Capítulo 42

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Hoje era dia de voltarmos a realidade, não vou mentir estava apreensiva pois não queria ser a causa do desemprego do Caleb. Sei que nossa relação vai melar tudo e sei também que pelas próximas horas e dias eu terei tanta dor de cabeça e estresse que antes mesmo de começar já me sinto irritada e com vontade de bater em todos.

Eu gosto muito do Caleb e não quero ver seu sonho de ser professor destruído, quando todos souberem sobre a nossa relação ele será proibido de dar aulas, não só onde estudo mas nos demais colégios que ele trabalha também. É bem claro a regra que diz: “Não se relacionar com os alunos”. Infelizmente é tarde demais para se lamentar agora só me resta negar até o fim e gritar na cara da Caroline o quão recalcada ela é.

Não aguentou perder a batalha e partiu pra fofoca, mas devo dizer que ela até demorou para dar com a língua nos dentes. Maldita idiota, soube pela Denise que ela está se reconciliando com o tarado do pai dos filhos dela, por que diabos não nos deixou em paz? Era só ela ir ser feliz com o velho babão pra lá.

Recebo uma mensagem no celular e o pego.

Lulu.
E aí coisa linda, fala pro ranzinza do meu amigo que estou os esperando em minha casa.

Luciano resolveu da as caras.

Eu.
O que tem de bom aí?

Lulu.
Além de mim… tem umas coisas pra comer aqui.

– Luciano disse que está nos esperando na casa dele, fomos convidados para comer. – Nem chegamos e já tínhamos onde matar a fome.

– Hoje é aniversário da mãe dele. – Humm. Aniversário de mãe sempre tem coisa boa para comer.

***

Caleb me deixa em frente ao prédio onde moro, me despeço dele com um beijo e vou pra casa.

Assim que vou pra sala vejo meu pai, Caroline e o marido dela sentados no sofá conversando. Aquele traste que deu em cima de mim inúmeras vezes, como ela pôde ter coragem de voltar pra ele? E desde quando ele e meu pai são amigos?

– Antonella, quanto tempo. – o homem diz e se aproxima. – Posso?

Faz menção de me abraçar e eu me afasto.

– Não, não pode! – Passo direto por eles e vou até meu quarto, preciso de distância.

Jogo minha bolsa no canto e deito na cama. Além da Caroline vou ter que aturar o marido dela de novo, ninguém merece.

Estou pensando na vida quando Caroline sem ser convidada entra em meu quarto.

– Olá sobrinha, como passou o final de semana? Chorando, acredito. Já que o diretor já sabe sobre sua relação com o professor. – me sento na cama e fico olhando pra ela, enquanto seu discurso é falado, vamos ver até onde ela vai. – Eu falei garota, que se eu não ficasse com ele você também não ficaria. Como é se sentir esnobada e fracassada? Consegue me ver agora? Voltei com meu marido e estou muito bem por isso.

Minha vez de falar.

– Está bem? Bom, se estivesse mesmo bem você não estaria aqui e nem teria dado com a língua nos dentes pra acabar com minha relação…

Olá, querido professor.Onde histórias criam vida. Descubra agora