Caleb narrando.
Carol chega em minha casa pela tarde, disse que gostaria de falar com ela. Tenho que contar que irei ficar uma semana longe por causa do passeio escolar.
Como é domingo, já estou adiantando as coisas e fazendo minha mala com algumas peças de roupa.
- Olá amor.
- Boa tarde. - Deposito um beijo em seus lábios e me afasto.
- Que mala é essa?
- Vou acompanhar o terceiro ano em um passeio junto com o diretor e mais uma professora. Ficarei fora por uma semana, por isso lhe chamei aqui. - A expressão no rosto dela muda drasticamente.
Fico esperando ela dizer alguma coisa, sei que tem algo a dizer e sei também que ficarei irritado por isso.
- A outra vai, certo? - ignoro o jeito que ela se referiu a Antonella e concordo. - Não pode ser Caleb... caramba eu não aguento ver...
A interrompo antes mesmo dela começar.
- Eu sou professor dela, não existe absolutamente nada entre nós dois. Então por favor pare.
- Não vou parar, vai viajar com várias meninas jovens loucas por você. Já não basta dar aulas pra elas?
- Esse seu ciúme é ridículo. - Digo e como previsto já estou bem irritado com essa crise de ciúmes.
Que ridículo, sou professor de vários alunos dou aula em três colégios diferentes se ela fosse sentir ciúmes por cada aluno a coisa ficaria fora de controle.
- É a verdade, eu quero que você fique. Podemos aproveitar e passar esse tempo juntos.
- O meu trabalho não é brincadeira, eu vou dizer somente uma vez. Ele vem na frente sempre! Não pense que vai mudar isso com seus ataques ridículos de ciúmes. Que porra. - Não tenho paciência pra isso.
Carol está se mostrando muito ciumenta, e isso está me sufocando de uma forma que nem sei explicar. Teve um dia que ela teve uma crise de ciúmes quando viu uma conversa minha com uma prima, estávamos marcando de nos encontrar, quando ela leu deu o maior chilique de mulher traída, eu deixei ela fazer a tal cena. Depois mostrei o resto da conversa e ela veio querendo se fazer de arrependida. Eu juro que não aguento mais.
- Seu trabalho vem na frente do nosso amor? Eu não acredito que ouvi isso.
- Caroline por favor, se você continuar nessa eu vou ser obrigado a pedir que você vá pra casa. - É só eu falar isso, que ela começa a fazer cara de choro e logo está às lágrimas.
- Você não me ama, o que foi? Tem uma outra mulher envolvida não é? Diz Caleb! Você está me enganando. - Ela grita e começa a me bater, se descabelar.
Mas que porra é essa?
- Para com isso, você está fazendo uma tempestade em um copo d'água.
- Você vai me abandonar, igual o pai dos meus filhos me abandonou. Mas ele me deixou por aquela coisa, aquela desgraçada da Antonella. Ela sempre está tramando algo pra me ver infeliz, foi ela que destruiu meu casamento, ela acabou com minha família. - Opa, agora a conversa mudou de rumo.
Antonella ficou com o ex marido dela? Então é por esse motivo que Caroline a odeia. Eu estou realmente surpreso.
- Ela seduziu ele, como uma diaba, fez ele terminar o nosso casamento. E agora você vai deixar isso se repetir, eu sei que tem outra mulher.
- Você não sabe de nada, está dizendo coisas sem sentido. Apenas pare!
- Não vou parar, você escolheu o seu trabalho ao invés do nosso amor.
- Caroline, você não entende. Eu sou um mísero professor, não posso chegar lá e pedir dispensa do passeio, estão contando comigo. Então entenda isso.
- Eu não entendo, mas ok. Só te digo uma coisa antes de ir, não deixe uma Antonella da vida destruir isso que construímos.
- Se você continuar com esses ciúmes, quem vai acabar com o que construímos é você mesma. - Ela se afasta como se eu tivesse dado um tapa nela.
- Vai terminar comigo? Só por que estou cuidando de quem eu gosto?
- Se você continuar com essa, sim. Isso não é cuidar, é sufocar.
- Quer saber, vai a merda. - Ela sai e joga uns livros que estavam em cima da mesa no chão e bate a porta com toda a força.
É ruim ficar feliz com a partida dela? Sei que daqui a alguns minutos ela vai me mandar mensagens pedindo desculpas, mas nada melhor que sentir a paz de estar sozinho.
Me jogo no sofá e ligo a televisão, fico assistindo um filme na tv aberta mesmo. Acabo dormindo no sofá e no outro dia acordo atrasado, precisava estar no colégio antes dos alunos, mas a essa hora eles já estão lá e provavelmente estão me esperando.
Vejo meu celular e tem algumas chamadas perdidas do Jonas e do colégio. Mando uma rápida mensagem avisando que estou a caminho, me arrumo o mais rápido que posso e vou voando pro colégio.
Deixo o carro em minha vaga e pego a mala. Nisso um carro vermelho para a poucos metros de mim, uma Antonella puta da vida saí de dentro.
- Vai se foder, seu idiota! - Ela rosna e bate a porta do carro fortemente, o cara que estava dentro do carro sai e grita pra ela.
- Eu não vou mais te ligar, acabou. - Ele grita de volta e a resposta dela vem com o levantar do dedo.
O cara volta pro carro e arranca, entro no ônibus logo depois dela.
- Finalmente podemos ir. O que aconteceu? - Jonas pergunta.
- Eu perdi a hora, desculpe-me. - Digo e me sento.
Logo o motorista dá a partida, e partimos rumo a Cidade Imperial. Como sempre o caminho todo os alunos vão cantando músicas de variados gêneros, mas o que eles mais cantam é funk. Tem uns que até dou risada de tão ruins que são.
Mais um tempo depois, nós finalmente chegamos. Todos saímos do ônibus e ficamos na calçada, esperando instruções.
- Bom alunos, alugamos essa pousada para passarmos os nossos dias. Esses aqui são, Hellen e Bruno os nossos instrutores, eles vão nos mostrar a cidade e nos levar aos museus e passeios. A Hellen ficará encarregada de orientar o 3° ano que está com a sub diretora Terezinha e o Bruno ficará comigo. Temos camas para todos, mas nos quartos temos três camas cada, então se dividem em três que irei mostrar os quartos. Lembrando, meninos e meninas separados. - Jonas diz e todos seguimos para dentro da pousada.
Que é muito bonita por sinal, em tons de marrom e branco. Um jardim enorme e muito bem cuidado nos dá boas vindas, tem redes e uma piscina no quintal.
- Uau, bem foda aqui. - Um dos alunos diz e Jonas concorda todo animado.
- E é aqui alunos, que começa a nossa aventura. - Jonas diz e todos começam a bater palmas e gritar, fazendo o ego do diretor inflar ainda mais. Mas dessa vez tenho que concordar ele mandou bem, esse lugar é muito bonito.
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Olá, querido professor.
RomanceCOPYRIGHT TODOS OS DIREITOS RESERVADOS (SE POSTAR SEM AUTORIZAÇÃO EM OUTRA PLATAFORMA SERÁ DENUNCIADO(A) POR PLÁGIO) Caleb é um Professor de Português de vinte e sete anos, sempre foi correto, centrado e nunca havia cometido nenhuma infração que pu...