Capítulo 4 - Calixto

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Esther e os seus companheiros estavam sendo levados por cerca de dez havas trabalhadores armados. Eles estavam  com as mãos amarradas para trás.

Não sabiam para onde estavam sendo levados, nem mesmo em que Planeta estavam. Esther achava que devia ser o final da tarde.

Os havas os levavam através de um tipo de floresta, e a mesma foi ficando mais espaçada, e depois de algumas centenas de metros, estavam em uma área onde as plantas chegavam apenas na altura da cintura de Esther.

Agora eles podiam ver a paisagem formada por colinas, todas cobertas de vegetação. Esther olhou para o céu e viu uma pequena lua avermelhada.
Ismael quebrou o silêncio e disse:

- Ser raptado por alienígenas, não era bem isso que eu tinha programado para hoje.
Esther ia responder mas ela avistou diversos batalhoídes parados em uma colina. Era para lá que eles estavam indo.

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No Planeta Atlas

A sala estava em silêncio enquanto o comandante Jordão lia relatórios no terminal de sua mesa. A porta se abre e a chefe de gabinete Thalia entra e diz:

- Comandante,  a especialista em Stalls chamada Calixto fez uma descoberta.

- Certo, o que é? – perguntou Jordão.

- Bem comandante, ela está aí fora, eu achava melhor o senhor falar com ela pessoalmente. A questão é muito complicada e terrivelmente importante. – respondeu Thalia.

Jordão esperou por alguns instantes, ele precisava de alguns segundos para se preparar, aqueles dias não estavam sendo fáceis. Ele era a maior patente naquele planeta, seus superiores estavam a muitos anos luz de distância.

Ele pensou na pobre Estela, ela passou por uma situação semelhante, tomar decisões que definiriam o destino da humanidade. E pensar que ela havia acabado sendo sequestrada por alienígenas. Ele esperava ter mais sorte. De uma coisa ele tinha certeza, nunca embarcaria em uma daquelas cápsulas. Então ele disse.

- Traga a especialista, vamos ver do que se trata.

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A nave de desembarque Stall faz as últimas manobras para pousar no meio do desfiladeiro. Em seu interior a menina sacerdotisa Trix está ansiosa. Ela mal podia acreditar no que o comandante Tax havia lhe contado a pouco.

Era incrível demais para ser verdade. O Deus Tulo havia interferido na batalha e garantido uma vitória impressionante, além de deixar no local um relíquia fabulosa, e uma mensagem, a qual ainda não foi aberta.

Aquele desfiladeiro já era considerado um lugar sagrado. No futuro certamente haverá
peregrinações até o local. Trix havia sido convocada para  realizar os sacrifícios de agradecimento e louvor a Tulo.

A nave pousa. Um soldado a ajuda a soltar o cinto de segurança e a descer da poltrona ergonômica.

A rampa da nave desce. A claridade incomoda seus olhos. Ele sente vertigens, já faz muito tempo que ela não vai a um local com gravidade.

As sessões em aparelhos médicos mantiveram sua massa muscular, e o restante de seu corpo funcionando de forma normal, mas o cérebro demora a se reorientar.

Isso combinado com a emoção de participar do momento histórico era demais. Trix da um passo e então desmaia e é amparada por um soldado.

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O grupo de Esther chega ao alto de uma colina. Por volta de dez batalhoídes estão no local. Então ela vê que o terreno a frente é mais plano, e que a cerca de quatro ou cinco quilômetros de distância estava um grande grupo de prédios.

As construções eram enormes e estranhas. Meia dúzia de grandes pirâmides vermelhas sem nenhuma janela, e dezenas de outros prédios menores, em diversos tons de cinzas, e  com  forma de cubo. 

Os prédios menores possuíam poucas janelas, e elas eram pequenas. Esther pensou que deviam servir para vigiar os arredores e para o uso de atiradores.

Estela e Augusto estavam muito quietos. Esther achou que a traição dos crows foi um golpe muito duro para eles.

Ela achou que não podiam deixar a moral cair, tinham que estar atentos caso alguma oportunidade de fuga aparecesse. Ela iria dizer alguma coisa espirituosa mas então Ismael falou primeiro.

- Ei, olhem quem está vindo para a festa.

Ela olhou para trás, lá estava o Quatro Braços saindo de um bosque próximo, com um grupo de havas trabalhadores, três outros crows e um hava guerreiro, o qual estava com as mãos amarradas.

Um barulho de motores começou a ser ouvido. Então seis aeronaves Rivas passaram em direção aos prédios.

Uma das aeronaves disparou suas armas e atingiu o topo de uma das pirâmides, e depois todas  elas se afastam. Esther entende que aquilo foi apenas uma demonstração de força para os habitantes daqueles prédios, seja lá quem forem.
Ismael então fala:

- Eu ainda tenho esperança de um dia entender tudo o que está acontecendo.

O Deus TuloOnde histórias criam vida. Descubra agora