquanto nós que éramos novatos, estávamos apreensivos, pois nenhum de nós queria cair com alguém esquisito ou nojento. Sobretudo, eu tinha medo de dividir o quarto com algum garoto intolerante como o que estava a uns sete metros na minha frente, pois eu sou gay e não conseguiria esconder isso por muito tempo. Claro que eu escondo dos meus pais, mas eu praticamente só os vejo na hora do jantar, pois ambos trabalham. Mas eu teria contado com meu colega de quarto o dia inteiro e logo e perceberia quem e o que eu sou.
Houve um gritinho alegre de uma garota de aproximadamente dezessete anos quando ela correu pelo saguão largando suas malas e abraçou o garoto parado no início da fila. Eu quase fiz o mesmo, pois eu nunca vi um garoto como ele. Ele deveria ter quase dezoito anos e tinha o corpo forte e branco. Seus cabelos eram de um loiro escuro e lisos e desgrenhados que o deixava com uma aparência rebelde apesar de aqueles olhos azuis me dizerem que ele era um bom garoto. Trajava uma calça jeans justa e uma camisa preta que marcava seu peito largo e rígido. Não pude me conter e fitei o volume em sua calça e minha mente logo nos imaginou dividindo o quarto e minha boca descendo lentamente até seu pau.
– Parece que você vai desmaiar a qualquer momento – uma voz me tirou de meus devaneios eróticos com o garoto loiro. Me virei e um garoto baixinho, magro e com mechas azuis no cabelo loiro.
– Não... eu... eu... – gaguejei com medo de que ele pudesse descobrir que eu estava babando por um garoto que não conhecia – Eu só estava.
– Imaginando você e Daniel Villela na mesma cama – ele disse com um sorriso travesso – Acredite você não é o único. Ele realmente é bem bonito. Prazer, me chamo Théo.
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O INTERNATO
FanfictionQuando Bernardo se muda para um colégio interno descobre que o amor vem do lugar que nos menos esperamos e que se você ama deve lutar por a pessoa que ama venha comigo Embarcar nessa aventura GENTE ESSA HISTORIA EU ENCONTREI NA CASA DOS CONTOS E EST...