Fica

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- Te liguei o dia inteiro, você não estava me atendendo. – Minha irmã falou vendo o rosto confuso de Lauren. – Você está bem?

Bart também acordou um pouco confuso, mas quando me viu veio direto para cima de mim. Me abaixei para abraçar e beijar seu pelo, que cachorro mais cheiroso.

- Minha cabeça estava doendo, tomei alguns remédios ontem. – Falou pegando o telefone. – Acho que dormi cerca de vinte horas. – Completou confusa.

- Percebi, achei que estava morta, por isso passei aqui. – Minha irmã continuou. – Levanta vou preparar alguma coisa para você comer. – Completou e saiu do quarto me deixando sozinha com Lauren.

- Bom dia. – Finalmente falei me levantando do chão com um sorriso sem graça por estar no seu quarto. – Acho melhor você se levantar, você conhece minha irmã.

- Acho que sim. – Pareceu finalmente estar acordando. – É que eu tenho um pequeno problema. – Falou, mas não consegui entender do que se trata. – Você pode me dar uma licença? – Apontou para o edredom e eu entendi.

- Oh. Desculpe.. claro que sim, vou estar na sala. – Pude sentir meu rosto ruborizar. Sai do quarto e encostei a porta. Porque ela tem que ter essa mania de dormir nua?

Me joguei no sofá, não queria encarar Karla, com toda certeza ela ia fazer alguma piada sobre meu rosto ruborizado. Não demorou muito para sentir umas lambidas em meu braço.

- Oi filho. – Bati a mão no meu abdômen e ele colocou as duas patas em cima de mim. – Você deve estar com fome né? Ficou trancado com sua mãe no quarto tantas horas. – Ele se agitou quando ouviu eu falar sobre comida, deixando claro que meu ponto de vista estava certo.

Tentei levantar, mas ele não deixou se jogando ainda mais sobre mim, tirei suas patas com um pouco de dificuldade, vendo ele me olhar com expectativa quando comecei a andar para cozinha.

- Lá vem o fedorento. – Minha irmã alfinetou quando bart cheirou suas pernas. – Aqui não tem comida para você chico pulguento.

- Esse bebê não é fedido, muito menos pulguento, deve tomar mais banho que você. – Indiquei a área de serviço e ele foi contente. – Para de irritar meu filho. – Passei a mãos no seus pelos deixando mais agitado. – Fique sentado aqui. – Indiquei que ele ficasse sentado obedeceu.

- Quando mais irrito ele mais ele me ama. – Ignorei minha irmã fazendo caretas para meu filho. – Saquinho de pulgas vem na titia.

- Karla, deixa ele quieto, vou colocar comida. – Abri o armário onde sabia que ia encontrar a ração e sorri vitoriosa quando comprovei que estava certa. – Agora meu bebê vai comer para ficar fortão. – Muitas pessoas podem me achar idiota por tratar meu cachorro como filho mas não ligo, ele é meu filho mesmo.

- Oi. – Lauren apareceu na porta vestindo um pijama que a presenteei a cerca de dois anos. – Nossa obrigado por colocar comida para ele. – Andou até o chão que agora estava bem entretido em sua ração. – Eu não sabia que ia dormir tanto, ele devia estar louco para sair e comer. – Falou olhando para o meu bebê.

- Está ok, também tenho responsabilidades com ele. – Falei tranquila fazendo ela me olhar, depois que percebi o que havia acabado de falar. – Gosto de cuidar dele.

- Caso você queira passar alguns dias com ele.. tudo bem. – Comentou. – Eu não me importo, ele é nosso afinal.

- Não precisa se preocupar. – Guardei a ração e me sentei no balcão indicando que ela fizesse o mesmo. – Eu fico feliz de ver ele as vezes, sei que ele te faz companhia.

- Camila, você já contou para Lauren? – Me virei para Karla sem entender, ela não me olhava, estava lavando alguns alimentos para cozinhar. – Sobre o que estávamos fazendo.

- Ah sim. – Concordei o que ela falava. – Eu vou ter meu próprio apartamento, daqui dois dias me mudo, estava comprando os móveis com minha irmã.

- Isso é incrível. – Abriu um sorriso como não via a muito tempo. – Fico realmente feliz que tenha seu próprio apartamento.

- Isso é uma grande conquista para mim. – Completei e ela concordou sorrindo.

Não sei exatamente por quanto tempo ficamos ali conversando enquanto minha irmã cozinhava em silencio, comecei a pensar que ela estava apenas deixando que nos duas conversássemos sem atrapalhar.

Karla vez uma pasta com molho de carne de soja que ficou uma delícia, a maldita cozinha tão bem, mas odeio elogiar pelo fato que isso sempre vai inflar bastante seu ego.

Comemos em meio a uma conversa leve sobre a entrada da minha irmã em uma pôs graduação. Karla não consegue ficar longe de uma sala de aula e todos sabem disso, acho que depois que ela fazer todas especializações possíveis ela vai começar a dar aula, porque não é possível.

- Branquela, Eu preciso ir. – Karla falou me olhando. – Amanhã de manhã passo aqui.

- Eu estou bem, não precisa se preocupar comigo. – Fechou a torneira e se virou para ela. – Realmente não tem porque ficar preocupada comigo.

- Se você quiser eu posso dormir aqui. – Falei sem olhar diretamente para ela, já esperando um lindo não. – Não é bom para ninguém ficar sozinho em um processo de luto.

- Er.. tudo bem. Fica. – Concordou fazendo minha irmã dar um sorrisinho saliente e me deixar sem acreditar. Lauren está tão receptiva que isso me assusta.

Fomos para sala nos despedir da minha irmã, quando fui dar um abraço de despedida ela sussurrou um "eu confio em você" e me soltou sem deixar me entender muito bem do que ela estava falando. Quando ela finalmente saiu pude sentir minhas mãos quererem começar a suar.

- Então.. o que você quer fazer? – Perguntei sentando no sofá, coloquei minhas mãos no bolso para que ela não disse que estava suando. 

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