Na nave de transporte interestelar humana Solar Oito
A menina Stall chamada Tikse começa a acordar, a sensação de desconforto é muito grande, porém ela ainda não sabe o que está errado. Então ela percebe que está com as mãos e pés presos por correias. Ela abre os olhos, porém a sua visão está turva. Ela entra em pânico e tenta inutilmente se libertar, porém só consegue ferir os pulsos.
Ela está totalmente confusa, não sabe onde está, ou como veio parar ali. Então seu cérebro consegue recuperar gradativamente as terríveis lembranças. Ela se recorda dos alarmes tocando, e dos adultos se direcionando para seus postos enquanto diziam que a nave havia sido atingida. Depois disseram que havia tropas inimigas no interior da nave.
O pai dela era um dos navegadores da nave e a mãe trabalhava como técnica dos equipamentos de reciclagem de ar. Eles a levaram para as cuidadoras e foram para seus postos de trabalho. As outras crianças também foram levadas para a câmara onde normalmente eram cuidadas enquanto seus pais trabalhavam.
Ela se lembra de como as cuidadoras foram ficando cada vez mais desesperadas com as mensagens de texto que recebiam em seus dispositivos pessoais de comunicação. E se recorda quando uma delas passou a dizer visivelmente alterada:
- Crianças, infelizmente o grande Tulo não nos concederá a vitória nessa batalha. Os soldados em trajes espaciais lutarão até o fim para honrar as nossas grandes divindade. Nossa raça não é só corajosa na vitória, mas também na derrota. Nós enfrentamos a morte iminente com a cabeça erguida. Os tripulantes e soldados que não possuem trajes espaciais vão se auto sacrificar, e a Deusa Virtex irá acolher suas almas com todo o amor e carinho. Nós vamos ajudar vocês a deixar essa vida de forma digna, e depois também vamos nos sacrificar. Não podemos falhar com nossas divindades e deixar a covardia nos dominar, nenhuma raça inferior pode pôr as mãos em um Stall vivo, seria um pecado grande demais deixar que isso acontecesse. Não se preocupem, a dor será pouca, e Virtex já está aguardando vocês, as crianças Stall são os seres que ela mais ama. Nós cuidamos de vocês por anos e esse é nosso último e maior gesto de amor a vocês.
Uma outra cuidadora trouxe uma caixa lindamente adornada e a abriu, no interior dela haviam três facas curvas. Cada cuidadora pegou uma faca, puxou uma das crianças e ficou flutuando segurando ela pelas costas. Elas começaram a orar. Duas crianças fecharam os olhos e se entregaram à morte. Suas gargantas foram cortadas e o sangue começou a flutuar pela câmara, porém a terceira tentou resistir. As duas outras cuidadoras imobilizaram o pequeno menino Stall, a qual se retorcia e gritava, a terceira cuidadora usou a faca, e os gritos cessaram enquanto o menino morria afogado no próprio sangue.
Mais três crianças foram abraçadas pelas cuidadoras e as orações tiveram início outra vez. Porém agora as preces foram mais breves, parecia que a urgência havia aumentado. Tikse estava paralisada pelo medo, ela fechou os olhos, não conseguia mais ver seus amigos serem mortos. Ela procurava pensar que aquilo acabaria logo. Ela ouviu gritos e então eles cessaram.
Então ela sentiu a mão da cuidadora segurar seu braço e a puxar, enquanto ela era abraçada pelas costas ouviu o voz calma de Gilva, aquela cuidadora cuidava dela desde bebê. Gilva disse:
- Calma Tikse, abra os olhos, você não vai querer se despedir da vida assim, não é mesmo? Ore comigo, estou aqui com você, não se sinta sozinha, eu te amo como se você fosse a minha filha, eu espero um pouco até você estar pronta, eu vou segurar a sua mão enquanto você estiver indo.
Elas começaram a oração para Virtex juntas. Quando já estavam terminando um som terrivelmente alto fez seus ouvidos doerem, e a vibração fez até o ar tremer. Elas se viraram e perceberam que uma das paredes havia sido perfurada por uma estaca de metal. Um gás começou a se espalhar, então Gilva pega a faca e Tikse resiste, ela não estava pronta ainda, ela sente a faca cortando a pele de seu pescoço, porém consegue se soltar. Gilva a puxa novamente pelo braço, ela volta a resistir. Gilga desmaia, ela foge para o outro lado sala, e está é sua última lembrança.
Agora sua visão está voltando ao normal e ela consegue ver que está em uma um ambiente estranho, a iluminação é diferente, o revestimento da parede é de uma cor que ela nunca havia visto. Ela percebe que não está mais na nave Stall . Ela olha para seus braços, existem agulhas enfiadas neles, e também vê coisas estranhas presas ao seu peito. As fitas que prendem suas mãos e pés são de uma material claro e macio, porém muito resistente. Ela pensa "era melhor ter morrido".
Então ela ouve uma respiração estranha vinda de trás da maca, parecia a de um animal. Ela não tem coragem de olhar, mas a coisa está se aproximando. Ela grita o mais alto que pode e novamente tenta se soltar. A coisa, o humano, está sobre ela agora, e a observa. Ela sente a mão da criatura tocar o seu braço, e ela continua a gritar em desespero.
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No Planeta UH 9536
Já havia anoitecido e o dispositivo pessoal de comunicação de Gilga notifica a chegada de uma mensagem de texto, ela dizia:
- Estou enviando o diagrama para você voltar para a base em segurança. Siga o com precisão ou poderá ser avistado e ter que explicar o que estava fazendo sozinho andando por aí.
Gilga responde o mensagem:
- Você não respondeu a minha mensagem anterior, quem é você? responda ou não vou seguir nenhuma instrução sua.
Outra mensagem do desconhecido chegou:
- Seu idiota, eu não vou revelar a minha identidade a você. E não farei isso porque existe o risco de você ser descoberto e capturado, sendo que esse risco é elevado. Você não é o tipo de Stall que resistiria a tortura, iria logo me entregar. E não irei confiar a esse ponto em você, de jeito nenhum, você é incompetente e descuidado. Usar o tipo de câmera e microfone que você usou, os quais transmitem utilizando uma freqüência de rádio extremamente fácil de se identificar e rastrear, é um erro tosco. Você é uma besta, teve muita sorte hoje, o pessoal de Tax está muito perturbado com a mensagem do suposto Tulo para tomar as devidas cautelas, talvez não tenha tanta sorte na próxima vez, isso se conseguir voltar sozinho para a base. Desejo sorte para você, seu cretino.
Depois de alguns minutos refletindo Gilga envia:
- Peço seu perdão, não voltarei a questionar sua identidade, agradeço seu auxílio.
A resposta veio logo:
- Comece a andar conforme indicado no diagrama, e agora, seu tosco de merda.
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O Deus Tulo
Научная фантастикаesse livro é a continuação direta do livro Planeta UH 9536. A Aventura dos soldados humanos continua, e muitos segredos são finalmente revelados.