– Mas como você está? – Pergunto para minha mãe, ia fazer 1 mês que ela teve alta da clínica de reabilitação.
Atualmente ela está morando na casa dos meus avós e sempre que posso eu venho visitá-la.
– Estou bem. Só estou precisando fazer alguma coisa para ocupar a mente, eu estava pensando em voltar a pintar o que acha?
Abro um mega sorriso, ela é uma grande pintora faz quadros magníficos já teve até uma exposição. Mas desde que se afogou no álcool ela deixou de pintar, lembro de um ataque de fúria dela, jogou tudo pelos ares, rasgou as telas jogou as tintas fora e quebrou todos os pincéis. Foi horrível ver aquele trabalho maravilhoso sendo jogado fora.
– Eu acho ótimo mãe, tem materias?
– Essa é a única coisa que falta, eu vou tentar arrumar algum dinheiro. – Dou uma olhada em minha bolsa do colégio, hoje recebi o dinheiro da aposta.
Puxo a mochila pela alça e pego o dinheiro que está no bolso pequeno.
– Toma. – Ela olha para minha mão e balança a cabeça.
– Nada disso, eu vou dar um jeito.
– Pega logo mãe, leve isso como um empréstimo ok? Só por favor, volte a pintar. – Na verdade eu estava com medo dela ficar entediada e voltar a beber.
– Como pode, mesmo depois de tudo que passamos você ainda ser assim comigo? Eu merecia seu ódio. – Me levanto do sofá e abraço ela fortemente.
– Eu nunca vou te odiar.
Depois disso ela me pediu para dormir lá.
Já tinha tempos que eu não via meus avós mesmo então aceitei. Só quem não aceitou isso muito bem foi o meu pai.
– Mas e o colégio? Amanhã você tem aula! – Ele reclama do outro lado da linha.
– Pai não é como se eu estivesse me mudando pra cá, e faltar um dia não faz mal a ninguém.
– Você vai perder matéria.
– Eu pego depois, não se preocupe.
– Eu odeio a ideia de você dormir fora. – E eu entendia, quando ele descobriu tudo que acontecia em casa quando eu morava com minha mãe ele nunca se perdoou por não ter prestado mais atenção.
Quando eu fui morar com ele, o velho ficou se desculpando por dias, dizia o quanto errou por não ter sido presente em minha vida e por pensar que só o dinheiro que ele me dava era o suficiente. Eu não fiquei com raiva dele, pois era eu quem falava que nada de errado acontecia quando na verdade acontecia sim, ainda me lembro das surras que aquele traste do ex namorado da minha mãe me dava. Era horrível eu ficava toda roxa e era obrigada a usar casaco e calça comprida mesmo em um calor infernal. Era péssimo.
– Pai não se preocupe, beijos te amo. – Desligo o celular antes que ele tivesse a oportunidade de falar mais alguma coisa.
***
Bom eu acabei ficando mais dias que o previsto na casa dos meus avós e digamos que o meu pai está enfurecido pois eu faltei 3 dias seguidos de aula. Eu não me importei, aqui estava ótimo eu não fazia nada, só comia e comia.
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Olá, querido professor.
RomanceCOPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS (SE POSTAR SEM AUTORIZAÇÃO EM OUTRA PLATAFORMA SERÁ DENUNCIADO(A) POR PLÁGIO) Caleb é um Professor de Português de vinte e sete anos, sempre foi correto, centrado e nunca havia cometido nenhuma infração que pu...