responder. O que me deixou um pouco desconfortável.
- Eu bati mas entrei na porta que você deixou aberta. – Me xinguei mentalmente por ser tão desatenta, um tarado poderia entrar aqui. – Eu posso sair se você quiser se vestir, te espero la fora.
- Não tem nada aqui que você nunca viu. – Tentei mostrar que aquilo não estava me deixando desconfortável mesmo que estivesse. – Espera. – Fui para cama e ela continuou no mesmo lugar.
Peguei um short e uma blusa soltinha sob o olhar atento de Lauren. Me vesti ali mesmo tentando ignorar seus olhares significativos, essa vagabunda nem tenta disfarçar.
Depois de estar definitivamente vestida, voltei para o banheiro e peguei minha roupa suja, coloquei em uma sacola e voltei elas para a mochila.
- Pronto, pode falar. – Fechei tudo e comecei a olhar para ela. – O que você quer?
- Eu quero resolver as coisas Camila. – Falou e indiquei com a mão que ela prosseguisse, já falei demais. – Eu sei que vacilei com essa de ficar sem celular, mas eu vou resolver tudo. Eu vou voltar para Miami. Estou sentindo falta do meu trabalho e do meu filho.
- Ok. Que bom que você acordou para isso. – Tentei continuar sendo indiferente e ela percebeu. – Quando você pretende voltar?
- Eu vi dois voos nessa madrugada, você já comprou sua passagem? – Neguei. – Eu vou comprar minha passagem e a sua ok?
- Pode deixar que eu compro a minha, não comprei ainda porque não sei que horas que quero viajar, não fiz o cálculo de qual horário vou chegar em Miami.
- Não Camila. Eu compro, você já comprou passagens caríssimas para vir atrás de mim. Eu pago a volta e quero te levar para jantar hoje. – Arqueei as sobrancelhas sem entender muito bem do que ela estava falando. – Apenas se você quiser claro.
- Eu sei que não vai adiantar discutir com você. – Tentar falar para ela não comprar seria a mesma coisa que dar murros em ponta de faca.
- O que você está pensando em ir fazer agora?
- Vou caminhar um pouco, visitar alguns dos lugares que fomos. – Fui sincera e ela sorriu. – Porque está indo?
- Ontem quando eu cheguei aqui, fui naquele centro budista na região leste, mas estava muito cheio e não quis ficar. – Explicou. – Eu posso ir com você?
- Pode, mas eu não tenho um roteiro então vamos apenas andar por ai. – Não estava entendendo muito bem aquele interesse depois de todas as grosserias.
- Tudo bem, mas você pode me emprestar seu celular? Eu preciso comprar as passagens. – Estava com vergonha de pedir pela sua cara. Peguei em cima da cama e entreguei o aparelho.
Ela sentou na cama e levantou um pouco do vestido, olhei sua doleira presa na coxa, porque ela colocou a doleira na coxa? Não disse nada, apenas fiquei vendo seus movimentos.
Não demorou muito até ela me devolver o telefone e indicar que vamos no segundo voo da noite, saindo daqui 03:00 da manhã.
- Você já comeu algo? – Neguei. – Podemos ir comer alguma coisa agora caso queira. – Concordei mesmo continuando a achar estranho todo esse carisma.
(...)
- Isso não é justo. – Choraminguei. Poderíamos ficar aqui o dia todo, eu não aguento mais andar.
Me arrependi ter aceitado a companhia de Lauren, estamos andando a horas e nem paramos para almoçar ainda. Estamos saindo do templo wat phra kaew e indo para wat traimit, Lauren quer simplesmente visitar todos os templos.
- Eu não sei quando poderei vir novamente, pare de ser morta de preguiça, estamos pertinho, vamos andar apenas umas três ruas. – Ela não tem vergonha na cara, são quase dois quilômetros daqui até lá. – A gente pode ir na khaosan road antes de ir para o aeroporto.
- O que diabos você comeu no hawai? Porque eu comi muito fastfood nos últimos tempos, não dou conta dessa vida de ficar andando igual besta. – Falei e ela gargalhou. – Eu estou falando serio, minhas pernas são finas, olha meu corpo, eu sou praticamente uma criança. – Fiz drama.
- Não seja chata e preguiçosa, vem. – Falou e começou a me arrastar, estava quase perdendo todas as minhas forças.
Ficamos andando por cerca de 20 minutos até chegar no templo que Lauren queria tanto ver. Ela simplesmente parece uma criança de cinco anos de idade que acabou de ganhar um brinquedo novo.
Acho incrível a devoção a sua religião, mesmo sem seguir todos os ensinamentos a letra, ela sempre tenta se conectar um pouco com a religião. Como não sou uma seguidora, dei um pouco de espaço para ela curtir o momento.
Depois de que ela ficou algum tempo sozinha decidiu que estava bom de andar, quando estávamos já fora do tempo ela me surpreendeu quando começou a segurar a minha mão me surpreendendo bastante. Com o toque automaticamente olhei para ela e ela pensou em soltar mas continuei segurando e dei um sorriso fraco para mostrar que estava tudo bem.
(...)
Chegamos em Miami a algumas horas, Lauren decidiu ir para casa dos pais ao invés do apartamento dela pegamos o mesmo taxi, primeiro ela me deixou aqui e seguiu, queria conversar com eles entendi perfeitamente, afinal eles ficaram bastante preocupados com tudo.
Depois de sair do templo fomos para a feirinha e ficamos comendo lá por um tempo, descansamos e fomos para o aeroporto esperar nosso voo.
Não nos beijamos ou nada do tipo, não precisava, o clima estava bom, sem brigas ou nada do tipo, apenas uma boa conversa leve sem falar de problemas ou nada do tipo.
Não conversamos sobre como as coisas vão seguir a partir de agora, ela apenas falou que ia vir buscar Bart hoje à noite ou amanhã. Não falamos sobre sair, ter encontros ou nada do tipo.
Estou com um pouco de receito do que pode acontecer daqui para frente, tentando não ter nenhuma esperança ou algo do tipo.
POV Lauren
Acabei de sair da casa dos meus pais depois de escutar muito. Não tentei retrucar nem nada do tipo, eles têm razão. Por um lado, foi um erro estar sem comunicação por outro não, consegui me reconectar com muitas coisas em mim.
Antes de sair da casa deles liguei para Bryan avisando que estava bem e pedindo desculpas por não ter voltado lá, ele ficou de mandar todas minhas coisas para cá e me prometeu uma visita.
Liguei meu celular agora e nunca em toda minha vida vi tantas notificações e atualizações, tirei o barulho irritante e coloquei todos os aplicativos para atualizarem.
Decidi arrumar algumas coisas no meu quarto, o apartamento está bastante limpo já que minha mãe toda semana paga uma faxina aqui.
Estou com saudades do meu filho, foi muito estranho voltar para casa e não ter Bart aqui, sempre que eu chegava em casa ele quase me derrubava se jogando em cima de mim.
Bart sempre foi um companheiro incrível no começo quando brigava com Camila ou tinha algum problema com o trabalho ele sempre me animava e colocava para cima.
Peguei meu computador pela primeira vez desde quando viajei e senti uma sensação gostosa. Dei um riso fraco e neguei com a cabeça. Eu amo tanto meu filho. Quase derrubei meu computador quando escutei a campainha quem diabos vai vir aqui essa hora?
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Destiny
Fanfictionre·des·co·brir. (re- + descobrir) verbo transitivo Tornar a descobrir.