"Breve é a loucura, longo o arrependimento."
Friedrich Schiller
Eu em minha época escolar sempre fui muito esforçada e estudiosa, meus pais por serem tradicionalíssimos e terem uma boa condição financeira sempre me matricularam nas melhores e tradicionais escolas de Ribeirão. Fui agraciada em 2003, no augi dos meus dezesseis anos, em passar em Medicina na USP. A felicidade de meus pais foi imensa acho que naquele ano se eu pedisse Marte eles me dariam.
Logo o semestre se iniciou e foi aí que meu ciclo tóxico e maré de más lembranças iniciaram.
—Aí meu Deus, Rafaela, me ajuda! Nunca fui a uma universidade antes. Com que roupa eu vou? Como devo me comportar?—Pedi ajuda exasperada à minha prima que estava no seu terceiro semestre de odontologia—E como reagir na calourada? E se alguém vier falar comigo?
— Óbvio que você nunca foi numa universidade né, Katrina? Hoje é seu primeiro dia!—ela diz na maior cara de paisagem enquanto lixa suas unhas pela... Décima... Vigésima vez?
—Me ajuda Caramba! Você já é veterana. —arremesso uma almofada do KISS nela
— AH Katizinha... Pega qualquer roupa aí. —ela diz se levantando—Aqui! pega essa calça, essa blusa e pega aquele All Star branco e está tudo certo.
Reviro os olhos em resposta e pego as roupas sugeridas por ela e corro para me trocar.
Já na faculdade percebo que sou jogada a sorte. Rafaela me abandonou assim que meu pai nos deixou na porta. Vou adentrando e percebendo que tudo realmente é real.
Medicina nunca foi realmente meu projeto de vida, mas por influência da família já que todos ocupam um cargo na área, acabei acatando. A saúde está na família há gerações, desde meu bisavô, minha mãe é obstetra e meu pai cardiologista dou risada quando recordo da história de como se conheceram, num centro cirúrgico, minha mãe iria fazer o parto de uma mulher que era hipertensa e meu pai era seu cardiologista e exigiu que acompanhasse o parto de sua paciente. Depois dali rendeu alguns meses de encontros e cá estou eu pensando até que me esbarro em alguém.
Sou despertada de meus pensamentos quando a destrambelhada da Daniela entra em meu gabinete se abanando e ofegante. Estreito meu olhar gélido em sua direção e quando o mesmo é percebido ela se recompõe:
—Desculpe-me, doutora Katrina, mas tem um puta gostoso de homem a sua procura. --levanto uma sobrancelha e ela tenta consertar... --digo... tem...-- Não a deixo concluir, ela provavelmente se esbarrou em Henrique
–Diga a Cavichiolli que estou ocupada.
–Não é o Senhor Henrique. Quer dizer, não que ele não se enquadre nesta classificação,mas é um outro..
Sobe-me uma raivinha desnecessária, confesso, de sua ousadia em o descrever e o classificar que retruco já perdendo a linha da juíza certinha .
–Fala logo quem é esse que está fazendo sua saia pegar fogo.
–Mazotti... hã... Mazarott... Mazzaropi. Isso! Mazzaropi—ela diz lembrando-se do nome ainda rubra pela minha resposta.
–Ei cuidado jovem!
—Desculpe-me estou um pouco perdida.
—Tudo bem! Nova por aqui?—anui e levantei a cabeça para vislumbrar que era o dono da voz tão doce e macia que atropelei.—Prazer, Ricardo.—diz ele com o sorriso mais bonito no rosto enquanto aperta minha mão.
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Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]
Romance6° lugar em leitura feminina- dia 09/07/2018 10° em leitura feminina- dia 09/08/2018 Katrina González Bitencourt é, sem dúvidas, um dos nomes mais temidos no sistema judiciário penal brasileiro. Com apenas 29 anos e determinação e ousadia surpre...