dois corações quebrados

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Miami, Florida

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Miami, Florida.

03:07 AM

A noite em Miami passa lentamente mais uma vez como nos últimos 53 dias para Lauren, a jovem fotografa jornalista de 25 anos estava parada na janela com uma xicara de café nas mãos observando a segunda coisa que mais amava no mundo.

Vez ou outra ela tirava os olhos do infinito céu em sua frente e olhava o movimento constante nas ruas, para uma madrugada de sábado no centro da cidade era comum aquele movimento. Pessoas indo e vindo, diversas histórias que passavam uma pela outra sem se colidir, uma garota atravessando a rua na frente do prédio chamou atenção da morena. Lauren sorriu negando com a cabeça, apenas ela faria isso em plena madrugada.

Se afastou da janela, repousou a xicara pela metade no balcão um tanto futurista da sua cozinha, arrumou a blusa moletom em seu corpo, e se direcionou a porta da sala, esperando a campainha tocar, assim que o som foi ouvido pela extensão do apartamento ela abriu a porta. Deixando a morena do corredor com uma expressão confusa no rosto.

- Estava na janela? – Lauren assentiu. – Vim te contar uma novidade e dormir aqui.

- Claro que veio. – Abriu passagem para a mulher entrar. – Onde você estava? Te enviei um e-mail, você recebeu?

- Não, eu estava em uma festa desde a tarde, por isso demorei chegar, desculpe furar o compromisso. – Lauren não achava necessário aquilo, mas era bom ter a companhia naqueles dias.

- Keana, você sabe que não precisa fazer isso certo? - a amiga assentiu dando os ombros. – Ok. Você quer tomar um banho? Sinto o cheiro de álcool daqui.

- Então eu estou cheirosa. – riu dando uma piscadela. – Vou aceitar o banho. Mas vem comigo e me espera, aproveita e me conta como foi sua sessão hoje. – Falou isso se levantando e indo para o banheiro sendo seguida por Lauren.

- Foi normal, depois da sessão eu liguei para minha avó, conversamos por alguns minutos e eu fui a praia fotografar algumas pessoas. As coisas estão mais fáceis. Estou focando no trabalho, mas continuo pensando no fim da noite. Continuo me sentindo quebrada. Meu coração continua despedaçado, eu só preciso que as coisas voltem a ser como eram antes. Por que precisa ser tão difícil?

- As coisas não vão voltar a ser como eram antes, ela foi buscar um novo começo, você precisa fazer o mesmo. – falou abrindo a porta do banheiro do corredor.

- Eu sei, todo mundo sabe, mas também sabem que eu vou continuar amando. – coçou os olhos querendo chorar, doía sempre tocar no assunto.

- As coisas vão melhorar. – disse já no banheiro entrando no box, Lauren assistiu sua amiga se despir sentada na bancada do banheiro. – Eu tenho um novo contrato para a gente.

- Qual serviço? – Lauren perguntou curiosa. Quanto mais trabalho ela tivesse menos pensaria no que aconteceu. – de preferência algo que dure bastante tempo.

- Vamos fazer uma pequena viagem. – Abriu a porta do box e sorriu. – Há quanto tempo você não visita New York?

New York, NEW YORK.

09:00 AM.

Camila caminhava nas ruas extensas de New York, estava na cidade a cerca e um mês e não conseguia esquecer de Miami e esquecer das coisas que deixou para trás, as coisas que abriu mão.

Já estava na frente do escritório de advocacia onde rapidamente conseguiu um trabalho pelo ótimo currículo estudantil que teve na faculdade. Acenou com a cabeça para o porteiro do lugar e entrou no elevador, sacando o celular do seu sobretudo.

Viu três notificações ali, duas eram mensagens da sua mãe e uma ligação perdida de Dinah. Depois retornaria, agora não tinha tempo para isso.

Abriu a mensagem de sua mãe e sorriu automaticamente ao ver que era uma imagem, onde seu pai estava com uma plaquinha escrita " miss u kaki. " tinha tanta saudade da sua família, mas precisava ficar longe de Miami. Abriu a porta da sua sala indo para segunda mensagem. "Acho que podemos te visitar daqui duas semanas, nos ligue quando o seu expediente acabar minha pequena." Sinu continuava protetora com sua filha mais velha, mesmo Karla estando em casa.

- Bom Dia Camila. – Roger entrou na sala da latina com um sorriso nos lábios e uma flor nas mãos. – Te vi chegar. Uma rosa para uma rosa.

- Bom dia. – Disse aceitando a flor e levando ao nariz para sentir o aroma. – Não precisa fazer isso todos os dias.

- Gosto de roubar apenas um sorriso dessa jovem idosa. – Riu negando com a cabeça. Era bom ter um amigo no novo lar. – Mas chega de conversa. Temos quatro processos para revisar e levar para defensoria, então vamos ao trabalho.

Camila assentiu e ele puxou uma cadeira para sentar ao seu lado, precisavam estar juntos para resolver esses processos o mais rápido possível.

A Amizade dos dois se fortalecia cada vez mais, Roger foi o primeiro amigo que Camila fez ao chegar na nova cidade, quando decidiu buscar um recomeço. Ele era engraçado, tinha uma mãe encantadora que não acreditava que Camila era apenas amiga do seu filho. Ele também tem um gatinho que a latina é apaixonada.

Camila precisava de uma nova vida depois que tudo pareceu escorregar por suas mãos, é ir para a cidade que lhe sempre teve vontade de morar foi uma ótima válvula de escape.

Depois de cerca de duas horas os dois já estavam bastante cansados. Roger sorria para a tela do celular e Camila girava os olhos, ele realmente é um jovem advogado com um grande nome?

- Camila, consegui uma nova gatinha. – Mostrou o aparelho para latina, onde tinha a foto de uma mulher. – Que tal? Acho que agora vai, estamos conversando por alguns dias e ela aceitou sair comigo.

- Bonita. – Disse dando os ombros. – Mas parece ser jovem demais.

- Eu sou jovem demais. – empurrou a latina com o ombro sorrindo e ela ficou séria. – Desculpe. Me conta, como está se sentindo hoje?

- Como me senti ontem, cansada, mas é bom trabalhar. Estou tendo ótimos resultados então não é ruim como um todo. – Tentou mostrar ser forte, mas aquela sempre era a pergunta que lhe desarmava.

- Agora me conta a verdade. – Roger não conseguia acreditar que Camila estava bem, a garota tinha terapia duas vezes por semana, e não falava do fim do seu namoro.

- Eu me sinto quebrada, meu coração está em pedaços. – Suspirou pesadamente. – Mesmo saindo de Miami, eu não consigo esquecer.

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