– Posso entrar... – foi o que Amber disse, quando abri a porta, mas não parecia um pedido, estava mais para um anuncio. Segurei a maçaneta da porta mostrando que ainda poderia fechar na cara dela.
– Só vim conversar... – ela parou antes de dar um passo e me olhou, vendo que não parecia muito convincente, acrescentou: sobre a morfina.
Olhei pros lados como se pudéssemos ser ouvidos e a puxei para dentro.
– Como você descobriu? – exigi dela entre os dentes.
– Eu não tinha certeza... até agora. – senti o sangue subir e meu rosto esquentar. Esperta.
– O que você quer? – perguntei soltando seus ombros e dando-lhe as costas, para ter algum tempo de me recompor.
– Quero saber porque...você sai todas as noites, não tem ido a escola...
–Você está me vigiando? – saiu mais alto do que eu queria. – Você vem até a minha casa para me falar essas coisas, por que, me chantagear? –vi confusão em seu olhar.
–Não, não...e-eu só quero ajudar.
– É? Por que? Eu nem gosto de você! – não sei por que falei isso, eu só queria que ela não se metesse na minha vida.
– Porque você está sozinho, e se viciar em morfina não é a solução! – ela estendeu o braço para me tocar.
– Vai embora. – exigi.
– Will, não, me deixa ajudar.
– Vai embora, agora! – abri a porta e estendi o braço indicando a saída.
– Eu vou contar que foi você! – Amber falou enquanto saia. Bati a porta e soltei um gemido, eu era a dor em pessoa. Me deixei escorregar até o chão apertando meu corpo, eu precisava conseguir mais morfina.
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Clepsidra
FantasyAssim como as ampulhetas antigamente e os ponteiros de hoje em dia, Clepsidra marca a era de uma antiga rixa, as previas de uma guerra. O tempo está escorrendo. Will é um adolescente aparentemente comum, que vive com o pai, o Reverendo Cicero nu...