Capítulo 32

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Estressada e com vontade de ter uma arma para matar todos, era assim que estava nesse momento. Ainda mais quando o Jonas pediu para eu guardar o fone e prestar atenção no que ele estava dizendo. Ele não parava de repetir a mesma coisa o tempo todo.

Estou aqui obrigada, só pelas notas que preciso. Sem contar que estava com uma cólica dos diabos e um mar vermelho saindo do meio das pernas. EU ODEIO SER MULHER POR ESSE MOTIVO. Todo mês é esse mesmo perrengue, eu passo quatro malditos dias revirando os olhos de dor e com vontade de matar todo mundo, graças a Deus daqui a dois dias essa merda vai embora e me deixará em paz. Vontade de falar com as pessoas é de 0% eu quero mesmo é deitar, fechar os olhos e orar para todos os deuses para que essa dor me deixe respirar, mas ao invés disso tenho que ficar ouvindo o Jonas falando e falando.

- Uma coisa muito importante, em hipótese alguma vocês podem sair daqui desacompanhados ouviram? Só saem sob supervisão. - Todos começam a reclamar, eu só sei revirar os olhos.

- Podemos pelo amor de Deus ir pro quarto? Eu não aguento mais. - Reclamo e me apoio na Nayara, ela vai ficar comigo e com a Ísis no quarto.

- Está se sentindo bem? - A professora Thaísa pergunta.

- Estou tudo, menos bem. - Respondo e fecho os olhos, como dói. Isso não é justo! Nós temos que sentir tudo por quê? É a dor do parto, é a menstruação que acaba com o nosso estado, dor ao amamentar e essas merdas.

- Aguenta mais um pouco. - Caleb diz, e bom eu estou muito irritada então o resultado é um pouco exagerado...

- Eu não aguento mais, vocês já falaram tudo e estão repetindo cada coisa. Já entendemos que não podemos sair daqui sem vocês, já sabemos onde ficam os quartos, os horários e tudo o mais. Não somos dementes para não entender, estou morrendo de cólica e quero deitar pra ver se isso melhora, mas vocês não param de dar instruções repetidas. - Pronto desabafei, ai que alívio.

- Se está achando ruim, volta pra casa ninguém se importa se você está com cólica ou não. - Julianne cacareja e eu me viro pra ela.

- Querida, eu ainda não fui no canil para falar com a cadela então cala a boca.

- Já chega. - Jonas diz - Está certo, já foi tudo passado podem ir pros seus devidos dormitórios, nos vemos na hora do almoço.

Glória a Deus, saio igual uma cavala e entro no primeiro quarto que vejo. Me jogo na cama e me encolho em posição fetal.

- Amiga quer um remédio? - Samuel pergunta e passa a mão pelo meu cabelo.

- Quero, eu necessito mas não tenho nada pra cólica.

- Vou perguntar se alguma das meninas tem. - Ísis diz e sai do quarto. Fico com os olhos fechados até que Ísis volta com uma cartela de remédio e um copo d'água.

Tomo dois de uma vez e Nayara arregala os olhos.

- Pode isso?

- Sei lá, mas dois vai fazer o efeito mais rápido. - Digo e volto a fechar os olhos, acabo pegando no sono mais milagroso do mês. Durmo como uma princesa.

***

Acordo sendo balançada por alguém, abro os olhos e vejo o Caleb com uma bandeja.

- Seu almoço. - Me sento na cama e vejo que estou livre da maldita cólica. Pego a bandeja e boto em meu colo.

- Obrigada. - Nem me dou o prazer de olhar pra ele novamente, ele sai do quarto mas logo volta.

- Você está bem?

- Sim. - Boto uma garfada de macarrão na boca, para evitar falar.

- Humm... ok. Eu queria saber só mais uma coisa pra acabar com essa história. - dou um aceno de cabeça fazendo ele prosseguir. - O que realmente te fez aceitar a aposta?

Olá, querido professor.Onde histórias criam vida. Descubra agora