-21- Will

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– Posso entrar... – foi o que Amber disse, quando abri a porta, mas não parecia um pedido, estava mais para um anuncio. Segurei a maçaneta da porta mostrando que ainda poderia fechar na cara dela.

– Só vim conversar... – ela parou antes de dar um passo e me olhou, vendo que não parecia muito convincente, acrescentou: sobre a morfina.

Olhei pros lados como se pudéssemos ser ouvidos e a puxei para dentro.

– Como você descobriu? – exigi dela entre os dentes.

– Eu não tinha certeza... até agora. – senti o sangue subir e meu rosto esquentar. Esperta.

– O que você quer? – perguntei soltando seus ombros e dando-lhe as costas, para ter algum tempo de me recompor.

– Quero saber porque...você sai todas as noites, não tem ido a escola...

–Você está me vigiando? – saiu mais alto do que eu queria. – Você vem até a minha casa para me falar essas coisas, por que, me chantagear? –vi confusão em seu olhar.

–Não, não...e-eu só quero ajudar.

– É? Por que? Eu nem gosto de você! – não sei por que falei isso, eu só queria que ela não se metesse na minha vida.

– Porque você está sozinho, e se viciar em morfina não é a solução! – ela estendeu o braço para me tocar.

– Vai embora. – exigi.

– Will, não, me deixa ajudar.

– Vai embora, agora! – abri a porta e estendi o braço indicando a saída.

– Eu vou contar que foi você! – Amber falou enquanto saia. Bati a porta e soltei um gemido, eu era a dor em pessoa. Me deixei escorregar até o chão apertando meu corpo, eu precisava conseguir mais morfina.

ClepsidraOnde histórias criam vida. Descubra agora