internato cap 7

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Término

Daniel

– Onde você vai? – Amanda me perguntou quando passei por ela arrumado para sair.

– Vou dar uma volta – disse rispidamente o que deixou tanto minha mãe quanto meu irmão e Dylan boquiabertos.

– Você vai o que? – Indagou com a incredulidade deixando sua voz esganiçada – Volte aqui Daniel.

– Para que, Amanda? – Indaguei sentindo as lágrimas se formarem – Obviamente não estamos bem e eu preciso pensar a respeito.

– E onde você vai? – Disse cruzando os braços enquanto me fuzilava com o olhar.

– Não sei – respondi pegando minhas chaves na bacia de cristal ao lado da porta – Não me espere acordada.

Como esperava, Amanda não fez nenhum esforço para me trazer de volta e nem veio atrás de mim. Era muito orgulhosa para isso. Não nos falamos durante o dia inteiro e minha saída só serviria para deixa-la ainda mais irada. Mas eu precisava de ar fresco. Precisava de um lugar onde eu pudesse agir como eu mesmo e ninguém perguntaria qual era o meu problema. Precisava ir a um lugar onde eu pudesse ser livre.

Sai do elevador e fui até a minha moto na garagem do prédio deixando aquele lugar opressivo. No início eu não sabia a onde ir e por isso fiquei apenas vagando pelas ruas do Leblon, mas logo encontrei uma placa de neon que estava escrito Place. Eu já havia ouvido falar daquele lugar e sabia do que se tratava. Era uma boate gay. Não queria ceder à tentação, mas ao mesmo tempo não conseguia mais fingir que aquele tipo de coisa não me atraia. Me vi parando em frente a boate e entrei na fila onde alguns homens entre quarenta e dezoito anos estavam. Alguns trajavam roupas e se comportavam de forma masculina, porém outros vestiam roupas extravagantes e apertadas com maquiagem e se comportavam com trejeitos.

– Veio sozinho gato? – Virei para trás e um homem que aparentava ter trinta anos com voz anasalada indagou. Sua aparência me assustou a princípio. Tinha o cabelo tingido de loiro e raspado nas laterais. Trajava uma calça jeans justíssima e vestia uma camisa florida extremamente chamativa.

– Sim – engoli em seco lutando contra a vontade de sair correndo.

O homem mordeu o lábio inferior a fim de me provocar e me avaliou de cima abaixo sem se preocupar em ser discreto.

– Prazer, meu nome é Thiago – disse me dando beijinhos nas bochechas.

– Victor – não sei se foi o medo ou a vergonha de estar naquele lugar que me fez mentir o nome, mas quando dei por mim já havia dito.

– Então, Victor – ele desse colocando a mão na cintura – Primeira vez aqui?

– Sim – respondi tremendo e ele percebeu.

– Relaxa bofe! – Ele disse sorrindo – Não vou te morder – disse passando a mão por meu peito – A não ser que você queira.

Foi quando chegou a minha vez de apresentar minha identidade para o segurança, mas ele nem a pediu. Apenas comprei meu ingresso e entrei; A boate era escura apesar das fortes luzes multicoloridas que piscavam o tempo inteiro de acordo com o ritmo da música eletrônica que o DJ tocava. Haviam vários homens dançando juntos, alguns juntos demais, haviam algumas mulheres também, mas eram tão escassas que não chamavam a atenção. Me infiltrei em meio aqueles homens que se esfregavam uns nos outros e se agarravam me sentindo estranho, mas não estranho como quando estava com Amanda. Era estranho de uma forma boa embora estivesse pouco à vontade. Fui até o bar e me sentei.

– Quer o que? – o barmen indagou. Era um rapaz alto e forte sem camisa que me fez ficar mais tempo do que quero admitir olhando-o.

– Qualquer coisa – disse tentando disfarçar o rubor em meu rosto.

O INTERNATOOnde histórias criam vida. Descubra agora