-28- Will

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Quando o fusca azul da Sra. Mirian passou pela frente da minha casa, observei se Amber estava nele e como não a vi deduzi que estava em casa. Já estava arrumado e vestido a algumas horas, me decidindo se devia esperar mais para ir até lá bater na casa dela, ela podia estar dormindo ainda. Quando vi o fusca saindo achei que fosse um sinal de que essa era uma má ideia, mas como ela não estava nele aceitei isso como um sinal para eu ir vê-la.

Segurei a maçaneta me perguntado por que eu estava fazendo isso e o que eu diria pra ela quando a visse.

Sai e caminhei até o portão. Ainda dá tempo de desistir.

Contar pra ela meu segredo foi libertador, não da forma que foi para o Garret, pra ele foi uma forma de me safar, mas Amber, ela é como um livro fechado a cadeado, alguém que se quer confiar e se acaba fazendo isso. Ainda estou surpreso de como ela lidou com tudo isso.

Em frente ao portão dela eu puxei o trinco e entrei. Lui começou a latir e eu escutei ela brigar com ele. Bati na porta. Ouvi uma pancada e algo sendo arrastado, segundos depois Amber estava abrindo a porta massageando o pé.

– Olá Amber! – ela soltou o pé devagar, ainda apoiada na porta.

– Oi. – ela estava surpresa, mas sorriu de um jeito que desmanchou qualquer dúvida que eu tinha dela não me querer ali.

– Estava pensando se você não gostaria...

– Sim sim, eu gostaria! – ela respondeu antes que eu pudesse dizer o que era.

– Ok, então vamos.

– Eu vou pegar meu casaco. – ela correu pela escada, deixando a porta aberta. Me inclinei um pouco e espiei para dentro, a casa parecia a mesma. Ela voltou com uma blusa morram enorme e eu quis perguntar por que ela sempre parecia vestir algo 2 números maiores que ela.

– Antes tenho que te devolver uma coisa. – ela me indicou a garagem, a ajudei empurrar o portão e ela apontou para minha bicicleta.

– Como a trouxe até aqui Amber? – perguntei realmente curioso.

– Andando. – ela parecia orgulhosa de si mesmo pelo feito.

– Eu pego ela depois se não se importar. – ela balançou a cabeça concordando comigo. Antes de fechar a portão da garagem eu vi uma outra bicicleta encostada e deduzi que deveria ser de Amber.

– Onde estamos indo? – ela perguntou quando passávamos pelo seu portão.

– Andar se não se importa. – ela parou onde estava e parecia pensar relutante.

– O que foi? – perguntei de volta, temendo que ela desistisse.

– Sua perna. – ela sussurrou como se pudéssemos ser pegos. Eu sorri de volta e levantei a barra da minha calça jeans, o suficiente para ela ver que da mordida só restava uma fina linha mais clara que minha pele.

– Eu estou bem, tenho me regenerado supreendentemente rápido. – sorri pra ela relaxar.

– Amanhã você tem aula. – comecei a puxar assunto e desviar do assunto eu e minha perna.

– E você não? – ela me perguntou de volta.

– Qual é Amber, acha que posso ir para escola como se estivesse tudo bem? – ala apertou as mãos em volta do corpo.

– Eu sei como é tentar parecer que está tudo bem, quando não está Will.

– Você só não tem lembranças, como isso pode ser tão ruim?!

ClepsidraOnde histórias criam vida. Descubra agora