Depois de passar quase uma hora no banheiro tomando banho para tentar evitar pensar no que minha irmã disse, fui para escritório sem querer. Passei o dia literalmente inteiro pensando nas coisas que Karla falou, não rendi nada no trabalho pela tarde e tentei evitar o máximo possível anitta, não estava com paciência para nada.
Decidi que ia tentar conversar com a Lauren quando saísse do trabalho. E agora estou dirigindo para o centro, praticamente implorei para Lucy o endereço já sabendo que Karla me daria uma bela mal resposta.
Não sei exatamente o que fazer quando encontrar com ela, a única coisa que sei é que é melhor não tentar ser invasiva demais e procurar uma conversa agradável, isso talvez não saia muito bem, mas não custa tentar.
Parei em uma espécie de garagem e fiquei alguns minutos pensando se era uma boa ideia estar ali. Pela quantidade de carros tem uma boa parcela de pessoas aqui agora.
Parei de me privar e sai do veículo sem saber direito para que lado ir, então apenas segui uma pequena trilha até encontrar a entrada.
Já na entrada vi Bryan conversando com algumas pessoas sentadas no chão, quis falar com ele mas achei melhor não atrapalhar, continuei adentrando o lugar para procurar por Lauren, mas nada, ela não estava por nenhuma parte, vi alguns pessoas que conheci no Hawai. Peguei dois papeis que pareciam explicar tudo que acontecia ali e comecei a olhar enquanto andava pelo lugar. Tem atividades bastante interessantes.
Já não sabia mais onde procurar do lado de fora por Lauren, até que fui para atrás da casa e vi o que não queria ver, minha ex estava literalmente gargalhando com Antonella que devia estar falando algo bastante engraçado pela altura da sua risada.
A gargalhada era tão gostosa que mesmo naquela circunstância em sorri, sorrir porque a tempos não ouvia aquilo, me senti bem. Andei um pouco para trás para não ser vista e esperei que ela ficasse sozinha.
Esperei por cerca de trinta minutos, mas nada, a garota continuava lá, e continuava fazendo Lauren gargalhar por todo esse tempo. Pelo que entendi elas estão vendo alguma coisa muito engraçada no computador e anotando.
Quando desisti de ficar esperando Lauren finalmente saiu, me afastei um pouco mais para não ser vista, já que ela estava vindo em minha direção. Ela andava olhando para o telefone e escrevendo alguma coisa enquanto negava com a cabeça.
- Oi Lauren. – Falei quando ela já estava quase passando por mim, fazendo ela me olhar. – É um lindo lugar. – Falei olhando em volta, não sei exatamente o que dizer.
- Eu achei que Bryan estivesse tirando sarro da minha cara quando disse que seu carro estava aqui. – Não entendi muito bem o que aquela resposta significava. – Não querendo ser indelicada, mas o que você está fazendo aqui?
- Eu vim conhecer o lugar. – Levantei o papel, agradecendo a mim mesma por ter pego ele. – Estou precisando me encontrar, e acredito que uma religião como budismo vai me ajudar. – Falei a primeira coisa que veio na minha cabeça e eu não estava mentindo.
- Han... Ok. – Falou antes de ficar me analisando, tentei não me sentir intimidada. – Vou te mostrar o lugar então. – Indicou que eu seguisse ela. – Você sabe muitas coisas do budismo? Esse centro é diferente.
- Eu sei o que você me ensinou. – Falei sem pensar muito, mas logo corrigi. – Mas eu pesquisei mais algumas coisas. Acho que minha vida vai ser mais fácil com budismo.
- Ok. Aqui é um centro mais diferente, todas as pessoas podem visitar o lugar e seguir suas vidas o resto da semana, não necessita abrir mão de tudo, é uma escolha pessoal, usamos o budismo para um respeito com nosso eu próprio.
- Entendo, acho isso muito legal, bem relax. – Falei analisando toda a sala onde entramos. É um lugar bem hippie como tudo aqui. – O que acontece aqui?
- Temos palestras de crescimento pessoal. – Explicou e eu concordei, ela evitava ficar muito perto de mim então respeitei. – Todas terças e quarta a tarde inteira palestras. Segundas e quintas me reúno com a equipe aqui para resolver o que vamos fazer nos próximos dias.
- Legal. Você que manda em tudo aqui? – Perguntei rindo. – Isso é bem sua cara. – Tentei melhorar mais o clima pesado que tinha se instalado.
- Eu coordeno tudo, mas não gosto muito disso de dar bronca nas pessoas. – Deixou claro que se sentia desconfortável com a possível. – Mas de resto é muito incrível tudo.
- Isso parece ter te feito bem. – Falei e ela sorriu. – Você está com a pele mais iluminada, um sorriso aberto e grande, igual de quanto de conheci. – Completei sem pensar muito e ela ficou sem responder por um tempo.
- Muito obrigado. – Falou olhando para o lado de fora e eu sabia bem o que ela estava procurando. – Você já pensou o que quer? Para fazer aqui, quais dias vai querer vir e quais atividades? – Perguntou mudando de assunto.
- Você pode me indicar alguma coisa? – Perguntei tentando fazer ela falar. – Aceito sugestões de atividades.
- Isso é muito difícil. – Falou voltando me olhar. – Todos dias tem ótimas atividades durante o dia inteiro. Você escolhe o que quer.
- Então eu posso vir todos os dias, tenho três horas livres, é bem rápido do trabalho até aqui. – Não quero chegar muito invasiva mas vou tentar me aproximar aos poucos.
- Pode vir. Sempre vai ter pessoas aqui, as vezes não estou aqui mas você pode fazer as atividades. – Explicou.
- Lauren. – Olhei para frente e vi Antonella. Ela tem um sorrisinho abusado, quando minha irmã era sua amiga não era assim. – Estava te procurando, mas está ocupada. Oi – Entregou um cigarro na mão de Lauren. – Fico com pena de apagar, estou indo ao centro da cidade, mais tarde posso subir na sua casa? – Perguntou. – Apenas assenti com a cabeça com um sorriso sem dentes.
- Pode sim, estava terminando com a Camila, ela vai começar a frequentar o centro. – Deu satisfação pra zinha. – Mas daqui a pouco estou em casa, qualquer coisa sabe onde fica a chave. – Agora a chave tem um lugar? Antes a porta ficava aberta. Ela se despediu com um beijo abraço e um selinho quis vomitar mas segurei.
- Eu posso começar amanhã? – Perguntei assim que a zinha saiu. – Preciso controlar algumas coisas. – Tentei não deixar na cara.
Ela apenas deu os ombros, quis bufar mas não fiz, ela continuava olhando a direção que Antonella foi, então não quis ter mais desconforto. As coisas mudaram e agora ela não é a mesma.
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Destiny
Fanfictionre·des·co·brir. (re- + descobrir) verbo transitivo Tornar a descobrir.