Casa

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- Vocês. – Sorri quando abri a porta da sala e vi Karla e Lucy com algumas sacolas.

- As mais lindas chegaram. – Lucy falou quando dei passagem. – E tão estranho chegar aqui e quase cair com um mostro pulando em cima de você. – Se jogou no sofá colocando as coisas do lado. – Nem está cheirando cachorro esse sofá.

- Respeite meu filho. – Repreendi. – Não me avisaram que iam vir.

- Como alguém avisa alguma coisa, você não tem celular, com certeza ele está pipocando de notificações. – Karla respondeu depois de passar por mim, fechei a porta. E me juntei a elas.

- Decidimos que hoje seria um bom dia para uma noite das garotas. – Lucy avisou. Pelo que conheço das duas com certeza Camila falou sobre o que aconteceu e elas não querem me deixar sozinhas. – Tem Pizza, bastante refrigerante de uva porque você é a única pessoa no mundo que gosta dessa coisa nojenta. – Qual maldito problema que as pessoas têm com refrigerante de uva?

- Eu gosto e isso que importa. – Falei obvia sentando na minha poltrona. – Nossa estou com fome mesmo, obrigado por adivinharem. – Puxei a caixa de pizza e abri inalando o cheiro maravilhoso daquela comida.

- A gente tem muita coisa para colocar em dia. – Minha ex cunhada comentou. – Eu tenho um questionamento e quero que seja sincera. – Indiquei que ela prosseguisse. – Você já pegou no seu computador para trabalhar?

- Não, apenas tirei ele daqui da sala e coloquei no escritório, arrumei toda minha casinha e amanhã vou trabalhar bastante. – A saudade de escrever bateu no exato momento que peguei meu computador. Lucy estendeu a mão quando terminei de falar. – Vocês não...

- Eu não acredito que perdi 150 dólares por sua causa, você é a porra de uma viciada em trabalho e quando preciso que você trabalhe não faz nada.

- Ela falou que a primeira coisa que você ia fazer quando chegasse em casa era pegar seu computador e começar a escrever mil artigos e responder os milhões de comentários que recebe. – Debochou.

- Você são duas estupidas. – Revirei os olhos e abri a caixa de pizza mais uma vez pegando um pedaço da pizza.

Ficamos ali conversando e rindo por horas, não sabia que sentia tanta falta daquilo, estar com Karla e Lucy as gargalhadas vem na certa, as duas são completas idiotas.

Sempre me fazem rir quando eu preciso, foi assim quando Camila terminou comigo e agora que estou preocupada elas estão aqui, sem perguntar nada apenas tentando me distrair.

(...)

Levantei desviando das pernas de Karla e os braços de Lucy, no meio da noite depois de muitas conversas na sala decidi que podíamos dormir as três juntas como sempre fazíamos quando Camila não estava aqui.

A campainha tocou mais uma vez e eu girei os olhos, odeio pessoas que visitam as pessoas pela manhã. Quando sai do quarto vi no relógio de parede que se passavam do meio dia.

Abri a porta e meu sorriso alargou automaticamente antes de meu corpo sentir um grande impacto quase me fazendo cair no chão.

- Meu filho. – Falei abraçando o animal que me lambia. – Desculpe por ter sido uma mãe ausente nos últimos meses. – Podia sentir o coração de Bart quase saindo pela boca. Ele está muito agitado, me deixando mal. – Calma, você vai dar um ataque do coração.

- Eu achei que ia gostar dessa surpresa. – Camila sorriu, pela primeira vez desviei o olhar de Bart e parei nela. Ela está com uma blusa soltinha e um short curto. – Ele entende tudo que a gente fala e eu posso provar, quando eu estava com ele no quarto e falei que você estava aqui ele começou a se agitar.

- Ele estava com saudades da mamãe. – Passei as mãos no pelo lisinho e cheiroso dele. – Esta cheiroso, sua mãe te levou no petshop foi? – Falei sem perceber e me arrependi na mesma hora, não olhei para Camila com vergonha apenas continuei no carinho. – Acalma esse coração garotão.

- Ontem ele tinha feito uma bagunça muito grande quando cheguei em casa, achei melhor levar para tomar fazer um exercício e tomar banho antes de te trazer ele. – Explicou ainda fora do apartamento e só então percebi que ainda estávamos na porta.

- Meu deus, desculpa, eu sentei aqui e não te convidei pra entrar. – Abri mais a porta e ela finalmente entrou. – Desculpa a demora para abrir, Karla e Lucy dormiram comigo na minha cama e foi um pouco difícil levantar sem acordar elas. – Falei e pude ver ela revirar os olhos como sempre fazia.

Camila sempre falava que quando a Karla dormia na minha cama eu poderia agarrar ela durante a noite por elas serem iguais. Nunca cheguei nem perto, Karla algumas vezes tentava se passar por Camila para me zoar, mas nunca conseguiu me enganar.

- Eu realmente vim apenas para trazer ele. – Podia sentir pelo seu tom de voz um incomodo. – Eu tenho bastante coisas do trabalho para fazer.

- Fica aqui. – Falei um pouco rápido demais e ela também percebeu. – Eu vou fazer um almoço para todo mundo. – Expliquei. – Karla ia te chamar, era para eu acordar cedo, porem posso fazer algo mais rápido, o resto do pessoal vai chegar mais tarde.

Camila concordou e foi para cozinha comigo, Bart simplesmente não sai de perto das minhas pernas e o tempo todo fica me olhando, estou me sentindo um monstro por ter deixando ele aqui.

Comecei a fazer um risoto para nossos amigos eles sempre atrasam, pedi para Camila avisar nossos amigos que o almoço estava começando a ser feito. Liam foi o primeiro a falar que logo estava chegando.

- Sabia que o cheiro de cópia malfeita. – Karla provocou Camila entrando na cozinha. – Viralatinha. – Falou com meu filho me deixando incrédula.

- Cala boca. – jogou uma tampa na irmã que foi rápida e desviou. – Você é muito folgada, não tem casa? – Falou irritada e eu percebi que ela realmente estava com ciúme de Karla, a garota sorriu me dando uma piscadela. – Nossa você é ridícula.

- Bart é igual puta, você só maltrata ele e ele sempre fica atrás de você. – Mudei de assunto antes que ela acabasse brigando de verdade. - Filho para de dar atenção para essazinha.

- Eu vou no banheiro. – Saiu bufando da cozinha e pisando duro.

- Ela está com ciúme de mim. – Karla estava rindo. – Ela sabe que dormi na sua cama né? Os anos passam o relacionamento acaba e sempre a mesma coisa.

- Mas eu não fiz nada. Você que chegou provocando. – Acusei e ela me ignorou, continuou fazendo carinho no meu cachorro. – O que eu devo fazer? – Não sei como reagir agora. Você acha que eu devo falar com ela? – Ela não disse nada e eu entendi o que devia fazer.

Lavei minhas mãos e enxuguei no short do pijama e respirei fundo antes de ir atrás dela. Passei por Lucy no corredor que avisou que viu Camila indo para meu quarto. Entrei e vi Camila quieta olhando o movimento da rua. 

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