No Planeta Mater
Bule e onze outros havas trabalhadores se preparavam. Ele odiou aquele plano de Dora. Eles haviam retirado os cintos de segurança das cápsulas.
Usaram o material para improvisar um sistema que prendia os havas trabalhadores às laterais das aeronaves Riva, um de cada lado.As aeronaves voariam em baixa velocidade, e levariam Bule e seus companheiros para o alto dos prédios em forma de cubo, enquanto os batalhoídes atacariam.
Ele não entendia como havia concordado com aquilo. O Quatro Braços foi muito convincente ao dizer que os havas trabalhadores do campo de trabalho correriam muito risco em um ataque generalizado ao campo.
Havia amanhecido há cerca de duas horas e eles estavam quase prontos. Bule não queria admitir, mas estava apavorado.
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No campo de trabalho, os guerreiros haviam levado Portla para um salão grande, no andar térreo de um prédio em forma de cubo. O local era usado para rituais e outras atividades em grupo.
Portla foi jogado em um canto. Eles haviam encontrado o terminal portátil na mochila, e o haviam aberto em cima de uma mesa no centro do salão.
Também haviam encontrado o cinto que Portla usava debaixo do macacão, e também o colocaram sobre a mesa. Ele era branco, com doze pequenos compartimentos presos nele.
O líder do campo de trabalho perguntou para seu segundo em comando.
- O que serão essas coisas nesse cinto?
- Devem ser baterias, ou algum tipo de equipamento eletrônico. – disse o segundo em comando enquanto tentava abrir um dos compartimentos.
O terminal possuía câmeras e microfones, e estava transmitindo as imagens e o áudio para Dora.
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Esther sentiu que alguém a balançava e despertou assustada. Ela não havia conseguido dormir bem, fez muito frio durante a noite, a fogueira ajudou, mas ela gostaria de ter tido um cobertor.
A luz do dia estava muito forte e seus olhos demoraram alguns instantes para se acostumar, então ele ouviu a voz de Ismael.- Acorda dorminhoca, eles vão atacar o campo de trabalho, você vai perder o show?
Esther levantou e correu com Ismael para o alto da colina, onde já estavam Estela e Augusto.
Um hava trabalhador trouxe um binóculos e o entregou a Estela.Quando Esther chegou ao alto da colina viu que os batalhoídes avançavam em direção ao campo de trabalho, sobre alguns deles iam havas trabalhadores.
Um barulho de motores foi ouvido e os humanos se viraram. A fonte do barulho eram as seis aeronaves Rivas. Elas voavam devagar, com algumas coisas presas nas laterais.
As aeronaves se aproximaram e então os humanos constaram que as coisas presas nas laterais eram havas trabalhadores.
Ismael disse:- Eles são criativos, isso não dá para negar.
Esther sentiu um aperto no peito e pensou no que Maia estaria fazendo agora lá em Atlas. Ela se preocupava se o bebê havia nascido normalmente. Pensava que a sua companheira devia estar sofrendo muito, que a notícia que ela havia sido sequestrada pelos alienígenas devia ter sido terrível.
Ismael percebeu o sofrimento da amiga e a abraçou, enquanto observavam a progressão do ataque.
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O Quatro Braços estava usando um terminal portátil e, em conjunto com Dora, comandava o ataque.
Durante a noite, ele havia conseguido contato com os crow do campo de trabalho através de seu painel, o qual teve seu alcance amplificado por um transmissor de rádio dos humanos.
Ele havia conseguido informações preciosas com os crow sobre o funcionamento atual do campo e sobre os vigias hava. Ele também conseguiu orientar os crow a se proteger da melhor forma possível e a, na hora certa, convencer os havas trabalhadores do campo a passar para o lado dele.
Ele via, em um canto da tela, as imagens das câmeras do terminal que estava no campo de trabalho. Mais da metade do contingente de guerreiros do campo estava naquele local. Logo perceberiam o ataque e sairiam dali.
Então o Quatro Braços disse:- Dora, detone agora.
O cinto que estava nas mãos de um guerreiro explodiu violentamente. Todos os guerreiros no local foram atingidos, a maioria não sofreu lesões fatais, mas ficariam fora de combate.Dora então disse:
- Eu não esperava que esses havas do campo iam ser tão estúpidos, parece que são mais burros que os havas normais.
- O trabalho de vigia nesse tipo de instalação deixa os havas ainda mais limitados intelectualmente. Não tem nenhum desafio. A maioria dos seres biológicos precisam ser estimulados para adquirir certas habilidades.- disse o Quatro Braços.
Os batalhoídes avançavam rumo ao campo.
Os quatro snipers hava do campo abriram fogo das janelas mais altas de quatro prédios diferentes.
Os clarões dos tiros podiam ser vistos pelos batalhoídes, esse era um problema do rifle sniper padrão dos hava, ele facilmente denunciava a posição do atirador.Um batalhoide sobre rodas foi atingido, o disparo perfurou a frente da torreta a saiu por trás. O Riva no interior do veículo foi morto.
Os batalhoídes pararam, miraram suas armas e atiraram nos locais dos quais haviam partido os disparos dos snipers.
Pedaços das partes mais altas dos quatro prédios foram destruídas pelos disparos dos batalhoídes, porém sem causar muitos danos ao restante das construções.
Então os batalhoídes retomaram seu avanço. Enquanto as aeronaves se aproximaram.
Nos telhados dos prédios em forma de cubo havia guerreiros havas armados com rifles de quatro canos, os quais passaram a atirar nas aeronaves.Bule pegou uma das granadas fragmentação e a jogou no telhado de um dos prédios. Um disparo de rifle atingiu sua perna direita, aquilo não seria fatal, mas doía muito.
A granada explodiu e dois guerreiros havas foram colocados fora de combate.
Os outros havas trabalhadores também lançaram granadas. Depois passaram a atirar com os rifles de plasma desviados dos humanos. Os últimos guerreiros dos telhados foram liquidados e as aeronaves se aproximaram dos telhados.
Bule soltou a fivela que o prendia a aeronave Riva quando está pairava a menos de dois metros do telhado.
Ele pulou para o telhado, porém a perna ferida fez com que ele caísse para o lado. Dois havas trabalhadores desceram em cada prédio.
Bule se levantou, então ele seus companheiros pegaram as máscaras de gás em suas mochilas. Aqueles equipamentos haviam sido desviados dos humanos, juntamente com o gás que usaram na cápsula para resgatar Dora e que usariam agora.
Eles haviam passado a noite fazendo adaptações nas máscaras, não ficaram perfeitas, mas iriam servir para uma missão rápida.
Bule foi até a portinhola que dava acesso ao interior do prédio. Ele atirou na fechadura com o rifle de plasma. Metade da portinhola foi destruída.
O outro hava trabalhador jogou as bombas de gás pela portinhola.
Os humanos haviam estudado cadáveres de Stall, e desenvolveram aquele gás sonífero como forma de tentar capturar alguns de seus antigos inimigos com vida. Ele funcionava também com humanos, e com havas, como o Quatro Braços havia testado secretamente no Planeta UH 9536.
O Quatro Braços também verificou que o gás é mais pesado que o ar da maioria dos planetas habitáveis, então ele desceria pelo prédio botando os guerreiros para dormir.
Aqueles seis prédios eram aonde o contingente de havas guerreiros ficava. Nos outros prédios geralmente ficavam crows e havas trabalhadores.
Os crows informaram que não havia guerreiros nas pirâmides, e nos outros prédios.
Os batalhoídes chegaram trazendo mais havas trabalhadores armados.
Os guerreiros adormecidos foram amarrados e o restante do campo foi revistado. Não havia mais nenhuma resistência. O campo de trabalho havia sido tomado.
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O Deus Tulo
Science Fictionesse livro é a continuação direta do livro Planeta UH 9536. A Aventura dos soldados humanos continua, e muitos segredos são finalmente revelados.