Capítulo 37

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A volta pra casa foi deprimente, eu queria continuar longe de casa curtindo aquela cidade maravilhosa, eu amei tudo cada passeio e cada momento que fiquei com o professor delícia, que agora posso chamar de meu.

Desço do táxi que peguei do colégio até em casa, e quando vou entrar no prédio ouço um miado. Olho pro lado e vejo uma caixa de papelão junto a uma lixeira, me aproximo e vejo dois gatinhos pequenos ainda com os olhos fechados, um é preto e o outro é branco. Ah Deus, como alguém pode fazer isso com seres tão pequenos e indefesos? Pego os gatinhos e os levo até o peito, como são lindos. Vou ficar com os dois, entro no prédio.

– O que tem aí? – Jair o porteiro pergunta.

– Dois gatinhos filhotes, acredita que eles estavam abandonados perto do lixo? Não param de chorar devem estar morrendo de fome. – Jair os pega e dá um olhada.

– São bem pequenos mesmo. – Volto a pegar os gatinhos.

– Eu vou subir eles estão com fome. – Vou pro elevador e aperto o número do meu andar.

Já em casa eu pego um potinho de leite e boto pros dois beberem, em menos de 2 minutos o potinho já está vazio volto a enchê-lo e dou pra eles.

– Vamos escolher os nomes? – Pergunto a mim mesma enquanto vejo eles beberem novamente o leite.

– Hummm, um vai se chamar Ratinho e o outro Zé… não, tenho que ver o sexo. – Pego eles e vejo que um é macho e a outra é fêmea. – Então vai ser, Zé e Deusa.

Estou ainda no chão quando entram meu pai, Denise e João.

– Ah meu Deus. – João corre assim que vê os gatinhos. – São nossos?

Aceno com a cabeça e ele pega a Deusa que é a gatinha branca, é uma graça.

– Essa é Deusa e o negão aqui é o Zé. – Deusa é uma graça mas o Zé me conquistou, ele tem uma pequena deformidade próxima do olho, parece que foi judiado não sei direito o que aconteceu com ele, preciso levá-los ao veterinário.

– Antonella, eu quero esses bichanos longe daqui. – Meu pai diz e pega o pote com leite, só ouço o barulho do pote sendo jogado na pia.

O bicho está estressado.

– Os gatos são nossos, eles foram abandonados e eu os achei não vou abandona-los de novo. – Digo.

– Pois vai sim, eles vão crescer e sem contar que gatos rasgam sofás e soltam pelos, não quero minha casa suja por causa deles.

– Não seja ignorante, se você é amargurado o problema é seu. Eles ficam e ponto final. – Me viro e vou pro meu quarto, carregando o Zé e o João me segue carregando a Deusa.

Tranco a porta quando entramos pro meu pai não entrar.

– Precisamos de uma cama, isso é por sua conta. – Digo e João já fica todo empolgado e começa a procurar coisas pra fazer uma caminha pros gatinhos.

Caleb narrando.

O passeio até que foi bom, mas nada melhor que chegar em casa. Sou como aquelas velhinhas que não gostam de sair de casa pra nada e quando saem querem logo voltar.

Assim que termino de tomar um longo banho, vou até minha cozinha e pego um copo de café preto que acabei de fazer. Me sento na rede em minha varanda e fico apreciando o pôr do sol que está dando um belo espetáculo.

Meu momento de paz é interrompido pela campainha, que saco ninguém sabe que voltei. Não avisei justamente por isso para não ser perturbado, a única que sabe que estou em casa é Antonella.

Me levanto mais animado esperando ser ela e abro a porta com um sorriso no rosto.

– Surpresa. – Caroline diz e abre os braços. – Pelo visto não sou quem você estava esperando hein?!

Ficou tão óbvio em minha expressão?

– Como você sabia que eu tinha voltado?

– Tenho meus contatos. – Ela diz e entra, fecho a porta e respiro fundo.

Caroline era a última pessoa que gostaria de ver, agora quem será que está me vigiando? Que merda!

– Como você está?

– Bem. – Ela faz careta e senta no sofá.

Por que diabos ela continua forçando a barra? Não viu que não estou mais no clima, que o relacionamento acabou e que não quero mais? Não é tão difícil de entender isso.

– Por que terminou por mensagem? Mereço uma explicação.

– Porque você mentiu pra mim, inventou mentiras sobre sua sobrinha a fez passar por vilã em uma história que ela é a vítima. Mas não foi só por isso, você estava sempre mentindo em várias situações. Falei pra você que odiava mentiras. – Ela me olha em choque, não esperava pela explicação.

Quando terminei com ela eu não tinha dito o real motivo que era por causa da Antonella, não necessariamente por causa dela mas pelas mentiras que Caroline vinha me contando como se eu fosse um tapado.

– Você terminou comigo por causa daquela lá? Qual foi a história de dor e sofrimento que ela te contou? E por que ela te contou tal coisa? Vocês não deveriam ter uma relação assim. – Sua revolta me surpreende será que ela odeia tanto assim a Antonella a ponto de não acreditar nela? Nem eu que não presenciei o acontecido acreditei na versão de Antonella sem nem mesmo pensar sobre o assunto é só ver como ela fala sobre o que aconteceu. A verdade está lá pra quem quiser ver e o ex marido de Caroline deveria ter sido preso por ter assediado uma criança.

– Ela quis me esclarecer as coisas já que fui eu quem fui atrás de uma explicação com acusações falsas e conclusões ridículas. Você sabe que sua sobrinha não é culpada pelo que aconteceu, pra que tanto ódio?

– Por isso Caleb, você está vendo o que aconteceu entre nós? Nosso amor era lindo, e só foi ela se meter que acabou, é por esse motivo que odeio essa garota pois ela destrói a minha felicidade sempre. Você acha que fiquei feliz em saber que meu marido sentia prazer pela minha sobrinha de quatorze anos? Eu sofri por isso, mas ela não fez nada pra mudar essa situação continuava indo para minha casa com shorts curtos, com blusa mostrando a barriga só para despertar a devassidão do meu marido, ele é culpado mas ela é muito mais por ter seduzido ele.

No final eu estou ainda mais revoltado com tais palavras, como pode ser tão cega? Como pode por a culpa na vítima?

– E se fosse com sua filha? Você iria por a culpa nas roupas que ela veste?

– Não, pois minha Úrsula não se veste como uma puta pra chamar a atenção dos homens. – Meu Deus é pior que eu pensava.

Ela é doente, não é possível. Será que em todo caso ela culpa a mulher? Será que culpa as crianças de 3 anos que são estupradas? Será que diz que os bebês seduzem os doentes com suas fraldas? Qual o problema dessa mulher? Eu estou realmente chocado com ela.

– Você está se mostrando uma pessoa vazia, eu fico feliz por ter me livrado de você a tempo. Agora por favor saia da minha casa. – Vou até a porta e abro, um convite pra ela meter o pé.

– Está me expulsando?

– Estou. Saia já daqui! – Dessa vez digo o mais sério possível. Ela pega a bolsa e passa por mim, mas aí eu não me seguro e dou com a língua nos dentes.

– Caroline eu nunca te amei, e na verdade eu terminei porque estou apaixonado pela sua sobrinha. Passar bem. – Fecho a porta e abro um sorriso satisfeito, como foi bom dizer em voz alta que estou apaixonado pela Antonella.

Meu Deus se eu gostava e admirava essa menina antes agora eu admiro muito mais.

Olá, querido professor.Onde histórias criam vida. Descubra agora